Capítulo 9 - Antiga Relação

143 9 4
                                    

Jubileu entrou na sala dos professores, mas era cedo então apenas Peter estava lá (porque ele está sempre adiantado).

- Bom dia, Ju. - cumprimentou ele. - Você por aqui logo cedo?!

- Bom dia. É... vim terminar algumas coisas que não deram tempo de concluir ontem.

- Ah! Ok.

- Sabe... a gente não chegou a conversar de verdade depois que eu voltei; me conta... como vai tudo?

- Nossa... aconteceu muita coisa, acredite MUUUITA coisa, demais pra eu contar agora.

- Ah! Você pode falar depois, tô pensando em marcar com o pessoal uma daquelas idas ao shopping que a gente fazia, tá afim?

- Não, valeu, é que não tenho mais paciência pra shopping, as pessoas são lentas demais.

- imagino. -ela falou com um sorrisinho. - E que tal se a gente se visse antes? Pode ser num restaurante de comida rápida.

- Tipo um encontro?

- Ei! não faz essa cara, não vai ser como se nunca tivéssemos feito isso antes.

- Não é isso. É que... acho que eu ainda gosto de outra pessoa.

- Ah... e essa... outra pessoa, ainda existem chances de vocês ficarem juntos?

- Sinceramente... acho que não.

- Então... tá aí um motivo para você sair comigo, se distraia um pouco, além disso não vamos lá tentar reatar nem nada assim. Vai ser só como amigos. Eu não vou pedir de novo. Vamos Pete?

- Tá... acho que vai ser legal.

- Isso! - ela disse pulando em cima dele em um abraço.

- Você não tinha que... hã... terminar algumas coisas?

- A é...!

- Eu posso ajudar se quiser. Sou rápido em digitar.

- Seria ótimo.

                               * * *

Eu estava pousando na frente da minha casa. Bati na porta e minha mãe abriu.

- Jen?! O que está fazendo aqui? Você devia estar na escola! Aconteceu alguma coisa?

- Cadê o papai? - perguntei entrando e ignorando as perguntas dela.

- Seu pai foi a cidade, eu estava com desejo de comer framboesa, e pedi para ele comprar.

- Mas você nem gosta de framboesa.

- Eu sei, só que escutei falarem dela na televisão, e essa palavra ficou ecoando na minha cabeça até eu ter vontade de comer.

- Tá. Deixa pra lá. Eu vim saber do seu quarto, o seu antigo quarto na mansão Xavier. Quero saber se já estive nele.

- Só antes de renascer, mas... por quê a pergunta?

- Nada; só pressentimento. Então quer dizer que a Jenevive podia ficar no seu antigo quarto, mas eu tenho que me contentar com um qualquer?

- Jen, não acredito que você está matando aula só por causa disso. E eu duvido muito que você realmente se importe com algo assim. Além disso, não fui eu que dei o quarto a você, te contamos que eu estava presa na Realidade Fênix quando te criei.

- Para de se referir a ela como se fôssemos a mesma pessoa. Aquela garota era só uma bola de energia cósmica, uma ilusão, eu sou de carne e osso, sou sua filha, e não aquilo.

- Jen... ela era mais do que isso, você é ela, voltou para nós como um presente do universo, eu a amo assim como amo você, porquê vocês são uma só.

- Quer parar com isso? Aceita que eu sou sua filha agora. E tá na cara que você amava mais ela do que me ama, se não teria mandado que eu ficasse com o quarto também.

- Será que não enxerga? Eu só queria te proteger das lembranças, as que rejeita tanto, isso porque eu te amo, não queria que sofresse ao se lembrar de coisas que nunca poderão voltar a ser como eram, como a sua amizade e desilusão com Bizzy, sua inocência perdida ou seu namoro com Peter... - Jean tapou a boca ao perceber que falou demais.

De repente me vi com Peter, eu estava triste e ele me levou para um passeio em ultra-velocidade, parecia que estávamos criando sentimentos um pelo outro, então no fim quase nos beijamos.

Deixei essa visão lado e furiosa continuei a discussão:

- O que?! Então era por isso que Peter sempre ficava me fitando, por isso que ele era o professor que eu menos visitava, por este motivo ele ficou chocado quando esbarrou comigo... eca! Eu fiquei com um cara bem mais velho que eu... Ou melhor, ela ficou! Parece que a Jenevive não era tão santa assim afinal! (Devo admitir, foi bom saber disso).

- Não pense assim Jen... o amor de vocês foi inocente, puro...

- Cala a boca! Não tinha o direito de esconder isso de mim.

- Eu só fiz o que era melhor para você.

- E quem é você pra saber o que é melhor para alguém?

- SOU A SUA MÃE!

- NÃO É MAIS! Sugiro que cuidem direito da sua nova filha, talvez ela suporte vocês.

Falei e usei o poder pra me transportar de volta pro meu quarto na escola.
Quando cheguei, tive outra lembrança:

Dessa vez eu discutia com a minha mãe, mas não foi por maldade ou rebeldia, eu só estava um pouco assustada e confusa, tinha acabado de descobrir que podia me desmanchar em poeira cósmica a qualquer momento.

Agora é oficial! Sem dúvida eram memórias da Jenevive.

A Herdeira da Fênix Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora