Acaso

Capítulo 07

ELE

"Atenção senhores passageiro do vôo 3557, por favor se dirigir para o portão de embarque, plataforma 04".

Peguei minha mala de mão saindo direção ao portão de embarque, um frio na barriga era o que eu estava sentindo agora. Mas isso não era porque eu ia estar em um vôo por mais de nove horas. Esse frio tinha haver com o depois.

Eu amo Charlise, amo mais que tudo. Não sei o que vai ser de mim, se o nosso relacionamento acabar, se ela não me quiser mais. Não sei o que vai acontecer se ela me fizer escolher. Eu a amo, mas aquela criança é minha responsabilidade agora.

- Aqui senhor - estava tão absorto que não percebi quando uma mulher colocou o bilhete dentro do meu passaporte - Tenha uma boa viagem.

- Obrigado.

Estava bem acomodado em meu assento na primeira classe, por sorte ninguém sentou ao meu lado. Resolvi algumas pendências no computador, em algum momento, quando procurava um arquivo, abri uma pasta de fotos; eram fotos minhas e de Charlise, das nossas viagens e passeios em parques.

Charlise é o meu anjo, sempre fomos amigos, depois fomos amantes. Tivemos bons e maus tempo. Esse era um mal tempo, por um ato inconsequente meu, que se não fosse pela lembrança de estar no bar e depois acordar em uma cama com outra mulher e uma criança com meu DNA, eu não saberia, porque sinceramente eu não lembro de nada.

Espero que Deus tenha piedade de mim, que permita que meu casamento não acabe e que possamos viver uma vida feliz, seria um sonho poder viver com minha mulher e minha filha, todos juntos.

Anny, uma garotinha muito linda pelo que eu me lembro, já que não tive muito tempo com ela, preferi me afastar, não ter nenhum contato por agora, isso machucaria mais Charl. Como estava dizendo, Anny era encantadora, já foi rejeitada uma vez. O que seria dessa criança ser rejeitada outra vez?

Confesso que não fiquei feliz quando um advogado da mãe da menina veio até meu escritório e a entregou para mim. Ela era o motivo para meu casamento está em ruínas.

Após alguns dias de reflexão, aceitei que o culpado disso tudo era eu.

Minha mãe não estava estava feliz, por gostar muito de Charlise ela disse que não queria se "envolver com o meu problema", ou seja, não podia contar com ela.

Encontrei Denna em uma agência. Não foi fácil, eu queria uma mulher experiente com crianças, que tivesse disposição vinte quatro horas por dias, sete dias na semana. Denna se enquadrou, mulher de quarenta e sete anos, viúva, dois filhos, mas os dois estavam em uma universidade, e o melhor de tudo, tinhas disposição. E por o que percebi, ela também tinha amor pela menina.

Esse tempo que passei fora, não sei se foi bom ou ruim, precisei viajar a trabalho. Não sei se deixar a menina com Charlise foi uma boa ideia, não que ela fosse fazer algum mal para a criança, Charl gosta de crianças, mas será se ela vai gostar da minha?

[...]

Dei graças a Deus quando o avião pousou, eu estava estressado, uma viagem que duraria nove horas, acabou atrasando para mais três. Peguei minhas malas na esteira, paguei o estacionamento, estava ansioso para chegar em casa, queria ter oportunidade de ter conversado com Charlise, mas o maldito vôo atrasou.

Era meia noite quando estacionei o carro em minha garagem. Respirei fundo, entrei na sala e tudo estava em completo silêncio, me ajoelhei no chão e fiz uma oração pedindo ao Pai que tudo se resolvesse, que Charlise me perdoasse e aceitasse a criança para podermos viver como uma família. Espero que Deus me escute.