Capítulo 17

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Luana Maldonado

Eu acordo assutada com um aperto no coração quando vejo que Perigo estava dormindo ao meu lado.

Me recordo dos momentos, e passo a mão na cabeça.

Que loucura foi essa que fiz !

Me levanto e vou para a sala, ligo a televisão e vejo que como sempre falava dos prisioneiros pegos pela Interpol. Ver o rosto de Viktor e dos meus dois cunhados só me faziam crer que eu deveria tomar uma ação logo...

Eu respirei fundo ao lembrar do meu estupro coletivo e das torturas que sofri durante a cadeia, e saber que minha irmã deve estar sofrendo o mesmo me faz querer me entregar na hora.

- Eu vou me entregar. - digo ao ouvir os passos pesados de Vieira atrás de mim.

Ele se senta do meu lado e eu o olho, seus olhos estavam inchados de tanto chorar, e eu me sentia culpada por não conseguir demostrar quão mal por dentro estava em saber que minha irmã estava lá.

- Eu admiro sua lealdade. - diz.

- Temos que ser leais com aqueles que sempre foram reais com a gente. - digo.

- Você mudou muito, mas isso não importa o que aconteça ou aconteceu, nunca mudou.- diz olhando nos meus olhos.

- Traz ela de volta. - pede.

- Eu vou trazer... - digo o abraçando.

(...)

Eu passei o resto da noite estudando sobre as negociações, eu pensei em um plano A, B, C, D e E.... todas as chances que eu podia tecer um não como resposta, eu criava um plano inteiro.

Eu digitalizei tudo, e usei muita das informações do plano de Cinthia e de Rafael ao meu favor... Aliás, na pior das hipóteses eu iria morrer, então eu tinha tudo a arriscar, exceto a vida da minha irmã.

Sempre foi assim, desde que saímos do Brasil, seríamos nós quatro sempre, eu, Gabi, Cinthia e Vieira... um pelo outro, independente de tudo.

- Acordada já? - Cinthia diz meio abatida.

- Preciso de você. - digo.

- Vou me entregar, e eu pensei em todas as possibilidades que isso pode dar errado. - digo entregando um caderninho impresso a ela.

- Você fez isso tudo de madrugada? - pergunta.

- Sim, eu quero juntar você, Vieira, TH e Perigo para alguns detalhes. - Digo e Cinthia me olha.

- Qual as chances? - pergunta.

- Está tudo praticamente pronto, só falta...

- Qual as chances de acabarmos todos juntos, eu quero seus malditos números... - ela me interrompe e eu respiro fundo.

- Poucas. - digo.

- Qual as chances Luana. - diz com seus olhos lacrimejando.

- 7% - digo.

- Eu sei que conseguimos tirar todo mundo de lá Luana, mas eu não vou perder você. - diz jogando o caderno na mesa.

- É nós 4 pra sempre tá me ouvindo? - segura meu rosto.

- Vamos fazer tudo certo. - concordo com a cabeça e respiro.

(...)

Malícia llOnde histórias criam vida. Descubra agora