America has a point.

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A determinação de Lily Evans era algo admirável, já que não se importava com o julgamento de suas ações para ter James Potter ao seu lado novamente. Acordou cedo no outro dia, certa de que precisaria fazer uma grande faxina no apartamento, que cheirava a mofo e poeira. Lily não sabia como conseguira passar a noite ali dentro sem morrer sufocada. Em consequência disso, estava com o nariz vermelho e não conseguia completar uma linha de raciocínio sem espirrar pelo menos duas vezes antes. Nada que um remédio não resolvesse.

Certa de que iria morrer se tentasse limpar aquele lugar – o que estava prestes a acontecer –, decidiu ir ao centro comprar produtos de limpeza e comida para abastecer os armários e a geladeira. Então, tomou um banho, colocou a primeira roupa que apareceu na mala, pegou a bolsa e saiu, na esperança de encontrar pelo caminho a coragem para dar um jeito na vida. Para começar, pensou deveria procurar por America – e pedir a Deus que ela ainda estivesse em Hogsmeade, que não tivesse juntado suas roupas cm seu provável marido e ido embora para qualquer lugar longe dali.

Instantaneamente, Lily sentiu a culpa pesar nos seus ombros. Há alguns meses atrás, chegara a Hogsmeade para ajudar America com os preparativos de seu casamento, mas foi embora antes que ele pudesse acontecer, e, naquele momento, não sabia exatamente o que acontecera. Não sabia se America se casara com Peter, não sabia se ela ainda tinha contato com James Potter ou se James ainda estava por ali. Detestava não saber das coisas, e, por esse motivo, decidiu que precisava procurar pelas respostas. Pegou um táxi e foi até a cafeteria Três Vassouras, onde costumava trabalhar, e se tudo ocorresse como queria, America estaria lá, impaciente, lidando com seus problemas comuns, e lidando super bem.

Lily conheceu America Turner quando tinha 15 anos, estava em uma das viagens malucas de negócios dos seus pais, dessa vez na Argentina. America estava com seus pais visitando seus avós maternos, que são argentinos muito simpáticos. Desde aquele dia, elas se tornaram inseparáveis. Lily ficou um tempo em Los Angeles – onde America morava na época –, e logo retornou para casa, devido à escola, mas continuaram a ter contato, sempre se falavam e se viam nos feriados e férias, até que Lily completou 18 anos e poderia ver America com mais frequência. America sempre fora compreensiva, e muito mente aberta, ela entendia a amiga, aconselhava-a, distraía Lily em suas crises, e Lily tentava de todas as formas fazer o mesmo por ela. Muitas vezes, tentou convencê-la de a nas suas viagens pelo mundo, e quase conseguiu, mas ela conheceu Peter, e depois disso, mudou-se para Hogsmeade, de onde nunca mais saiu.

Mesmo sabendo que America era compreensiva e que nunca havia julgado pelos sumiços repentinos, desta vez Lily sentia-se apreensiva, pois outras coisas estavam em jogo. Ela havia ido embora sem deixar recado, mudou o número de telefone e não voltou mais para dar notícias. Sabia que havia sido ridícula, que tinha agido de forma irresponsável e que não merecia o perdão de America – nem o de James –, mas também sabia que era difícil de desistir, e seu arrependimento poderia servir de alguma coisa, poderia tentar se redimir.

Lily entrou no Três Vassouras sentindo aquele cheiro gostoso de café moído, e se direcionou para o balcão no qual tantas vezes ficara observando os clientes chegarem pela manhã. Sentou-se em um dos banquinhos, procurando por America, E logo a encontrou, servindo um casal com uma criança no carrinho, totalmente sorridente. Acenou para ela que, no momento que America viu a amiga, desfez o sorriso e andou em sua direção, carregando a bandeja.

– America...

Ela não disse nada, apenas deu a volta pelo balcão, pegou um copo e começou a despejar café gelado, e entregou a Lily. Quando estava de frente uma para a outra, America abriu a boca umas duas vezes, mas nenhum som saiu. Até que ela decidiu dizer alguma coisa para quebrar o silêncio.

– Onde diabos você estava, sua cretina irresponsável? – Vociferou ela, contendo-se para não aumentar o tom de voz e não chamar a atenção dos clientes. – Você atingiu o seu limite, Lily Evans! Eu cheguei ao meu limite do que posso aturar de você!

raise me up {jily fanfiction}Onde histórias criam vida. Descubra agora