Esta é mais uma história de colegial. Seus personagens são adolescentes estudantes do ensino médio sem nada melhor pra fazer do que estudar e assistir doramas. Não é uma história lá muito clichê, apesar de algumas partes serem muito repetidas em outros filmes e fanfics — vocês vão descobrir quais são essas depois. Aqui eu pretendo contar a vocês como Jeon Soyeon, filha de Jeon Jeongguk e da não participante da história Lee ChaeRin, mudou a vida dela e de diversas outras pessoas à sua volta com apenas uma ação simples. Como isso? Já vou contar, senta aí.
Tudo começou quando nossa protagonista leu uma fanfic yaoi do seu grupo de kpop preferido. Na história, o personagem principal se tornou membro de um clube em que os participantes podiam pedir anonimamente para passar 7 minutos se pegando com qualquer outro membro. E detalhe, este outro estaria vendado e não saberia seu nome. Tentador, não?! Se quiserem ler a fic é só pedir o link para a So.
Após terminar a leitura, inspiradíssima, Soyeon decidiu trazer à vida aquela ideia, e foi assim que "7 vezes 60" surgiu. Eu sei, ela é doida! Mas não a julguem. Ela estava entediada e muito chateada com a vida dela, que como a mesma descrevia, era tão sem graça. A menina vive sozinha já que é filha única e sua adorável mãe abandonou ela e o pai para ir ser rica nos EUA, e, apesar de ter um ótimo círculo de amizades que inclui uns oito malucos, ainda assim passa tempo demais sozinha em casa, fazendo vários nadas. E como já dizia minha avó: "Mente vazia, oficina do diabo".
Foi por isso que ela criou o clube, pura falta do que fazer. A Jeon elaborou uma ideia bem legal, eu admito. O clube vai se chamar "7 vezes 60", apenas maiores de dezesseis anos poderão entrar e seu objetivo será promover interações entre desconhecidos que topem trocar beijos com alguém que eles não podem saber quem é apenas porque essa pessoa pediu. Pensando em como os coreanos são tímidos, talvez a ideia faça sucesso entre os estudantes.
Voltando à descrição, a pessoa que escolher não pode revelar sua identidade — sob pena de expulsão, e nem o escolhido pode tentar descobrir — tentando, por exemplo, tirar a venda durante os sete minutos. Os membros não podem também espalhar sobre o grupo para ninguém e só poderá participar quem for convidado. Outra regra é a que diz que apenas se pode escolher três pessoas por mês, mais do que isso é desespero e fogo no rabo. E, por último, quem ficar muito tempo sem usar os serviços do clube será desativado, pois afinal de contas não fará sentido a pessoa ser membro sem participar, certo?
Soyeon passou uns dias anotando tudo bem bonitinho em folhas de papel e confeccionando as carteirinhas de membro com a ajuda do Pinterest, e logo que finalizou foi animadíssima, como sempre fica quando tem uma ideia nova, se encontrar com seu primo Jisung, que mora do outro lado da rua, para o convidar a se tornar o primeiro membro do clube.
— De onde você tirou essa ideia? — questionou após ouvir toda a descrição vinda da garota, deitado da maneira mais folgada possível em uma rede na área de sua casa. Ela por outro lado estava sentada no banco de madeira que havia num canto ali, nervosa e com medo de seu primo acabar zombando de sua criatividade.
— Nem te conto.
Não mesmo, pensou. Bang Chan, Lix e seus dongsaengs já sabem que ela lê fanfics. Se um parente dela souber, pode ser que coisas ruins venham a acontecer, tipo o pai dela acabar sabendo e ela acabar tendo que explicar para ele o que é yaoi.
— Até que não me parece ruim. — Concluiu e ergueu seu corpo, sentando-se — Vou te ajudar com isso.
— Não lembro de ter pedido sua ajuda. — Soyeon perde o amigo mas não perde a chance de dar uma patada. Grossa.
— Como é? Estou oferecendo meus serviços gratuitamente à você e é assim que me agradece, sua condenada?
— Aprendeu ofensas com quem, Jisung-ah? — perguntou rindo — Eu posso e até quero fazer isso sozinha. Eu sei que parece bobo mas você sabe como tem sido minha vida, certo? Todo mundo faz tudo por mim ao invés de deixar eu me virar sozinha e eu nunca fiz nada por mim mesma, nunca comecei algo. Então eu acho que seria legal.
— Hum. 'Tá certo. Boa sorte então. — ditou ainda levemente bravo e tornou a se deitar — E como membro de sua família, exijo posição de respeito.
— Ok, cliente vip. Quando, e se houver alguma solicitação de vossos beijos, o senhor será o primeiro a ser informado. — disse com voz de telefonista e se levantou de onde estava sentada, pronta para voltar à sua casa.
— Cai fora, sua desaforada. — gritou quando ela já estava descendo os graus da varanda voltando a rir das tentativas de ofensa que seu primo coreano usava.
Os dias se arrastaram e as tão adoradas férias de verão terminaram logo após So maratonar seu quarto dorama. Ela e o sofá cama de seu quarto já estavam se tornando um só depois do tempo que a garota passou ali. Durante esses dias que se passaram, ficou bem óbvio o quanto Soyeon é tímida e não tanto popular — não que ela pensou que fosse. Se sentiu decepcionada depois de checar novamente a lista de membros do "7 vezes 60" e ver apenas 9 nomes na lista, sendo que quase todos eram seus amigos e não tinham interesse em nenhum membro do clube então não tinha rolado nada ainda.
Hyunjin, um dos componentes da sua rodinha e o mais lindo e safado desses, reclamou com a mais nova pela falta de opções e ameaçou se retirar do clube caso ela não tomasse providências a respeito disso. Acontece que nossa menina não conseguiu chegar em outras pessoas com medo de levar esporro e acabar sendo motivo de chacota na escola. Contudo, depois de muita relutância de sua parte, acabou voltando atrás no que havia dito e foi pedir a ajuda de Jisung, que não perdeu a chance de se aproveitar da situação, é claro. O miserável exigiu ser co-presidente do clubinho com ela — cargo que ela nem havia criado ainda — em troca de conseguir novos membros.
Apesar de chato, Sung é muito eficiente, devo admitir. Após uma semana de aula, ele apareceu com uma lista cheia de nomes, que, juntando com a que Soyeon já tinha, deu mais de 30 pessoas, o que de primeira a deixou assustada e com medo de cometer algum erro e, assim, acabar perdendo todos os participantes. No entanto, alguns dias depois, lá estava ela organizando o primeiro encontro às cegas, que seria em sua casa mesmo, em um antigo quarto da bagunça — ou despensa para os mais abastados — que, após uma tarde de arrumação dos co-presidentes, havia se tornado o ponto de encontro do clube.
O primeiro a usar os serviços do clube foi Hyunjin, óbvio. Não consegue passar quinze dias sem beijar uma boca aquela praga. Depois de quase um ano com um crush em Jihyo, o garoto finalmente conseguiu dar uns beijos na mais velha. Sem ela e mais ninguém saber, mas tá valendo mesmo assim.
Tudo correu bem, mas Soyeon ficou um tanto quanto decepcionada ao perceber que havia ficado nervosa o dia inteiro por nada, porque o fato de eles dois se beijarem, não mudou nada na vida dela. Acontece que ela criou expectativas com a fundação do clube, como se isso fosse mudar sua vida ou torná-la pelo menos um pouco mais emocionante, e até agora não foi exatamente isso que aconteceu.
Mas não a julguemos por ela ter colocado esperanças demais nessa ideia. Mal sabe ela que esse clube ainda vai dar muito pano pra manga, isso eu garanto a vocês. Afinal eu sei como essa história termina e garanto que vale a pena ler, nem que seja só pra rir e descontrair um pouco. Se não valer, vocês vão poder pegar o voto de volta e fingir que nunca nem viram essa estória, ok?!
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7 vezes 60
FanfictionA ideia de Jeon Soyeon, filha de Jeon Jeongguk e da não participante da história Lee ChaeRin, era bem simples: imitar uma fanfic que ela leu, e criar um clube secreto de pessoas que estivessem dispostas a beijar estranhos, vendados, presos em um qua...