Capítulo 2

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Dylan Baker

Não tenho mais controle sobre mim, não tenho mais controle sobre minha vida; uma cretina que não te dá a escolha de viver ou morrer, de não escolher seu destino, e você segue traçando rumos que ela mesmo escolhe pra ti. E essa cidade te tira tudo, parece uma irônica e insana forma de ir em frente e aceitar que os deuses te querem fodido.
Não sei mais o que fazer ou o que pensar mesmo após séculos vivendo dessa forma, minha mente é confusa e qualquer chance de sair desse mundo, eu sairia. Por isso eu mato, livrando a angústia de seres desprezíveis, que não se importam com nada a não ser bens materiais, sexo e coisas irrelevantes.
Não que eu não goste de sexo, eu apenas não concordo com o modo de vida dessas pessoas, desses humanos. Ou talvez sinta inveja, inveja deles ainda poderem escolher entre a vida e a morte, poderem de alguma forma traçar seu destino e escolher o seu futuro.

A cada maço, um estrago. Minha solidão me faz irrelevante; em tudo, em todos. Alimento meu suicídio, jogando minhas descrenças comigo mesmo, em segundos de um trago. E um após o outro, me sinto melhor sabendo que eu existo menos-ou poderia existir, se eu fosse um merda de um humano-.

-Baker, estamos indo, você vem?- levanto rapidamente e me coloco de pé, vendo a figura loira na porta.- beber é uma forma do caralho de esquecer qualquer merda que se passe nessa cabeça linda - sorri de lado.
-Nós não nos podemos ficar bêbados, Lizy. - revirou os olhos
-Não se estivermos com isso. - sorriu irônica levantando um potinho com um líquido azul. - Sangue de elfo? pensei que estivessem..
-extintos? É, eu sou foda. - revirei os olhos. Você não pode ficar lendo minha cabeça desse jeito, loirinha. - e eu deixaria a oportunidade de ler filosóficos e depressivos pensamentos assim? Jamais. - sorriu e eu sorri junto, indo em direção a porta.
-Vamos? - assentiu sumindo num piscar de olhos, e fui junto.

xx

Lá estava ela, o motivo de tudo isso. Corada, como se estivesse com vergonha de todos nós olharmos ao mesmo tempo.
-Viktor? Isso é possível?- Lizy perguntou, com uma feição assustada.
-E-Eu não sei.. ela se parece tanto com a..
-Não fale esse nome! - rosnei alto. - você não tem esse direito.
-Gente, vamos sentar, estão todos olhando pra nós, por favor. - pediu Dake, em tom baixo.
-Que se foda, eu quero saber porque tem a porra de uma cópia da vadia Karoline ali, ela morreu!- um arrepio me tomou, e a olhei sentindo meus olhos tomarem um tom totalmente negro.
-Vanessa, vamos nos sentar, agora. - senti ela fraquejar com meu tom de voz, e fomos todos pra penúltima mesa, perto da porra da assombração.
-Vocês estão ouvindo? O coração dela bate.. isso é assustador.- reprimi minha boca quando Lizy falou, pensava na mesma coisa.
-Viktor, você é o único vidente aqui, como não previu isso?- exclamei baixo. Meu coração, que parou de bater assim que me tornei isso, parecia sair pela boca. Saudade e ódio pareciam tomar conta de mim, ouvir a respiração dela me corroía cada vez mais por dentro. Como é possível? Eu sentia que não era ela, mas meu corpo não parecia entender isso, o cheiro doce impregnava o local de uma forma..
-Eu sinto muito.. realmente eu não sei, foi ideia da Lizy vir aqui, e eu não vi ela chegando na cidade, não vi nada acontecendo.. eu juro. - senti firmeza e medo em sua voz. Todos nós estávamos com medo, parecíamos reviver o passado.
-Eu não consigo ler os pensamentos dela, não consigo ver a áurea, não consigo ver nada.. algo me impede, algo for...- paramos de falar assim que vi um garoto indo em sua direção com uma bandeija, cabelo preto, bronzeado, os olhos azuis, mas não quanto o dela.- ele, ele está me bloqueando..- olhou assustada quando viu ele olhando em direção dela. Olhei pro rosto dele e senti seus músculos fraquejarem.

Que porra está acontecendo aqui?

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⏰ Última atualização: May 15, 2020 ⏰

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