Lost in the dream - Imagine Taeyong (NCT)

0.1

Eu realmente não gostaria de ser uma borboleta. Eles são tão curiosas.

Pra falar a verdade, eu sempre tive medo de insetos. Borboletas depois de um tempo saem de suas casulas, e estão prontas para voar, mas elas morrem em tanto pouco tempo..

Se eu fosse uma borboleta, não sei o que faria. Talvez a vida delas sejam baseados no instinto animal. Nascer, viver e morrer. Mas e as historias delas? Isso é tão mórbido e triste.

A borboleta é considerada o simbolo da transformação. Entre outros, simboliza a felicidade, beleza, inconstância, efemeridade da natureza e da renovação. Dizem que o bater de asas de uma simples borboleta, poderia influenciar o curso natural das coisas, e assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo.

É, eu realmente não gostaria de ser uma borboleta, ela carrega tanta coisa..

Desvio o olhar da janela da sala de aula onde estava uma borboleta azul, para prestar atenção no quadro onde a professora estava passando exercícios.

Logo depois de um tempo, o sinal bate e todos ao meu redor começam a guardar o material apressados para irem para casa. Aquele seria meu último ano na escola, mas nada de interessante acontecia na minha vida. Todos os dias tudo se repetia. O mesmo horário, os mesmos passos, os mesmos caminhos. Tudo era a mesma coisa.

Olho para a janela, e a borboleta ainda estava ali. Algumas pessoas dizem que quando vemos uma borboleta azul, pode representar sorte e outras pessoas dizem que representam mudanças.

Caminhando para casa, pensava naquilo constantemente. Mudanças. Eu não me sentia triste de tudo estar igual, me sentia curiosa e ao mesmo tempo entendiada. O que aconteceria amanhã? Seria tudo a mesma coisa novamente ou eu iria dar de cara com algo surpreendente?

Precisa de euforia, precisava rir alto, precisava chorar, precisava correr, eu precisava de algo. Algo novo.

Engraçado, né? Nós jovens nunca estamos satisfeitos com o que temos. As pessoas dizem que isso é ingratidão, mas eu não penso assim.

Se todas as pessoas precisam de algo novo, alguma emoção, alguma coisa que elas nunca viveram para não viver no tédio, não seria ingratidão. Todos os dias se tornando monótono sem as pessoas nem sequer perceberem se torna tudo tão chato.

Chegando em casa cansada, deixei minha mochila no chão e desabei no sofá. Meu gato logo correu no meu colo, e deitou por ali. O acariciei sorrindo leve, pensando que talvez eu deveria me manter otimista. Talvez tudo ficaria bem, talvez todos os meus pensamentos mudem.

Abri os olhos sem entender nada, confusa. Tinha pegado em um sonho e acabado de sonhar. Os sonhos nunca fazem sentido, mas nunca me deixou tão curiosa para saber o que estava acontecendo.

Sonhei com um garoto, que eu nunca vi na vida. Engraçado que quando eu acordo, eu sempre esqueço do que sonhei e nem me esforço para lembrar, mas eu lembrava perfeitamente do rosto desse garoto. Lembrava perfeitamente da cena. Ele tinha um olhar mágico, uma aura boa e um sorriso calmo.

Fiquei o resto do dia pensando naquele garoto. Quem ele era? De tanta curiosidade, a única opção foi procurar no Google.

"Por mais assustador que isso possa parecer, sonhar com pessoas desconhecidas é muito mais comum do que se imagina, sendo a maior prova do poder do nosso cérebro, visto que ele cria pessoas que talvez nem possa existir. A capacidade que o nosso cérebro tem de criar pessoas, acaba sendo mais um mistério da vida que nunca teremos certeza de como ocorre."

É, isso pode ser comum, mas não deixa de me atormentar. Por que eu não parava de relembrar a figura daquele garoto? Eu nem sequer sabia o nome dele.

Isso só pode ser insegurança minha, é bobagem. Esse garoto nem deve existir e eu estou perdendo meu tempo atoa.