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Eu não culpo Any por trazer seu amigo, muito menos culpo Noah, mas de fato culpo a finlandesa teimosa, durante a viagem até a escola, ela teimava em puxar assunto com o garoto, lhe perguntando sobre coisas diferentes que andam acontecendo em sua vida e, segundo minhas paranóias, tenho de fato certeza que ele está desconfiando de quem seja.
— Sabina! Para de me ignorar! – esbravejou minha melhor amiga, me parando no corredor da quadra e cruzando os braços. — Eu estava tentando puxar assunto com ele, não seja implicante com sua nova vítima de admiração. – provocou, me fazendo revirar os olhos mais uma vez naquele longo dia e murmurar alguns xingamentos espanhóis. — Ei, ei! Eu entendi, eu estou ofendida!
— Que droga, Joalin! – olhei ao redor, encarando Noah teclando em seu celular enquanto Any tagarelava ao seu lado, seu olhar subiu e se encontrou ao meu, foi instântaneo, apenas virei o rosto e encarei Loukamaa. — Eu não quero que ele saiba, eu não quero que ele ache que estou tentando humilhar ele ou tentando fazê-lo de idiota! Eu deveria parar com isso antes que ele passe a me odiar.
— Não! Você não vai parar com isso, está me ouvindo? – ela apontou o dedo em meu rosto, me fazendo arregalar os olhos com a posição assumida. — Eu sei que você não quer isso e arrisco dizer que você sente algo por ele... Qual é, Sabina?! Você nunca viveu isso, sempre foram casos idiotas com garotos babacas, enfrente seus medos e faça você mesma feliz.
Eu apenas abracei Joalin, o que a fez gritar pela surpresa, a soltei segundos depois, a encarando como um cachorro pidão.
— Você fez de propósito para eu te ajudar, né pilantra?! – ela perguntou, balançando a cabeça em negação enquanto eu sorria. — Presta atenção, sua morena manipuladora, eu vou distrair eles e você coloca sua carta de amor na mochila dele, entendeu? – a finlandesa perguntou, não dando tempo para minha responder, ela apenas caminhou de encontro a Noah e Any, puxando o garoto para uma conversa enquanto andava em direção a quadra.
Aquela era minha deixa, arrumei a saia do uniforme de torcida e encarei o corredor vazio, o jogo seria em algumas horas e eu, como capitã, precisava estar na quadra em alguns minutos, mas o post-it em meu bolso deixava tudo mais complicado. Respirei fundo e finalmente caminhei até a quadra, encarando a mochila avermelhada na arquibancada e, com isso, ganhei a atenção do americano ao lado da mochila, que me olhou com um sorriso.
— Tudo bem, Sabina?! – perguntou baixo, como ele poderia saber meu nome? Seu sorriso era de fato encantador, era radiante e conseguia me deixar encantada como ele parecia bem, mesmo eu sabendo que por dentro estava tão quebrado quanto eu. — Sabina?!
— Oh, desculpe! Noah, né?! – me faço de desentendida, era óbvio que sabia seu nome, mas foi como se meus sentidos tivessem sido afetados por aquele sorriso. Com o garoto concordando, eu sorri. — Vai ter uma festa na casa do Josh, pra comemorar a estreia do time e tudo isso... Se quiser ir! – aquilo foi tudo que eu consegui pensar para não parecer tão estranha.
— É que...Josh não parece gostar muito de mim. – ele encolhe seus ombros, me fazendo querer esmurrar o rosto do capitão do time.
— Não é isso... Josh só é chato, mas ele não tem nada contra você. Vai ser legal! – insisti, não sabia se Josh tinha algo contra Noah, esperava que não, ou teríamos um grande problema causado por mim e que o canadense teria que engolir calado.
Nossa atenção foi depositada em Any, que gritava pela atenção de Urrea do outro lado do campo, o chamando para algo e a única coisa que pude ver foi a piscadela de Joalin ao lado da brasileira, o garoto pediu para que eu tomasse conta da sua mochila por alguns segundos e eu concordei, o vendo levantar da arquibancada e correr até a sua melhor amiga. Aquela era a minha chance, enfiei a mão no bolso do casaco que cobria parcialmente meu uniforme de torcedora e abri a mochila do garoto, jogando o papel ali e fechando a mesma, deixando como estava antes.
"A sua beleza vai muito através de sua aparência, você tem uma alma incrível e gentil"
