two

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continuação...

- eu não vou pra lugar nenhum, eu não sou louca, vocês que são os loucos, eu estou bem, ME SOLTA, eu já disse que estão bem.

As palavras saem com a voz embargada do meu choro, olho para para o homem alto prendendo meus braços como se fosse numa roupa de força, e me carregar pra fora de casa

- mãe, por favor, eu prometo, eu não sou louca, eu só preciso de uma clínica pra tratamento de drogas mãe.

começo a chorar desesperadamente

- não de um hospício, eu não sou louca... Pai por favor, fala pra ela pai, que eu não sou louca, eu não sou louca mãe, eu não sou louca, eu não sou louca, eu não sou louca

Acordo desesperada com os olhos marejados.

-inferno. Me levanto e pego o copo de plástico em cima da mesinha do meu quarto e peço para um inspetor me levar para beber água

- pesadelos mais uma noite?? Meu inspetor pergunta. - é, mais uma noite... Tomo a água e peço obrigada a ele, ninguém tem esse privilégio, não entendo porque eles me deixam sair no horário noturno para beber água ou usar o banheiro, mas não sou eu que vou reclamar também, não é mesmo? meu inspetor já está cmg faz um ano, e sim cada um tem o seu. ou na verdade quem tem dinheiro pra bancar o seu. Meus pais foram bonzinhos, foi tipo "vamos jogar a drogada da nossa filha no hospício sem ela ao menos ter um parafuso a menos, porém vamos compensar ela com um inspetor só pra ela."

volto para meu dormitório e me deito, todas as noites estão sendo a mesma, eu durmo com ela na cabeça, tento sonhar algo bom, e acaba indo para o mesmo sonho, aquele bendito sonho da noite em que fui internada... Tento dormir mas me perco nos meus pensamentos e logo percebo que eles começam abrir as tranças dos nossos dormitórios.

-bom dia pra mim me espreguiço e me levanto pegando minhas coisas de higiene e indo ao banheiro feminino

-Essa merda tá verde olho o chão da cabine dos chuveiros e vejo o lodo escorrendo pela parede - eca

tomo um banho rápido me troco e vou até o refeitório, como as mesmas coisas de sempre, olho as mesmas pessoas de sempre, faço tudo como sempre.

- eu vou enlouquecer. Saio do refeitório e vou para a sala da srt. Neoli

-nell? Entro sem bater e a vejo revisando uns papéis. ela era o tipo de mulher calada, quase que não fala, e quando está fazendo algo é bem atenta que nem percebeu que eu estava ali, a olhando como se fosse um pedaço de carne que se falasse um "a" eu diria sim pra qualquer coisa...

-nell? falo um pouco mais alto pra mesma ouvir

-ah, oi liss ela me encara -deseja algo??

Você?   - uh... queria saber se você pode aumentar minhas doses das pílulas de insônia

- dificuldade pra dormir liss?

-é, acho que sim, estou tendo os mesmo sonhos, de novo e de novo, só queria que você aumentasse a dose, eu consigo conviver com os sonhos, o que eu não consigo conviver é acordar toda vez que tenho eles e não conseguir dormir mais. a encaro com cara de pidona

- você sabe que não é assim naliss, e mesmo que eu quisesse te ajudar, isso não é comigo, é com os seus médicos. Eu sou apenas a psiquiatra, e pra você conseguir as doses a mais, você precisa de um relatório do seu psicólogo dizendo o porque e se ele acha que é o certo a se fazer. Ela coloca os papéis em cima da mesa e me encara

-e eu faria isso, se ele não me olhasse como se quisesse me comer em cima daquela mesa mesmo, eu não aguento ter uma sessão sequer com ele srt neoli.

- você cisma com ele naliss, e eu já te vi em sessões com ele, e ele te olha como olha pra qualquer um aqui. Se você não está satisfeita você peça para seu inspetor te mudar de psiquiatra. Ela me encara com cara de brava como se tivesse muitas coisas pra fazer e eu estivesse tomando o tempo dela.

-ok srt neoli nervosinha. Sorrio debochada pra ela e saio da sala e dou de cara com meus inspetor.

-ora ainda bem, precisamos conversar.

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submission- srt. neoliOnde histórias criam vida. Descubra agora