Já a tempos ando afastada
Não me faço mais as ruas...
Não porquê me escondo, mas a minha presença vos cria certo incômodo
É notório!
Talvez minha nudez chegue a ferir o que vos leva ao meu oposto preferir
Questionem a uma mulher virtuosa banhada de atributos exuberantes como é ser trocada pelo seu oposto, só assim entenderão minha inquietação!
Ou não, porquê por elas também sou esquecida, vivem as esquivas!
Sim! sou eu ao vosso ver a causa da discórdia, se soubessem que sou o elo da concórdia!
Se me desejassem antes do vosso agir inconsequente não tinham esse acto incoerente nem me veriam como indecente...
Foi feita para o início, este é o meu momento propício
Levo comigo princípios, mas vocês preferem os comícios
Excitam-se por balbuciar palavreados incontáveis de quem a tempos despiu-me e sobrecarregou suas vestes de especiarias pura quinquilharia que parece deslumbrar-vos
Desprezaram-me a mim, que já vim nua, com o corpo saliente quente, pronta para vos servir
Mas a mim não querem vir, mesmo cientes que ao final terão de me seguir!
Continuo na mesma esquina, na rua da razão, que faz cruzamento com a maturidade, a minha direita está a leadade se procurares pela praticidade fácilmente me encontrarás:
EU SOU A VERDADE!
A minha esquerda está a maldade, apelidada de mentira, ela roubou-me as vestes e embaralhou-me os caminhos!
Se por ela seguires tardiamente chegas a mim
Mas eu sou o fim de quem não me colocou no início!
Nestas alturas venho dura e ríspida, os caminhos esburacados da mentira me tiram a leveza!
Não é culpa minha, é a tua falta de proeza!
Ainda com minha nudez, me escolher prova tua sensatez!
