Capítulo 1

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- Maria, tem certeza que não quer que eu a deixe na sua casa? Adria tinha planejado até o lanche de vocês, mas minha mãe não esta se sentindo bem e não posso deixar vocês aqui sem um adulto

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- Maria, tem certeza que não quer que eu a deixe na sua casa? Adria tinha planejado até o lanche de vocês, mas minha mãe não esta se sentindo bem e não posso deixar vocês aqui sem um adulto. -A mãe da minha colega de classe diz chateada.

- Não se preocupa tia, nós podemos terminar o trabalho outro dia, é só para o final do mês. E não tem problema em me deixar no prédio do meu irmão, tenho que pegar umas coisas que deixei lá e depois ele me leva para casa. É bom que aproveito para arrumar a bagunça dele.

Esqueci o livro que tenho que estudar na casa dele, Júlio me ajudou a estudar sobre a historia da arte, lógico que ele ajudou né, meu irmão ama temas como esse. Ele também me mostra coisas sobre a faculdade de medicina, quero ser uma pediatra então ele me ajuda a ler coisas para me preparar. Diz que é vestibulinho do Júlio!

Estou feliz pelo meu irmão ter encontrado alguém para amar, Vida está fazendo tão bem ao meu irmão que custo a acreditar o jeito que a tratei na primeira vez que a vi. Ela é toda espalhafatosa, alegre, feliz, tudo o que meu irmão nunca foi. Eles fazem um contraste gritante, onde ele é serio demais e ela feliz demais, os dois se completam. Eu nunca entendi muito bem o fato de ele ser tão fechado ou não ter amigos, minha mãe dizia que ele era muito tímido e por isso não conseguia fazer amizade com ninguém. Eu não me vejo sem amigas, sem fofocar, sem rir das palhaçadas delas, mas cada um cada um, como diz meu pai.

Chego ao prédio do meu irmão e após me despedir da Adria e sua mãe, entro e cumprimento o porteiro e subo para o apartamento do Júlio. Como eu tenho as chaves, nem me preocupo em ligar para ele, abro a porta e já me deparo com seus cadernos de desenho espalhados pela sala. Em cada comodo tem cadernos de desenho ou um carvão, como ele chama, na casa dos meus pais e na fazenda também é assim. Saio recolhendo sua bagunça e colocando tudo no lugar, depois vou na cozinha e me surpreendo com a organização. Júlio sempre sai apressado e deixa a louça suja, vai ver ele dormiu na casa da Colorida dele. Depois de arrumar as coisas, vou para o meu quarto e coloco o fone de ouvido e me deito na minha cama e pego o livro para ler algumas coisas que ele marcou. Acabo me perdendo na leitura e adormeço com o livro praticamente na minha cara. Acordo um tempo depois e me levanto quando ouço vozes vindo da sala, curiosa como sou vou pé ante pé só para saber o que estão dizendo, quando vejo que é meu pai e meu irmão resolvo assusta-los, porém paro quando escuto uma frase que me mantem presa no lugar.

Eu sou a vitima e não ele.

Vitima do que? Do que meu irmão está falando?

Resolvo me esconder no escritório ao lado da sala e deixo uma fresta da porta aberta para que eu possa ouvir o que estão dizendo. 

- Eu sempre falei isso filho, você não tem culpa e sim eles. Você era uma criança e só queria proteger a sua irmã. -Meu pai diz com sua voz grossa.

- Eu sei, mas só agora eu consegui entender. Eu achava que por te aceitado tudo calado, que foi para proteger e cuidar da Maria, eu não poderia me considerar uma vitima. Nunca me passou pela cabeça que por ser uma criança, independente do que aconteceu, eu não pedi por nada e eles são o culpado. Minha progenitora é a culpada, que preferia as drogas do que proteger o filho! -Júlio diz e posso sentir pelo tom da sua voz que ele esta chorando.

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