Como (não) manter distância do inimigo

First.

Olá, depois de muito tempo sem postar algo aqui, decidi trazer minha última chanbaek, ela tem 3 capítulos e já está concluída. Espero que gostem~

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— Baekhyun! — desliguei meu celular para dar atenção ao meu pai que parecia alegre demais para quem tinha acabado de chegar do trabalho. — Filhão, nós vamos para o Pais e Filhos este ano, como nos velhos tempos! Já fiz nossa inscrição e tudo! 

Meu pai estava tão entusiasmado com a notícia que eu acabei sorrindo um pouco forçado, apenas para não vê-lo triste. Costumávamos ir quando eu era criança, era divertido na época. Nós íamos durante as férias de verão, tinha fogueira e muitas competições, essa coisa toda de um acampamento. O problema é que meu pai sempre foi muito competitivo e, bom, ele não era o único.

— Fiquei sabendo que Park Gobum estará lá e nós não podemos perder o título novamente, entendeu? — disse sério. Foi o que eu estava para dizer. Meu pai e o Park Gobum costumavam brigar pelo troféu das competições desde… Bom, desde que começaram a participar. Era um lance absurdo, parecem duas crianças.

Como eu era pequeno, não fazia ideia daquela rivalidade e apenas fazia o que meu pai dizia. Nós já tínhamos ganhados vários troféus por conta da minha rapidez, sempre fui um garoto muito ágil e esperto, mas aí o filho do Park Gobum, Chanyeol, que era alguns meses mais novo que eu, cresceu. 

Ele cresceu e eu… Não. Quero dizer, óbvio que não tenho a mesma altura de quando eu tinha 13 anos, eu até cresci um pouquinho — e ainda tenho um tempo para crescer, afinal, só tenho 18 anos —, porém, Chanyeol cresceu horrores e, provavelmente, até já tinha passado o pai. Não dava para competir com alguém tão grande. E olha que meu pai e eu demos uma pausa nesse acampamento quando fiz 14 anos e até hoje eu não tinha ido novamente.

Sabe-se lá o quão gigante deve estar Park Chanyeol. Eles moravam em outra cidade, então, é… fazia anos desde a última vez que vi os Parks.

— Pai, tente só não passar dos limites — pedi rindo, ele fez sua melhor expressão indignada. — É sério, da última vez a gente quase foi expulso… Foi ótimo o tempo que passamos longe, pelo menos devem ter esquecido o que você fez!

— Ah, mas agora eu sou um cara maduro e vamos ter uma competição limpa — prometeu. — E, também, é nossa última chance até que você tenha 19 anos… 

— Vai ser divertido — falei tentando ser otimista. — Mesmo que a gente não ganhe, ok?

— Mas vamos ganhar! Pense bem, até na academia você está indo — apontou para mim enquanto sentava ao meu lado na cama. Sorri nervoso. — Sua resistência deve estar ótima e vai poder voltar a correr como fazia quando era só um gafanhotinho! 

— É, pai… Acho que sim — apertei seu ombro rindo. Era bom que ele nem imaginasse que eu faltava os treinos para ir ao Burger King.

— Então, prepare suas coisas, este final de semana partirmos! 

Ele saiu saltitante me deixando sozinho. Suspirei um pouco apreensivo sobre como seria esse acampamento. 

(...)

Eu não estava muito preparado para ver todo aquele pessoal que via quando criança. Antes de sair de casa para uma longa viagem de carro junto ao meu velho, acabei vendo algumas fotos de acampamentos antigos e relembrei todos aqueles momentos com os garotos que competiam com a gente. Eu estava um pouco curioso sobre como deveriam estar agora depois de anos.

Meu pai, empolgado como só ele podia estar, cantava e dançava enquanto dirigia, ouvindo músicas estranhas que nem ele e nem eu poderíamos entender o que dizia, mas era divertido estar com ele. Sempre foi divertido. Meu pai e eu tínhamos muito em comum, por sorte.