Good Boy

Bom garoto.

Tô voltando a escrever aos poucos, essa fic já tava quase terminada, só faltava uns dois ou três parágrafos então resolvi fazer uma forcinha a mais e tentar terminar.

Espero que gostem. Me inspirei na fanart da capa desse capítulo hehe

Boa leitura e não esqueçam de dizer o que acharam depois pra dar aquela motivação (aceito críticas construtivas viu) ❤️❤️

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Eu e Hoseok nos conhecemos desde criança, quando ele tinha apenas dez anos foi a primeira vez que sua mãe me pediu para cuidar do garoto. Na época nossas famílias eram vizinhas, de início não nos demos muito bem já que eu simplesmente odiava o fato de ter que cuidar de uma criança com quem eu não tinha nenhum tipo de parentesco, se eu já nem cuidava dos meus primos porque tinha que cuidar de um pirralho filho da vizinha?

Eu tinha quatorze anos e estava no auge da minha adolescência, eu era um chato resmungão que adorava ficar no quarto jogando ou ouvindo música. Minha mãe viu em Hoseok uma forma de me fazer parar de ser tão quieto na minha, só que não deu muito certo já que durante bastante tempo eu só mandava o garoto ficar quieto ou eu quebrava a cara dele enquanto eu ficava na minha. No entanto, com o tempo nossa relação foi melhorando, o Jung era uma criança animada e feliz mas não chegava a ser o tipo insuportável que dá vontade de jogar pela janela do quinto andar. Ele aceitava tudo de bom grado e nós aos poucos nos tornamos amigos.

Até que nos tornamos quase que inseparáveis, mesmo que a idade atrapalhasse um pouco. Sempre íamos juntos para a escola de manhã e, de tarde, ficávamos em casa juntos enquanto nossas mães trabalhavam. Quando eu tinha dezesseis, passei a me sentir estranho em relação a ele e um amigo meu disse que eu estava gostando do menino. Mas ele tinha apenas doze anos, então eu guardei pra mim e apenas ignorei aquele sentimento idiota. Nessa época eu dei meu primeiro beijo e comecei a pegar várias pessoas como uma forma de esconder de mim mesmo o que eu estava sentindo por uma criança, o que era totalmente errado.

Quando fiz dezoito anos, terminei a escola no mesmo ano e em pouco tempo consegui uma bolsa para a faculdade. Nessa época eu e Hoseok fomos obrigados a nos afastar um pouco e ele, com seus quatorze anos, chegou ao ponto de chorar achando que nós nunca mais iríamos nos ver sendo que morávamos no mesmo prédio e principalmente no mesmo andar. No entanto eu fiz de tudo pra sempre ter um tempo sobrando pra passar com ele, eu estudava de madrugada apenas para conseguir passar algumas horas com ele durante o dia.

No meu segundo ano na faculdade, quando Hoseok tinha dezesseis e eu já chegava aos vinte, meus pais resolveram se mudar e eu fiquei com o apartamento deles, morando sozinho. Alguns meses depois, aconteceu algo que iria mudar minha relação com o Jung para sempre.

Eu estava guardando os livros e cadernos da faculdade, pois havia acabado de estudar para uma prova e estava cansado de tantas coisas na minha cabeça. Hoseok apareceu em meu apartamento, querendo conversar comigo e parecia bastante receoso. Escutei o garoto dizendo que sempre gostou de mim, mas que nunca teve coragem de dizer pois tinha medo do que eu iria falar por causa da diferença de nossas idades. Permaneci em silêncio até que ele chegou perigosamente perto e me beijou. Me assustei com seu ato e acabei o empurrando, sem saber o que dizer fiz a maior merda que poderia ter feito: o mandei embora.

Porém, não consegui ficar bem com aquela situação, eu sabia que Hoseok estava mal por eu tê-lo mandado embora e eu também estava. Foi como se todos os anos em que reprimi os sentimento pelo garoto tivessem voltado a tona. No outro dia, logo cedo fui até a casa dele já que eu não havia conseguido dormir a noite inteira. Sua mãe me atendeu e eu pedi que ela falasse para ele ir até meu apartamento quando chegasse da escola. Ao meio dia escutei a campainha tocar e meu coração quase parou, eu abri a porta encontrando um Hoseok cabisbaixo e até parecia ter chorado. Foi como um baque vê-lo daquele jeitinho triste. O puxei pelo braço e fechei a porta com rapidez, não demorando em envolvê-lo num abraço apertado.