Desejos nascidos da injustiça.

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Há 10 anos. 

Gritos podiam ser escutados pela área mais pobre do reino, gritos de duas crianças desesperadas sendo levadas por quatro sentinelas enfurecidos com a situação que acabou de acontecer.

Minji e Yoohyeon eram duas garotinhas carismáticas que viviam fazendo favores e brincadeiras naquela área em volta de suas casas vizinhas, e toda aquela imagem tão boa que habitava nelas era facilmente apagada pelas marcas de sangue que cobria o corpo e o rosto da loira irritada Minji e os hematomas que feriam a beleza sutil da Yoohyeon. A mais nova percebia os olhares dos cidadãos presente nas ruas, os olhares de repugnância e desaprovação, como se, agora, ela acabara de se tornar da classe mais baixa da sociedade, muito abaixo dos pobres: Os criminosos. Indefesa dos julgamentos alheios, ela simplesmente desistia de sua resistência, deixando que as autoridades simplesmente a levassem embora sem dificuldade, e a única coisa que fez foi admirar pela última vez a sua casa, que ficava cada vez mais longe e mais doloroso de se ver.

— ME SOLTEM SEUS COVARDES, LIXOS METIDOS A AUTORIDADE, VOCÊS SE NEGAM A PROTEGER ALGUÉM E QUEREM TRATAR A GENTE ASSIM! — Berrava Minji, que não desistia por um segundo de resistir aos guardas.

Em meio a todo aquele debater de braços e pernas, a loira chutava um dos homens, que perdia o equilíbrio e caia no chão, consequentemente soltando um dos braços da garota. Não perdendo essa oportunidade, ela não demora em atacar o outro guarda, aproximando seus pés dos dele e fazendo cair no chão com uma rasteira. Conseguindo ser temporariamente solta, ela corria desesperadamente de volta para a casa, mas, em uma rápida olhada pra trás, acaba esbarrando em alguém.

Caindo no chão desnorteada pela pancada, Minji balança a cabeça para recuperar os sentidos, e assim olhar para frente e ver no que esbarrou. Uma mulher de cabelos negros, vestida com um sobretudo preto de couro, a encarava, parada ainda no mesmo lugar e esperando o pedido de desculpas pelo esbarrão que acabou de receber.

— SEGURA ELA, SEGURA! — Avisou o sentinela, que tinha acabado de se levantar e começado a correr atrás da garota.

Sem perder muito tempo tentando reconhecer quem era a mulher na sua frente e desesperada para não ser pega, a criança se levanta já pronta para correr continuando a sua fuga, mas foi impedida pela própria mulher na sua frente. A mais alta segurava pelos cabelos dela, puxando-a de volta e lhe derrubando no chão mais uma vez.

Os sentinelas se aproximaram, dando chutes violentos na menina para machuca-la e fazê-la ficar incapaz de cometer aquele ato de fuga novamente, e logo a pegaram pelos braços para voltar ao escoltar as duas prisioneiras.

— Obrigado, Senhora Siyeon. Perdoe-me por ter acontecido esse evento inconveniente com você, não esperávamos também que você apareceria por aqui — Desculpava-se o guarda, com a cabeça baixa enquanto segurava a garota.

Ao ouvirem o nome dela, Yoohyeon e Minji olharam com os olhos esbugalhados para a mulher, em um sentimento completamente confuso de surpresa e desespero. Estavam vendo na frente delas pela primeira vez na vida o maior símbolo do exercito de Somnium, a pioneira da entrada das mulheres na guarda real e na verdadeira guarda, a imbatível soldada abençoada pelos deuses, ela mesma: Lee Siyeon.

— Não se preocupe, apenas leve elas. Eu estava por perto e escutei os gritos, então eu só aproveitei e vim para cá— Respondeu ao guarda, olhando para as duas garotas e logo depois desviando o olhar para a casa, que estava num péssimo estado. — Vou dar uma investigada naquela cena horrorosa, levem-nas para o castelo e vejam o que o rei e a rainha vão decidir sobre elas. São novas demais para a prisão, mas infelizmente cometeram um crime grave — Ordenou, voltando a seguir seu caminho para a casa.

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⏰ Última atualização: May 24, 2020 ⏰

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