• Capítulo 58 •

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Christopher voltou para sua sala ainda sem saber o que dizer. Ele estava a 2 andares de Dulce e aquilo lhe intrigava. Por diversas vezes ameaçou fazer uma ligação pra ela e pedir perdão. Mas o orgulho e o medo sempre lhe bloqueava.

Dulce havia passado dias terríveis e ninguém sabia. Ela mesma havia conversado com Rodrigo, lhe colocou contra a parede e o ameaçou para que ele lhe esquecesse de vez. Nem ela estava se reconhecendo. Aquele banho de água fria que ela levou com a ausência de Christopher consegui encorajá-la de forma surpreendente. Todos os dias ela se levantava decidida a tentar esquecê-lo. Era difícil apagar da memória aquela imagem de homem perfeito que ela tinha dele. Lá no fundo ela pensava "se ele é tão perfeito pra mim, porque não me perdoou?" "Porque me abandonou?" Isso ela não compartilhava com ninguém. Eram pensamentos vagos que lhe deixavam triste e por isso ela precisava esquecer aquele homem. Acreditava que logo fosse encontrar outro emprego melhor e sair daquela empresa de cabeça erguida. Estava disposta a vencer mais uma vez suas dificuldades no amor.

Do outro lado está Uckermann, um homem que queria parecer frio e forte. Mas por dentro estava morto. Desejava estar com Dulce, amá-la, beija-la. Seu maior inimigo era a sua própria mente que o incriminava por não ter perdoado a mulher que ele mais amou em toda vida.

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18:00

- Ucker, estou indo com o Pedro tomar uma cerveja, vamos? - Christian diz se aproximando da porta

- hoje eu não vou não. Mas obrigado pelo convite. - ele tenta sorrir para disfarçar a cara de bobo que estava segundos antes dele entrar na sala.

- tá tudo bem mesmo? - ele ergue as sobrancelhas sem entender a cara do amigo.

- sim.. está. Só não quero sair hoje. - ele gira na cadeira.

- então tá. Se quiser aparecer estaremos no mesmo lugar de sempre. - ele se vira e sai

Christopher suspira e levanta. Estava tão abalado que não conseguia pensar em nada. Só precisava ir para casa e acabar com aquele dia.

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Enquanto isso...

- amiga, onde parou seu carro?- Anahi pergunta quando elas chegam no hall do prédio e vê que Dulce caminha em direção contrária ao estacionamento.

- eu não vim de carro - ela diz e disfarça a cara.

- ué.. o que houve com o carro? - ela pergunta sem entender.

- estou sem. Mas é por pouco tempo. Vou conseguir outro.

- eu te levo então mulher! - ela diz a puxando.

- não precisa, eu vou de ônibus. - ela sorri tímida -

- claro que precisa. Vai chegar tarde assim! - lhe olha espantada

- eu não me importo. Gosto de andar sozinha.. não me leve a mal. - ela alisa o ombro da amiga.

- então tá sua doida. Qualquer coisa me ligue. - ela da um beijo no rosto da amiga

- até amanhã. Tchau. - ela sorri e continua andando rumo ao ponto de ônibus que também lhe lembrava do seu primeiro emprego naquela empresa.

Chega no ponto e se senta. Começa a mexer no celular esperando até que seu ônibus venha.

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Christopher caminha até a saída. Se aproxima do carro e entra. Liga o som na tentativa de se animar mais uma vez. Quando faz o contorno da rua passa pelo ponto de ônibus que sempre costuma estar cheio. Uma das pessoas que estava lá era Dulce. No mesmo instante ela ergue os olhos e olha para o trânsito como quem não quer nada e avista Christopher a olhando com ternura e medo. Ela se assusta e ele acelera para que não mantenham mais contato. Pareciam ter voltado à estaca zero. Mas desta vez, o chefe não tinha a autonomia de dar carona a sua assistente, já que eles nem se falavam mais e seu cargo agora era outro.

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4 capítulos no mesmo dia. Estou feliz com a interação de vocês! Amanhã tem mais. ❤️

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