17 OUTRA VEZ | taekook

prólogo

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Seul, 1998.

— Caramba! Kim.

O treinador gritava da arquibancada para o jogador de camisa número 10, Kim Taehyung, conhecido por ser o melhor jogador que o time já havia encontrado.

— Perdeu mais uma, se não for jogar, sai do time.

Ele nunca recebeu sermões de Jeno, mas, nos últimos dias, a cabeça do Kim estava dispersa demais, com todos os seus pensamentos concentrados em uma única pessoa, que não só o olhava pela arquibancada, mas também o olhava com atenção, com uma expressão totalmente diferente da que Taehyung costumava ter.

Esse jogo era relevante para o futuro incerto do jogador, havia olheiros escondidos que vigiavam essa partida, e hoje ele deveria jogar perfeitamente, melhor do que já havia feito em outras ocasiões.

Essa era uma oportunidade única, o grande jogo que lhe daria a chance de não ter um "futuro de merda" — era como Taehyung costumava pensar — acreditava que sua existência era tão injusta consigo mesmo, que nunca pensou que qualquer coisa boa acontecesse em sua vida.

Quando conheceu Jungkook, não imaginou que teria tanta sorte, sentiu até uma sensação desconfortável, como se toda essa felicidade que Jeon lhe causava fosse cobrada uma hora pelo universo.

— Taehyung.

E o treinador gritou mais uma vez, tirando o Kim da sua imaginação, que estava indo muito longe.

— Sehun entrará em seu lugar, você volta no segundo tempo — sinalizou com as mãos e Taehyung saiu de dentro de campo, deixando o outro jogador entrar.

— Desculpe, Jeno.

— O que está acontecendo com você? Me chame de técnico.

— Não sei, eu... posso lavar o rosto?

— Você sabe o quanto esse jogo é importante para a sua carreira, Taehyung? Você precisa se concentrar, esquecer tudo que está acontecendo aí no seu mundinho e focar no seu futuro.

Taehyung balançou a cabeça concordando com tudo que o homem na sua frente falava, mas, se lhe perguntassem o que acabara de ouvir, não poderia responder, pois não estava prestando atenção.

Apenas numa determinada pessoa que estava na primeira fila da arquibancada.

— Kim!

— Perdão, vou-me concentrar, vou lavar o rosto e prometo que jogarei tão bem quanto nunca. O castanho apenas deu as costas, sem dar tempo para o treinador responder.

Caminhou até o vestiário e se apoiou na pia. Enquanto a água escorria, Taehyung esfregava diversas vezes as mãos em seu rosto. Apesar de não ter jogado o bastante para ficar completamente cansado, seu corpo não estava em bom estado. A noite passada não foi nada fácil para ele.

— Tudo bem?

Jungkook encostou a mão direita no ombro do castanho à sua frente, o que causou um certo desconforto com o toque naquele local.

— O que está fazendo aqui? Preciso que você vá embora, eu...

— Taehyung, você está chorando? O que está se passando com você? Ontem você estava bem, eu... — tentou se aproximar, mas o outro estava com os olhos voltados para os seus pés — Disse que apareceria na minha janela.