Capítulo Único

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Laura estava com sua filha de dois meses nos braços em frente à recepção do hospital, esperando o horário de visitas começar.
Desta vez o espírito aventureiro de Changkyun, havia o levado ao hospital. Uma trilha com amigos resultará em dois dias perdido na mata e um pé quebrado.

Sentada a frente da recepção Laura olhava sua filha com carinho, admirava cada detalhe dela. Mesmo com a pele escura, um pouco clara devido a miscigenação com o pai, que ela herdara da mãe negra, ela era a cara do muito o pai: Changkyun.

A recepcionista libera a entrada, Laura se levanta e vai à passos lentos para mais a fundo no hospital, de acordo com as coordenadas da recepcionista.
Ao chegar em frente à porta do quarto, respirou fundo e abriu a mesma lentamente, tendo aos poucos a visão do pai de sua filha, deitado na cama com o pé engessado e expressão surpresa ao vê-la.

- Bom dia! - Laura diz, fechando a porta atrás de si.

- Bom dia! - Changkyun responde surpreso.

- Eu trouxe ela pra você ver! - Disse Laura, seria, mostrando a filha pequena.

Ele olhou para a menina e deu um sorriso largo. Sentou-se na cama e começou a fazer brincadeirinhas de longe, chamando a pequena no colo da mãe e pedindo para que as duas se aproximassem da cama. Laura se aproximou um pouco, receosa.

- Me deixe segurá-la? - Ele esticou os braços em direção a bebê, com o olhar pidonho. - Por favor?

- Não, Changkyun, você... está doente!

- Não estou doente, tive só começo de desidratação e estou com o pé quebrado, amanhã já tenho alta. - Explicou ele ainda com os braços esticados.

Depois dele insistir umas duas vezes, Laura lhe entrega a bebê com cuidado, aconchegando ela sobre o peito do pai.

- Olá, pequena Tae In! - Ele acariciava os poucos cabelos da bebê. - O papai estava com tanta saudades de você, meu amor!

A bebê reagia à voz dele, procurava-o com os olhos, mexia-se. Ele fazia caretas para ela, e ela arregalava os olhos, prestando atenção em tudo que ele fazia. Tae In era a filhinha do papai, desde a barriga, sempre mexia muito ao ouvir a voz do pai.

Laura observava de relance a cena, enquanto brincava com a dobra do lençol da cama como uma forma de descontar seu desconforto. Não queria estar ali. Só havia ido depois de muita insistência dele.

Ainda estava magoada com Changkyun depois da briga que tiveram, pouco antes do nascimento da filha e da separação que mesmo difícil foi em comum acordo.
Estava brava porque ainda amava aquele homem, mas ele parecia não levar nada a sério, os dias que ele passara desaparecido foram os dias mais dolorosos da vida de Laura, dias que ela só chorava. Pelo menos quando Tae In nasceu, ele foi um ótimo pai, mas ainda sim, não era tudo.

O que fazer?
O queria de volta, mas não sentia-se segura o bastante de que ele mudaria!

- Hey! - Laura foi rapidamente tirada de seus pensamentos por um toque leve de Changkyun em uma de suas mãos. - Obrigado por trazê-la!

Esse toque logo tornou-se um apertar de mãos involuntário. Laura e Changkyun se entreolharam durante alguns segundos, sem dizer uma palavra sequer. Pareciam estar tentando ler a mente um do outro.

- Eu acho melhor nós irmos, a recepcionista disse que não é bom ficar muito tempo com a bebê aqui dentro do hospital. - Laura passou a mão pelos cabelos tentando disfarçar o que aqueles segundos de olhar fizeram com seu coração. Mas ainda segurava a mão de Changkyun.

- Mas já? - Ele reclamou, mas não obteve resposta.

Ela soltou a mão dele, para poder pegar a bebê de volta, mas Changkyun pegou sua mão novamente em um movimento rápido e puxando-a para que seus rostos ficassem próximos.

- Espera... - Changkyun engoliu seco e olhou fundo nos olhos de Laura. - Me Perdoe!

- Changkyun...

- Não, por favor me deixe dizer o que eu preciso. - Ele respirou fundo. - Esses dias que eu passei perdido, me fizeram pensar muito... Me fizeram entender que a vida é um sopro, e que precisamos estar com quem amamos e ser responsáveis por elas. Eu só conseguia pensar em você e em Tae In, no quanto eu queria mais uma oportunidade de estar com vocês e corrigir os meus erros...

Os olhos de ambos estavam marejados agora, e ele continuou:

- Por favor Laura, me dê mais uma chance? Mais uma chance pra ser o homem que você merece e o pai que nossa filha merece! Eu te amo tanto!

Os dois já choravam nesse momento.

- Chang, eu... também te amo!

Essa foi a deixa para que ele a beijasse os lábios com delicadeza e carinho. Um beijo que talvez selaria a segunda chance do casal.
Mas depois que o beijo terminou. Laura, disse que precisava pensar, ainda estava insegura, e Changkyun concordou em esperar.

~#~

No dia seguinte, as 10h da manhã, Changkyun receberá sua alta. Usaria gesso, por mais um mês, mas estava feliz por sair do hospital, não gostava nada daquele ambiente.
Não havia tido notícias de Laura, desde que ela saiu de lá no dia anterior com Tae In ficando de pensar no pedido de perdão dele. Ela não havia respondido suas mensagens, nem suas ligações.

Quando estava chegando na porta do hospital, um enfermeiro perguntou se ele queria que ligasse para um parente ou chamasse um táxi. Antes que Changkyun conseguisse responder, Laura apareceu em sua frente, sorrindo, com a pequena Tae In nos braços. O que fez Changkyun sorrir e entender tudo, e a voz de Laura soou como música para seus ouvidos:

- Vamos pra casa!

Fim!

One Shot: Perdonamé (Im Changkyun)Onde histórias criam vida. Descubra agora