Maré mansa

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Prefiro ir contra a maré do que me deixar levar por ela.
Procurei me jogar em um abismo do qual o final tinha um mar.
Queria me afogar ali,
me afogar em minhas magoas ou
em minha felicidade.

A maré está mansa,
sem ondas quebrando contra o penhasco,
tudo num devido silêncio,
sem turbulências.

Não consigo ver que caminho seguir diante desse imenso mar,
dessa imensa profundidade,
desse imenso céu escuro com algumas estrelas a presenciar minha situação sem poder fazer nada,
desse silêncio perturbardor como em uma calada da noite.

A única coisa que me restou presa nesse imenso mar foram minhas refletições,
minhas memórias.

Sozinha sem poder voltar,
ser resgatada,
ser curada,
ser amada.
De eu para eu nesse imenso mar,
somente eu.

Aguardo o dia da luz surgir,
a luz da lua,
só assim,
poderei escolher que caminho seguir nesse imenso mar sem fim.
No fundo ele sabe que somente há uma pessoa aguardando ser liberta.

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