Capítulo 1

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Existe um lugar, incompreendido pela nossa compreensão, onde mentes brilhantes podem ter um descanso, falar sobre si e conseguir um latão de Itaipava. Esse lugar pode ter várias formas, dependendo de quem foi contratado como decorador. O decorador no caso, era o finado rei português Dom Dinis, que foi contratado por seu amigo, e dono do bar, Luís Vaz de Camões. Depois de viajar às Índias e escrever Os Lusíadas (e falecer em 1580), ele decidiu abrir um local onde todos os seus iguais pudessem parar e relaxar. Sejam bem vindos ao BARco.

Era uma quarta-feira, logo depois do almoço

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Era uma quarta-feira, logo depois do almoço. O BARco estava pouco movimentado. Afinal, ninguém queria sair de casa naqueles dias. No lado esquerdo do bar, num pequeno palco improvisado, Dom Dinis e a sua viola trovavam pequenos versos para os consumidores do estabelecimento.

— Dirigindo-se a uma amiga, a rapariga pensa que o seu amigo, que se foi com o rei, deveu de morrer de pena, visto que não volta falar com ela

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— Dirigindo-se a uma amiga, a rapariga pensa que o seu amigo, que se foi com o rei, deveu de morrer de pena, visto que não volta falar com ela.

Enquanto isso, Platão e Alexandre, o Grande estavam jogando sinuca na mesa que ficava no centro do bar. 

Ainda havia um terceiro sujeito que não falava com ninguém

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Ainda havia um terceiro sujeito que não falava com ninguém. Ele estava no balcão, tomando uma aguardente, na sua, por assim dizer. 

Ao fundo, passava a reprise da final da Eurocopa 2004, onde a Grécia derrotou Portugal

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Ao fundo, passava a reprise da final da Eurocopa 2004, onde a Grécia derrotou Portugal. Ao que a seleção grega marcou o gol, Platão se pôs a comemorar, e foi caçoar o antigo rei português:

 Ao que a seleção grega marcou o gol, Platão se pôs a comemorar, e foi caçoar o antigo rei português:

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— Está vendo, portuga. Esse é o futebol ideal, o seu é apenas mimese da mimese.

Ai Platon! Se Deus mi pardon!

E pois havedes tan gran coraçon

Que vos eu loe en esta razon,

Vos quero já loar toda via;

E vedes qual será a loaçon:

Ah Platon, velho e sandio!

Após isso, Alexandre e o homem no balcão deram uma risada pela cantiga de escárnio.

Após a pequena retrucada do Dom, Platão voltou-se a Alexandre, este que disse:

— Ah, isso sim é que é jogo. Emocionante, violento, cheio de drama. Me lembra das minhas campanhas, sabe?

Ao que Platão responde:

— Helenísticos... só não são piores que... — Nesse momento, o general romano Marco Antônio adentrou o recinto, colocando o seu capacete e a sua espada no cabideiro do bar. — Romanos.

Alexandre deixou o seu taco na mesa e foi cumprimentar Marco Antônio. Os dois se abraçaram e trocaram generosidades. Platão observava, com um certo desprezo. Então, Marco Antônio, se dirigiu a Platão e estendeu a mão para cumprimentá-lo, ao que Platão respondeu:

— Se eu te estender a minha mão, vai copiá-la, como fez com toda a arte do meu povo? Babaca.

Marco Antônio tirou a mão e respondeu:

— Você sabe, melhor do que ninguém, que o meu grande império nunca copiou nada. Apenas incrementamos em cima das suas tradições e as transformamos em algo melhor. Somos práticos, meu mano.

— Práticos. Ha! E eu sou o ideal de beleza e masculinidade forjada por medo e que não é a figura a qual a pólis merece, mas sim aquele que ela precisa.

— Suas referências culturais são tão idiotas quanto os seus Templos. Porque faz total sentido gastar dinheiro e recursos em uma obra que não vai ser útil no fim do dia. Se fosse em Roma, poderíamos ter usado o templo pra cumprir as demandas do nosso povo.

Nessa parte, Alexandre interrompe os dois e diz que é melhor que os dois parassem, ou o dono do bar poderia ficar irritado e expulsá-los assim como quando os romanos expulsaram os etruscos da península itálica.

Para acalmar os ânimos, Alexandre sugeriu a atividade favorita de todo aquele que se encontra num bar ou numa ágora: truco.

Platão e Marco Antônio aceitaram a proposta, mas havia um problema: faltava um quarto jogador

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Platão e Marco Antônio aceitaram a proposta, mas havia um problema: faltava um quarto jogador. Dom Dinis se recusara a jogar, pois estava sendo pago para cantar e trovar. Então, eles pensaram em perguntar pro senhor, que se encontrava bebendo no balcão.

Alexandre então se aproximou e disse:

— Olá, meu caríssimo e ilustríssimo senhor, boa tarde. Meu nome é Alexandre, o Grande e estes aqui são meus amigos Marco Antônio e Platão. Nós desejávamos saber se o senhor estaria disposto a expandir a sua mente e se desafiar conosco, num desafio de habilidade e estratégia, onde apenas uma dupla poderá sair em pé, com o doce sabor da glória em seus ombros e a vitória em seu peito! O senhor aceita?

Ao fim de sua fala, o homem não entendeu absolutamente nada, pelo seu jeitinho emocionado de ser. Então, Marco Antônio chegou e disse:

— Meu bom, bora bater um truco?

Então, o homem virou o resto da sua aguardente, e disse:

— Uga buga. 

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