[🌻] unic

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Era mais um intervalo comum na minha escola. Em pleno primeiro ano do ensino médio, com recém-completados dezesseis anos, eu ainda era bvl. Ficava frustrado ao ver as pessoas ao redor marcando "esquemas" enquanto eu continuava lá, chupando o dedo. Só não era bv porque em algum momento no fundamental, durante um jogo de verdade ou desafio, tive que dar um selinho demorado em um garoto. Talvez tenha sido nessa ocasião que tive certeza que gostava de garotos, mas isso não vem ao caso.

Lá estavam eles, os badboys do terceirão. Que dizer, Park Jisung não era do terceiro, mesmo assim por alguma razão andava com o povo de lá. Lee Donghyuck, Park Jisung, Mark Lee, Wong Yukhei e por último, a abelha rainha como dito em Meninas Malvadas, Lee Jeno. Eu podia não ter certeza nem da cor da cueca que estava usando, mas de outra coisa eu tinha, aquele grupo já devia ter passado o rodo na escola toda. Como sou invisível, não me considero parte disso, mas bem que eu queria. Ah, qual é? Eles podem não saber um terço de matemática básica, mas são baitas de uns gostosos, principalmente o "líder" deles.

Jaemin? Meu amigo 'tá perguntando se vai dar certo.

Okay, eu definitivamente não estava esperando por isso. Em um minuto eu comia meu sanduíche sentado no meu famoso cantinho debaixo de uma árvore e em outro mal reparei quando Renjun e Donghyuck se aproximaram de mim, sendo o último citado que disse a frase. Espera, a frase…

— É o quê?! — exclamei, quase cuspindo meu lanche para fora. O desperdício de comida, painho.

— Isso que você ouviu. Eai, vai rolar ou não? — dessa vez foi Renjun a falar, me lançando um sorriso lascivo e eu quase engasguei com o ar.

— Que amigo? — não que a pergunta realmente me interessasse, afinal qualquer um estava bom. Mas no fundo eu sabia que só um deles me traria mais força de vontade para-

— Jeno. Ele ali. — apontou para o loiro que conversava com o resto dos garotos, como se eu não conhecesse. Puff, era fucking Lee Jeno.

Um segundo. Era fucking Lee Jeno. Ali. Pedindo. Para. Ficar. Comigo. Beijar. A. Minha. Boca.

Para completar, Jeno olhou para mim rapidamente, dando um sorriso que fez seus olhinhos se fecharem uma perfeita meia lua. Eu quis chorar.

— Claro que si- Quer dizer, não tenho certeza se vocês estão falando a verdade. Se ele quer ficar comigo, ele que venha pedir. — eu não podia me entregar assim tão facilmente, mesmo sendo o que meu diabinho interior mandou fazer. Minha dignidade em primeiro lugar, 'tá okay?

— Beleza, então. Assim que a aula acabar, vá para detrás da escola. Ele vai te esperar lá. — e sairam.

Eu já posso morrer?

[...]

Olha, sinceramente. Isso não se faz com uma pessoa ansiosa. Passei a aula toda batucando o lápis na mesa e mordendo a tampa da caneta, não consegui nem me concentrar na aula da minha professora favorita (e olha que sou um aluno exemplar, sem querer me gabar, mas já me gabando).

Quando o sinal tocou, senti minha pernas falharem e quase fui ao chão quando levantei da carteira. Botei minha mochila nas costas e coloquei um casaco com uma estampa indie qualquer. Fui até o local marcado, acompanhado de Chenle, meu melhor amigo.

Enquanto Chenle tagalerava, vi que quase metade do terceiro estava ali. Isso tudo era para ver a gente ficar? Painho do céu.

Quando chegamos no último corredor, depois de passar pela multidão de gente que gritaram eufóricas quando me viram, dei minha mochila para Chenle segurar e recebi um boa sorte do chinês. Fui devagarinho em direção a Jeno, recebendo olhares e sorrisos nada castos dos seus amigos que estavam mais perto do local que a gente ficaria ainda. Assim que fiquei próximo suficiente do loiro, senti meu corpo tremer interinho. Ele sorriu novamente para mim, como mais cedo, beijando delicadamente minha mão antes de acariciar meu rosto. Por instantes, esqueci das pessoas que nos observavam, mesmo que de longe, ignorei os gritos e assobios de seus amigos. Eu ia perder meu bvl com Lee Jeno, ouviu, mamãe?

Você é lindo. — então ele me prensou na parede, com um certo cuidado, pondo ambas as mãos na minha cintura. — Fica comigo, hm? — eu agredeci seu elogio em sussurro assim que nossos rostos ficaram próximos, assentindo a sua pergunta logo em seguida. Jeno roçou nossos lábios e eu coloquei minhas duas mãos em sua nuca.

Aconteceu.

Ele pressionou nossos lábios e eu senti meu corpo inteirinho amolecer. Logo passou sua língua em meu inferior, pedindo passagem e eu cedi. Esfregou um pouco nossas língua e eu só acompanhei seu ritmo, logo estávamos revezando em chupar a língua um do outro e ele em deixar breves mordidinhas no meu inferior. Nosso beijo foi ficando cada vez mais afoito e gostoso, era viciante. Infelizmente, não durou muito (durou sim, mas não o tanto que eu queria). O ar fez falta e tivemos que nos separar, com as bocas inchadas e ofegantes. As mãos de Jeno estavam na minha bunda e eu mal notei quando foram parar lá, aquele detalhe só me deixou mais quente ainda. Ele deixou três últimos selinhos nos meus lábios, me deu seu número de telefone e disse para repetirmos qualquer dias desses.

Ele me beijou de novo antes de sair, um selinho demorado. O que me iludiu mesmo foi Renjun ter sussurrado no meu ouvido "ele nunca tratou ninguém que ficou assim".

Naquele dia ainda, tive que enfrentar mais de uma dezena de pessoas me dando parabéns pelo "beijão" e perguntando como era a pegada de Jeno. O problema surgiu quando eu não achei Chenle na escola, ele havia ido para casa com a minha mochila.

Por pura coincidência, Jeno era vizinho de Chenle. Então para encerrar essa belíssima história, vou dizer apenas dez últimas palavrinhas:

Carona. Casa de Jeno. Quarto de Jeno. Beijos. Muitos beijos.

meu amigo mandou perguntar (nomin)Onde histórias criam vida. Descubra agora