01. THE GIRL WITH THE EYES PULLED

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Nota da autora: leia o capítulo anterior. Lá tem um "prólogo" da fanfiction ao ponto de vista da Hayley.

Espero que gostem! 🤗❤

"Muito obrigada, senhor e senhora Evans! Voltem sempre!"

Acenou como despedida para o casal, os acompanhando até a porta. Às sextas-feiras do mês seriam entediantes se não fosse por a velha senhora de sorriso maroto que adorava contar histórias da época de sua vida onde era uma jovem "baladeira" e seu marido ranzinza que não podia ver uma pessoa do sexo masculino olhar para a mulher sem rosnar, o que sempre fazia a senhora Evans o dar um peteleco na cabeça. Os dois eram um casal engraçado, a senhora Evans era uma mulher de personalidade forte e brilhantes olhos castanhos amendoados, enquanto o senhor Evans era um homem com sorriso gentil (ele só sorria quando realmente gostava da pessoa) e de poucas palavras.

Fechou a porta com um pequeno sorriso no rosto, se lembrando da mulher de cabelos grisalhos contando animadamente sobre as festas dos anos setenta ao qual ia com os amigos. E, claro, do senhor Evans percorrendo os olhos verdes pela vitrine da loja, em busca de algo que o agradasse. Passou as mãos pelo avental azul bebê que usava, tentando alisar dobras inexistentes, e encarou o relógio na parede. Marcava quatro horas e quinze minutos da tarde, fazendo um bocejo alto escapar pelos lábios entreabertos da garota e ela se perguntar internamente se deveria fechar mais cedo ou não.

Seu sonho de abrir uma loja de doces e salgados tinha sido realizado com a ajudinha do seu pai número um, que a apoiou mesmo quando resolveu trancar sua faculdade de medicina veterinária após estudar só um ano. Josephine, ou só Josie, amava animais e gostaria de trabalhar com algo que envolvesse eles, mas ela desde muito pequena sonhava em vender as comidas que fazia e ter sua própria loja, uma diferente de todas as outras e com conteúdo diversificado. Ter algo só seu e alegrar o dia das pessoas com o que cozinhava... Esse sim sempre fora seu sonho.

Mesmo com as dificuldades ou condições financeiras para contratar alguém que a ajudasse, Josie conseguiu comprar a lojinha, depois, claro, de muitas lágrimas e implorar para o atual dono do imóvel para ele a vender por um preço abaixo da média. Ajudou bastante o fato de ela já o conhecer antes de decidir comprar a loja e morar em um edifício pintado de cor de rosa que se situava pequenos apartamentos para alugar que também eram do mesmo homem. A lojinha se encontrava no primeiro andar do edifício, antigamente era usada como uma loja de antiguidades, não era tão espaçosa mas era muito mais do que um dia já sonhou, e isso era o bastante. Era bom para Josie que seu local de trabalho fosse apenas um andar de distância de onde morava, assim não se atrasava e podia ir de casa para o trabalho sem muitas complicações além da síndica do edifício, uma velha e rechonchuda senhora entre os setenta e poucos anos que, quando falava, cuspia.

O sininho em cima da porta tocou suavemente, indicando um cliente. Josie ergueu a cabeça, abrindo os olhos grandes e castanhos para as duas mulheres, um sorrisinho voltando a se formar nos lábios rosados. A primeira mulher a encarou de volta, os olhos verdes com pontinhos castanhos tão afiados quanto facas e as mãos repousando na óbvia inclinação da sua barriga. Ao lado dela, uma outra mulher estava, seus cabelos cacheados modelando seu rosto anguloso e a pele negra perolada brilhava sob á luz do sol que refletia nas janelas de vidro e iluminava a loja.

Pareciam ansiosas.

"Boa tarde, senhoritas", as cumprimentou educadamente, saindo de trás do balcão, seu rabo de cavalo balançando com o movimento. "Precisam de algo?"

A mais alta das três piscou os olhos, parecendo sair de um transe. Por um segundo, Josie achou ter visto os olhos da mulher se tornarem dourados como ouro, mas logo descartou esse pensamento.

"Não é possível... Você..." Seu cenho se franziu, os lábios entreabertos se curvaram em um sorriso incrédulo, Josie a encarou confusa.

Quando pensou em abrir a boca para perguntar o que houve, Josie sentiu seus olhos pesarem de repente. Sua consciência parecia cada vez mais distante, como se estivesse saindo do seu corpo lentamente, e, antes de ser segurada por uma das mulheres para que seu corpo não fosse de encontro ao chão e cair na inconsciência sem poder se defender, conseguiu distinguir um sussurro no silêncio da tarde.

ela."

𝐈'𝐌 𝐏𝐑𝐄𝐆𝐍𝐀𝐍𝐓, 𝑡ℎ𝑒 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora