Ponte

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Golden Gate Bridge, Novembro 13, 02:25am

Estava de noite, nenhum carro passava e não se encontrava nenhuma alma viva presente, apenas uma garota de 18 anos e seu desejo imensurável de se jogar da ponte.


"É isso, é agora que eu finalmente irei partir"


E quando ela estava prestes a dar um o seu último passo, este que a levaria direto para as águas profundas, que ela ouve...


- Se eu fosse você, eu não faria isso.


Rapidamente a garota coloca o pé junto ao seu outro e segura com firmeza a barra de ferro. Ao procurar a dona daquela voz, ela se depara com uma garota que estava sentada no chão muito próxima dela, aquela garota não parecia ter ao menos 15 anos, cabelos negros que voavam ao vento da madrugada, seus olhos não se eram possíveis ver mas ela jurava ter visto eles brilharem em uma coloração vermelho vibrante. Mas o que mais chamava atenção naquela misteriosa garota era que possuía um par de chifres e uma cauda que tinha o que lembrava o símbolo de espadas na ponta e todos estavam na coloração vermelha.


- Q-quem é v-você?

- Ninguém muito importante- deu de ombros – Mas e você? O que faz aqui?

- Não está meio óbvio- responde azeda – Irei fazer o que todos me desejam e esperem que eu faça, vou tirar minha vida.

- E do que isso vai adiantar?- diz enquanto joga o seu corpo em direção ao oceano, que se encontrava embaixo delas, não o suficiente para perder equilíbrio e cair mas para passar essa impressão.

- Vem cá, o que você quer comigo? Não era pra você me convencer a pular ou algo do tipo? Você é um péssimo demônio, sabia? – fala dando uma risada no final de sua frase.

-........


"Já que ela não vai falar nada, vou só me jogar logo"

Ela tinha acabado de tirar uma das mãos e estava prestes a tirar o pé, quando...


- Por que você quer se jogar?- fala gerando um leve susto na outra menina que rapidamente coloca a mão e o pé de volta no lugar.

- Caralho, por que você quer saber?- pergunta irritada que recebe como resposta um dar de ombros – Eu estou aqui porque estou cansada de sofrer, desde que eu era pequena eu sofria e sofro na mão dos meus pais, ter que aguentar ser abusada todo dia e além ter que aguentar o bullying que eu recebo na escola, se induzida a me suicidar, não dá mais, NÃO DÁ MAIS!- ela grita a última parte como se fosse um grito pedindo por socorro.

- Até que nós não somos tão diferentes.

- Ahn?

- É, eu já estive no seu mesmo lugar, porque você acha que eu estou assim?

- Você também se jogou?

- Yep.

- Então você está aqui para me parar ou para me incentivar?

- Sinceramente eu não sei, eu não posso intervir nas suas escolhas tipo, lhe obrigar a pular ou não mas eu posso lhe mostrar que meio que não vale a pena você se jogar.

- Nem vem começar com aquele papo de "você não vai conseguir nada se fizer isso e blá blá blá", isso é um saco.

- Ok, então eu lhe pergunto, o que as pessoas que fizeram isso com você, o que elas ganham?

- Ahn? Como assim?

- Você morre, você não sofre mais porém perdeu as oportunidades que você teria se continuasse viva. E eles? Eles continuariam a vida normalmente como se nada tivesse acontecido, como se eles nunca tivessem feito uma garota se suicidar. Então eu lhe repito a minha pergunta, o que elas ganham por fazerem você sofrer?

- Nada.

- Exatamente.


Após passar um tempo pensando no que aquela demônio tinha falado, ela pode chegar a uma conclusão. "Isso faz sentido, por que eu não pensei nisso antes?! POR QUE VOCÊ NÃO PENSOU NISTO ANTES ######?!"


- Quer saber, eu vou embora e obrigada, apesar de lhe informar que você falhou no seu trabalho de tentar me fazer me matar.

- Droga, falhei na missão. Provavelmente irei ser punida por Lúcifer mais tarde.


A menina volta para a estrada da ponte, pega sua bicicleta que estava ali perto e segue em direção a uma das vias. Já a menina demônio que observava a outra indo embora, flutua em direção a um anjo que observava aquela cena toda.


- Eu me pergunto o por que você continua usando esse método?- diz o anjo enquanto nega com a cabeça.

- Enquanto funcionar eu não vou parar de usar esse truque- diz e estala os dedos e magicamente seus chifres e cauda são transformadas em um par de asas com penas brancas e uma auréola no topo de sua cabeça – Além do mais, Deus não reclama do meu método, não é mesmo?

- Não, ele não reclama. Mas como você continua mentindo?

- Eu não menti.

- Você mentiu quando disse que tinha se jogado.

- Acho que não pode ser considerado uma mentira se esse era meu desejo, pena que aquela menina tenha me empurrado antes mesmo de eu me jogar.

- Vamos parar de falar sobre isso e vamos voltar para o céu, Deus deve querer falar conosco sobre o que aconteceu.


A anja e seu colega dão uma última olhada na Ponte Golden Gate focando no lugar em que a garota estava e se dirigem para o céu.

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