- Está talvez seja a décima quarta mensagem de voz que eu deixo. Por favor, retorne quando puder. – suplico preocupada. – Lembre-se que você não pode deixar sua esposa grávida passar por fortes emoções. Quer dizer, mais do que eu já passei. Não que eu esteja passando estes meses... – e a caixa postal interrompe meu falatório.
Pela vigésima vez eu bufo. Pense Felicity, pense. Antes que você acabe com todo pote de sorvete. Talvez, na próxima consulta a médica mande você fazer uma dieta. Afinal, suas roupas não estão servindo mais e Oliver está dividindo suas camisas com você.
- Isso é culpa sua, Mia! – digo apontando para minha barriga grande de seis meses. – E do seu pai. Que não responde nenhuma mensagem há dois dias. Droga!
Ops! Ainda bem que ele não está aqui para ouvir isso. Este combinado, de não falar palavrão, pelos próximos vinte anos, está me custando muitas horas sem meus brinquedinhos.
- Okay, Mia. – converso com ela andando pela casa, até chegar ao quarto do pânico, que na verdade estamos transformando aos poucos em um lugar para meus computadores e o arco e flechas do Oliver. – Eu não deveria entrar com você neste cômodo, sem o seu pai terminar de colocar as coisas nos lugares certos, mas eu acho que posso dar conta sozinha. Ou melhor, com você. – digo passando a mão na barriga.
Céus! Este lugar está uma bagunça. As flechas estavam todas espalhadas pelo chão. Uma confusão de fios do lado delas pedindo socorro para serem arrumadas, mas pelo menos estavam nos lugares certos. Vou até o quadro de luz, com mais atenção para não tropeçar em nada, e abaixo a alavanca vermelha ligando os computadores. Tiro os panos dos monitores e algumas flechas, com cuidado, da mesa. Conecto meu celular nele e começo a digitar.
A última vez que entrei neste quarto, eu ganhei um braço roxo e o tornozelo torcido. Além de um Oliver desesperado. Pelo menos ele me levou até a nossa cama, no seu colo. Com os seus braços fortes, encostada no seu peito duro e me fez lembrar a vez que invadimos a empresa que funcionava a Merlyn Global. Boas memórias!
- Achei! – exclamo feliz. – Mia, sua mãe, particularmente, é a rainha das tecnologias. – rio da piada ruim. Desde quando eu faço trocadilho com o meu sobrenome. Oh, céus! Oliver iria pirar com isso. Quer dizer, se eu não o matasse antes pela falta de notícias. – A última localização do seu celular foi ontem a noite, na casa do Dig. Depois disso sumiu do mapa. – começo a digitar novamente. – Agora vamos ver o que o seu padrinho está fazendo, porque onde um está o outro vai também.
Quer dizer, eu espero que não seja o que estou pensando. Deveria ter pegado aquela cenoura, que tinha sobrado do meu jantar. Foco Felicity, foco. Você precisa de...
- O que Dig está fazendo em Centro City? – pergunto pra mim mesma. Hackeio algumas câmeras e voalá! Temos algumas imagens. Bem ruim por sinal. A fumaça não ajuda também. Ativo o volume pra ver se ouço algo.
Bang. Bang. Bang. Bang. Pulo da cadeira com o som do tiroteio. Tudo bem. Vamos ao comunicador do Dig, então.
- Estamos sem a visão do alvo – ouço a voz do Dig e mais tiros.
- Dig! – chamo. Eu realmente espero que Oliver não esteja com ele, porque senão cabeças vão rolar.
- Felicity? – diz confuso – Você hackeou a minha comunicação com a Argus?
- Hum! – aperto meus lábios. – Sim.
Tiros e uma bomba explodindo.
- Hobbie ou saudades? – pergunta ofegante – Porque de volta é que não está.
- Na verdade, você sabe onde o meu marido está? – questiono-o observando se esvair limpando a minha visão do que estava acontecendo. – Você está em uma missão com o Esquadrão Suicida? Não que seja da minha conta, mas da ultima vez não deu errado. Quer dizer...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quase dois dias
RomanceQuando Oliver sai para procurar informações sobre a falta de comunicação com William e demora mais do que deveria, sem fazer nenhum contato. O que Felicity deveria fazer? Ligar para quem?