Capítulo 4

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Relutante.

Não estar entusiasmado ou preparado para fazer algo.

Uma forma de relutância, adversão e oposição.

Uma emoção que os humanos do século XXV estavam muito familiarizados.

Viver num mundo em que os humanos tinham tantos direitos quanto os cães, num mundo em que os humanos eram vistos como objetos em vez de vidas, num mundo em que os vampiros tinham toda a autoridade e poder, num mundo onde todos os dias, os humanos eram forçados a fazer algo que não queriam, num mundo em que até mesmo os poucos humanos que tinham um pouco de controlo sob as suas vidas e não estavam a trabalhar como escravos para os seus 'mestres', tinham de fazer coisas com relutância.

E, dar coisas que eles estavam relutantes de dar.

~

Duas semanas.

Duas semanas tinham-se passado desde a noite do Baile do Aniversário do Rei e, estas tinham passado normalmente, nada drástico tinha acontecido desde essa noite.

A celebração decorreu sem quaisquer problemas para os Blackburn. Imediatamente após aquele estranho vampiro ter deixado Evelyn, ela encontrou Ethan. Uma pequena parte dela queria-lhe confidenciar o que tinha acontecido, mas ela não queria que ele se preocupasse.

A Nora passou a noite a dançar com inúmeros vampiros, todos eles altos na hierarquia de poder, todos eles tinham demonstrado a Nora uma quantidade de atenção satisfatória, mas nenhum deles tinha demonstrado mais interesse do que quererem satisfazer-se com o delicado corpo humano dela... Nora não rejeitou os avanços dos vampiros, como é claro. Ela sabia as regras; um humano nunca pode negar a um vampiro aquilo que ele deseja.

Evelyn e Ethan ainda estavam juntos e fortes, sempre a ignorar os constantes avisos de Nora a dizer que a relação deles não os ia levar a lado nenhum. Quanto mais ela se conectasse com o humano, maior seria a dor quando a separação acontecesse.

Mas como é claro, Evelyn ignorou o conselho da sua irmã - o que ela não devia ter feito - e continuou a apaixonar-se cada vez mais por Ethan.

*Ding* a campainha soou pela mansão dos Blackburn.

Estava a chover na noite em que os vampiros chegaram à mansão dos Blackburn. Embora Jonathan Blackburn fosse um bem conhecido homem de negócios e um dos poucos humanos respeitados no mundo, ele raramente tinha vampiros a visitar o seu lar, principalmente vampiros que eram da Corte Real.

"Margret, podes ir atender quem é que seja que está à porta?" Lynette Blackburn chamou pela empregada. Ela e Jonathan estavam sentados na sala de jantar, a ver as suas filhas a ter aulas de música. Ambas as irmãs estavam a praticar o piano.

Quando as suas filhas não estavam a olhar para eles, Jonathan discretamente beijava a testa da sua esposa, relembrando-a do quanto ele a amava. Era uma coisa bonita de se ver, todos na família estavam felizes com as suas vidas, não havia preocupações ou stress; tudo estava perfeito... Contudo, nenhum deles sabia que aquele era o último momento de felicidade que iriam partilhar. Após aquela cruel tarde, tudo iria mudar para os Blackburn...

Especialmente para Evelyn.

"Ora, ora, Jonathan Blackburn, parece que nos voltamos a encontrar..." O homem que entrou na sala de jantar era alguém que Jonathan não esperava ver... "Parece que o teu ego cresceu desde a última vez que nos vimos, eu estava à espera que toda a tua família estivesse aqui, para cumprimentar um Lorde vampiro... Não uma simples criada humana." Ele olhou para a criada que tinha cinquenta-e-poucos com ódio.

"Lorde Marcus?" Jonathan arfou, chocado com a presença do marido da sua única sobrinha favorita. Jonathan já não via Marcus há pelo menos dois meses, a última vez que o tinha visto a sua sobrinha, Alice, tinha fugido... "O que é que está aqui a fazer?" Ele questionou, preocupado com a repentina aparência do Lorde vampiro na sua casa. "A Alice está bem?"

Dark and Dangerous Love (Tradução PT)Onde histórias criam vida. Descubra agora