H.O.P.E

Especial - Parte 1: constant.

Buenas lecturas, ángeles 🐍

H A R R Y P O T T E R.

"Lembre-se Harry, eles podem e vão manipular a situação para que a ideia lhe pareça coerente, mas não é."

O dia mal havia começado e já se sentia irritado. Era intrigante como tudo ao seu redor começou a parecer forçado, desnecessário e totalmente sem sentido. Afinal, era o menino que sobreviveu, certo? O herói do mundo bruxo e sem falar de toda quantia absurda que guardava no banco.

Mas é, ele já estava cansado.

Não era fácil viver com todos os holofotes virados para si, com pessoas que o enxergava como ídolo, muito menos viver sem um pingo de privacidade em toda e qualquer situação de sua vida.

Vida essa que nunca foi pessoal.

E, parando para pensar, quando foi que teve vida pessoal? Estava sempre se arriscando, tentando salvar a própria vida ou a de seus amigos. Sua vida inteira foi baseada em perdas constantes e o perigo o esperando na porta. O pior é pensar no quanto se sentia tolo de ter a esperança de que depois da guerra tudo iria melhoras e ele finalmente se encontraria. Mas guerra acabou e toda evolução de sentimentos positivos evaporaram de seus poros, deixando seu corpo de uma maneira dolorosa, porque, afinal, ele ainda era Harry Potter.

Estava fadado a viver assim.

Parecia que sua guerra pessoal estava apenas começando.

Revirou os olhos quando se lembrou o quanto estava preso, a testa franzindo em descontentamento e a expressão fechada demonstrando sua falta de paciência enquanto caminhava rumo ao Ministério, o motivo de suas dores de cabeça contante e preocupação desenfreada de seus dois melhores amigos. Ministério que, agora o arrastava para eventos que julgavam importante, reuniões sem sentido e tudo apenas para mantê-lo sob vigilância.

Grande merda.

Mas ele tentava se comportar, afinal, queria fazer algo de sua vida, certo? Precisava de uma carreira, não poderia viver da fortuna de seu padrinho ou de seus pais. Necessitava de algo seu. Era um homem agora e esse homem precisava de estabilidade.

Sabia que com a fortuna poderia viver bem sem ter que trabalhar uma única vez na vida, mas não era algo que passava em sua cabeça, conseguiria lidar com toda essa inconstante que resumia sua vida.

Fora que, não poderia ficar parado mesmo se fosse seu desejo, sua magia não permitiria. Nunca permitiu.

E mesmo que ainda não tivesse algo em mente tinha certeza de que iria encontrar, todos sempre encontram.

E mesmo que não encontrasse ainda poderia se tornar um Auror.

Arg, era tanta coisa para pensar...

Em toda postura intimidante que havia dado as caras em sua personalidade, passou pelo guarda, lhe entregando sua varinha, vestido impecavelmente, impotente, seu terno negro em perfeito contraste com sua pele clara, sapatos sociais tão listrados quanto o próprio piso e seus óculos escuros, contradizendo sua própria vontade de passar despercebido e voltar pra casa o quanto antes.

Formidável.

Ainda que a atenção tenha voltado para o homem mais atraente no recinto, sua expressão neutra e aura exalando poder impedia qualquer um de se aproximar para cumprimentá-lo cordialmente. Não era de seu interesse e muito menos era obrigado a sorrir forçado para pessoas que sequer conhecia.