Presentes.

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Todos já ouvimos pelo menos uma vez na vida que tudo que é bom dura pouco.

Mas, na verdade, a definição de em que velocidade os momentos da nossa vida passam é subjetiva e relativa. Quando estamos fazendo algo que gostamos, parece que o tempo passa mais rápido, pois estamos tão entretidos em fazer tal coisa que sempre queremos um pouco mais; assim como num momento de dificuldade, parece que tudo se move em câmera lenta, sempre tão distante do fim do sofrimento.

...

Quando Yoongi recebeu a carta de confirmação da sua bolsa de estudos, tudo na sua vida passou como um raio. Foi tudo tão repentino e num momento tão abrupto, teve que resolver tudo em menos de uma semana. Trâmites do alojamento onde ele ficaria, a Faculdade, os colegas de dormitório, tudo jogado em cima de si como uma avalanche de informações novas. Mas o Min sabia que deveria aproveitar tal oportunidade, era impossível negar, mesmo que lhe deixasse longe de quem mais queria perto.

Naquele momento, pensou que talvez fossem as estrelas se ajustando, fazendo com que sua vida fosse para onde deveria ir, longe de um ômega baixinho e genioso. Jimin não o mandara mensagens ou ligou durante os dias que se seguiram, poderia ser pelo heat, mas mesmo depois disso continuou sem falar com o menor. Queria ter se despedido decentemente e se desculpado pessoalmente, mas com certeza o Park ainda estava aborrecido suficiente consigo para sequer dar um “oi”. Decidiu escrever uma carta para o pequeno, se assegurando de fazer com que chegasse nas mãos do loiro através de suas mães. A única coisa que queria era uma resposta de Jimin, dizendo que o perdoava, ou mesmo que não, só queria que o ômega voltasse a falar consigo. Infelizmente, nenhuma resposta obteve.

Os dias se arrastavam na faculdade e Jimin não deixava de habitar a mente de Yoongi, não queria que as coisas ficassem estranhas entre eles, deveria ter pensado primeiro no que afetaria ter passado o primeiro cio do garoto com ele, mas o cheiro floral de Jimin, e claro, seus sentimentos pelo mesmo se sobressaíram naquele momento. E agora estava definitivamente afastado do pequeno, só o veria novamente quando voltasse para casa e nem era certeza que Park voltaria a falar com ele, muito menos voltar a ser seu melhor amigo.

Não poderia ficar o resto da vida pensando sobre isso, então resolveu que daria tempo ao tempo, se focando nos estudos e aproveitando a oportunidade que recebera.

[...]

Jimin ainda estava incrédulo, precisava provar aos seus olhos que aquilo era real. Tomou um banho sem se demorar na banheira, vestiu um blusão vermellho que adorava, um jeans de barras dobradas no tornozelo e seu All Star clássico de cano médio. Hidratou os lábios e riu para si mesmo no espelho. O que estava fazendo? Era só o Yoongi, o Yoongi de sempre.

Se deu conta de que fazia tempo demais que não se falavam, Min tinha passado um ano inteiro fora, com certeza conheceu gente nova, talvez até não tivesse vindo sozinho. Balançou a cabeça rindo sem graça. Era seu amigo, afinal de contas. Depois de tanto tempo, precisavam conversar e acertar tudo independente de qualquer coisa. Yoongi assumira a culpa do que aconteceu e não era certo, Jimin também não havia se controlado.

Desceu as escadas respirando fundo, abriu a porta e foi até a casa dos Min.

— Jimin! Quanto tempo não lhe via. Entre! — A mãe de Yoongi abriu a porta e sorriu calorosa ao vê-lo.

— Bom dia, sra. Min... na verdade, eu pensei ter visto o Yoon na janela e resolvi passar aqui... — disse dando uma olhada para a sala.

— Ah, sim! Ele veio para o Natal, chegou ontem, o meu bebê — falou sorrindo terna. — Ele disse que ia sair rapidinho, achei até que ia encontrar com vocês.

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