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Obra de pintor desconhecido.


Arte ▪ ETIM lat. ars,artis 'maneira de ser ou de agir, habilidade natural ou adquirida, arte, conhecimento técnico'

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   Quando criança, vivemos no mundo da imaginação e das divertidas brincadeiras. E não foi nada diferente com a S/n; sempre gostou de ter em mente coisas novas para melhorar as artilharias que fazia com os amigos, mas infelizmente mudou-se muito nova, em torno de uns nove a dez anos de idade, para a Coreia junto de seus pais que prestaram carinho e paciência para com a tristeza que se deu o coraçãozinho do anjinho. Dentre todas as diferenças dos ambientes S/n conseguiu, em árduo trabalho, criar seu espaço naquela fortaleza colorida que era o país novo que fez moradia.

A creche em que fez história foi de todo o melhor lugar que esteve. O parquinho; a sala de artes; o pequeno jardim se tornaram seus locais depois do refeitório, é claro. Migrou, também, cedo para as aulas de teatro onde lá conheceu a arte e suas inúmeras perspicácias em todo seu íntimo. Mas nem pensava em torna-se atriz, ou qualquer outra coisa assim. Já no ensino médio fez-se apaixonada pela beleza da pintura e a grandeza de sentimentos que trouxe para sua vida, que para a mesma era algo monótono e cheio de mesmice desde sua infância. S/n não tomava de ruim tais coisas, tinhas seus pais, os amigos que conquistou tão pura e verdadeira com o passar dos anos, mas mantinha contato com aqueles que havia deixado para trás. Montou seu próprio ateliê infantil e colorido com todos os seus ursos e telas magníficas com tão pouca idade. Seus pais, orgulhosos, admiraram a destreza e a arte que emanava em cada poro de seu anjinho, agora crescido e com ideias de todo adultas, mas nunca perdendo sua juventude.

Em sua situação a falta de novidades não a afeta, mas também não a anima. E então conheceu a arte cantada, a melodia, os arranjos perfeitos que pessoas tinham capacidade de criar. Começou a procurar de tudo sobre essa nova descoberta, pois estava tão compenetrada em sua própria criação que, talvez sem perceber, tenha se fechado para outras coisas ao seu redor. Nem por isso atrapalhou-se no aprendizado de coisas novas para com o anseio em ter a arte como parte de sua vida. Era, é um ser centrado e de extrema justiça para com os que lhe rodeia. Transforma suas dificuldades em motivações para com o "impossível" e se transforma a cada novo dia mostrando aos demais que não precisa estar para ser. De boa educação, transferida de seus geradores, e sorriso abençoado de belo sempre manteve o foco em seus objetivos dando-se por satisfeita quando teve o término alegre de sua primeira aula de artes com aqueles pequeninos tão devotos da curiosidade e cheios de parafernálias infantis. Os amou desde as primeiras risadas para com suas histórias loucas que os confidenciou em classe.

Desceu as escadas com extrema tranquilidade e cuidado, pois se encontrava amarrotada de pertences para pintura que havia usado em aula. Sua cabeça um pouco torcida para a esquerda enquanto sua boca apertada com alguns pincéis mesmo que não coubessem pelo tamanho da mesma. Os óculos de descanso deslizando pelo nariz lhe alertavam a parar enquanto é tempo de parar um pouco pra consertar esse amontoado em seu corpo. A alça direita da mochila já na metade de seu braço reforça o alerta, mas mesmo assim S/n continuou o trajeto que estava quase no fim; eram apenas cinco degraus e estaria mais aliviada.

Mas contrariando suas perspectivas e anseios ao chegar ao fim da escadaria seu corpo foi violentamente arrebentado por um furacão em pessoa que parecia distraída e apressada. A caixa que estava nas mãos de S/n bateu-se contra o chão da escola fazendo uma barulheira tremenda e vazando tudo que havia dentro. Bateu as costas, sem muita força, mas lhe causando uma dor de arrancar os cabelos na quina do ultimo degrau junto de seu braço esquerdo. Aos prantos S/n prostrou-se ao chão enquanto apertava e esfregava o local onde havia se machucado na ânsia de amenizar a dor infernal que sentia.

A pessoa estranha, que chocada e penalizada para com a cena que causou, ladrou ajuda para com o ser humano sofrendo no chão. Largou-se ao lado de S/n tocando-lhe o ombro enquanto olhava de um lado para o outro; ansiosa. Estava com um sentimento de culpa enorme ao ver as lágrimas rolando pelo rosto avermelhado em dor da mulher a sua frente, mas não sabia o que fazer, pois não conhecia o local muito bem. Uma das meninas da limpeza vendo aquilo se adiantou em ajudar. E daí deu-se o primeiro olhar entre as duas, mas rápido de mais perdeu-se o contato, pois S/n os fechou dolorosamente já que a dor estava forte de mais. Ao longe ouviram uma voz gritar por um nome e como só tinha as três naquele momento e não era S/n e muito menos a menina da limpeza — conhecida como Minji — então, provavelmente era a estranha.

— Irá precisar de ajuda para leva-la até a enfermaria? — extremamente preocupada e com a voz penosa de culpa perguntou a moça.

— Ah, não se preocupe eu a levarei, pode ir! — com calma, e cuidado Minji olhou de forma sincera para a desconhecida que negou veemente lhe oferecendo ajuda, pois estava realmente preocupada.

— Eu insisto, por favor! — com a dor menos agressiva que antes S/n continuou de olhos fechado, lê-se exprimidos, suspirou tremulando o queixo.

— Está tudo bem moça, não precisa se preocupar, irei com Minji. — não ousou abrir os olhos para falar sentindo a ajuda da moça que limpa, sendo assim não viu quem estava a sua frente e muito menos seu concordar muito a contragosto para o seu desejo. Já que tudo que a mesma queria fazer era sair dali e tentar acabar com a dor que aos poucos ia passando. Bem pouco mesmo.



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°° ᴱˡᵃ °° | Iᴍᴀɢɪɴᴇ IʀᴇɴᴇOnde histórias criam vida. Descubra agora