seven

588 51 15
                                    

O fim de semana passou voando como um sonho irreal e belo, mas tudo de fato aconteceu. Ah... Eu faria uma oferenda como forma de agradecimento aos deuses pela dádiva de ter Sofia comigo.

No sábado Sofia ficou em sua casa, claro que eu queria que ela ficasse comigo, mas eu sei que ela precisava do próprio espaço e entendo que várias dúvidas e receios passam em sua cabeça. Se decobrir bissexual por se apaixonar pela melhor amiga (ainda não tô acreditando, meu coração salta de alegria por saber que o que sinto é recíproco) é difícil.

Já no domingo Sofia passou a tarde em minha casa. Mal conseguia conter o êxtase e a alegria devido o meu maior anseio do momento tivesse se realizando. Eu não sei em que momento tudo mudou, em que momento minha velha e boa amiga Sofia se tornou meu desejo, minha paixão, se tornou o que meu corpo clamava para estar perto, o que meu coração palpitava só de eu olhar seu sorriso sincero e o que a minha mente insistia em pensar e se viciar.

Dans mon esprit tout divague
Je me perds dans tes yeux
Je me noie dans la vague de ton regard amoureux
Je ne veux que ton âme divaguant sur ma peau
Une fleur, une femme dans ton cœur Roméo
Je ne suis que ton ombre, le souffle lancinant
De nos corps dans le sombre animés lentement

Talvez fosse apenas inevitável eu me apaixonar por Sofia, eu estava talvez adiando o inadiável?

Foram alguns belos anos de adiamento afinal, tê-la como amiga foi como ganhar na loteria, todas nossas risadas, danças malucas, o consolo que achávamos uma na outra, as nossas desavenças e discordâncias, uma adorável amizade.
Mas eu me apaixonei.
Tenho sorte por ser recíproco, sorte por eu a ter encontrado, sorte por ela ter se tornado minha melhor amiga. Sorte da minha futura namorada ser minha amiga antes de tudo. Não, mas isso tudo não é sorte, porque o amor não é sorte, não é como comprar uma cartela da mega sena, escolher números aleatórios e esperar que sejam iguais aos que as moças da televisão sortearem. Não, amor é destino. "Nossa que clichê" você pode dizer. Mas é isso, o amor é clichê e sim, nós temos sorte por ele ser clichê.

E como eu estava dizendo anteriormente, Sofia estava comigo em minha casa assistindo a algum filme junto com meus pais na sala de estar, enquanto eu e ela estávamos sentadas no chão apoiadas em um dos sofás, meu pai e minha estavam sentados em outro sofá abraçados, como se não quisessem ser desgrudados nem se um terremoto acontecesse, claro que como todo casal eles tiveram suas crises e já presenciei algumas, mas nada que não se resolvesse em no máximo dois dias. Como eu já disse à Sofia, o amor sempre vence.

Depois do filme e do jantar, eu e minha futura namorada fomos para o meu quarto. Fizemos brigadeiro e coloquei para tocar numa caixinha algumas músicas que gostamos, dançamos juntas, separadas, em sintonia com a música ou com a outra.

A música tem esse poder, sempre foi um elo entre mim e Sofia e por esse motivo estou escrevendo uma para ela. Depois de vários beijos e carícias decidimos dormir, abraçadas claro, pois no outro dia seria dia de encontrar a escola e infelizmente Ethan, não que ele fosse um problema, mas sem dúvidas era um incômodo.

--☆--

- mais um dia nessa brilhante escola de Massachusetts. - Sofia diz com um suspiro. Estamos lado a lado com uma distância razoável entre nós, em uma rua perto da escola, porém não tem ninguém por perto.

- até que não odeio muito esse lugar. - brinco.

- pois eu sim, não vejo a hora de terminar o colegial e partir pra uma faculdade.

- e você já decidiu? Ano passado queria fazer medicina e ano retrasado queria psicologia, já se decidiu garota? - pergunto soltando uma risada baixa.

Sofia [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora