One More Chance

*Capitulo 4*

Volto para dentro na esperança de encontrar a Andria mas em vez disso encontro alguém muito especial. Uma pessoa que já não via algum tempo.

"Harry?!" Ando na direção dele.

"Alice! Oh Meu Deus! Estás tão linda! O que é que fazes aqui? Mais importante, como é que estás? Tinha tantas saudades tuas." Fala tão depressa que nem tempo tenho para responder abrindo e fechando a boca umas dez vezes. 

Ele abraça-me e só depois é que consigo finalmente falar.

"Estou ótima." Riu-me um pouco enquanto respondo. "Agora é a minha vez. Como é que Tu estás? E o que raio é que estás aqui a fazer?"

"Eu também estou ótimo como podes ver pela minha beleza sem fim." Faz uma pose sexy fazendo-me rir. "E adivinha...vou voltar a morar aqui! Quer dizer, em tua casa!!" Exclama alegremente.

Eu nem acredito que o meu melhor amigo vai voltar a morar comigo. 

O Harry e eu conhecemo-nos em crianças, quando os pais dele decidiram vir morar para a minha rua. Ele passava os dias em minha casa e os meus pais quase que o adotaram. Infelizmente, quando nós tínhamos apenas 6 anos, os pais dele tiveram um acidente carro e o Harry acabou por perder o pai. A mãe ficou nos cuidados intensivos e entrou em coma. As únicas alternativas do Harry eram: ir viver com os tios para a América ou ficar a viver em minha casa. Claro que ele ficou em minha casa, mas só ficou até ter 12 anos. Assim que os fez, os tios levaram-no para os Estados Unidos separando-nos. Ao fim de 3 meses a mãe acordou do coma e foi morar com a sua irmã.

Nós falávamos todos os dias por telefone. Até hoje. E hoje finalmente ele voltou.

"De verdade? Como? Porque? Definitivamente?" Já pareço ele a fazer mil e uma perguntas ao mesmo tempo.

"Já acabaste o interrogatório? " Acento. "Ótimo, então agora deixa-me falar."

"Desculpa." Sorrio.

"Primeiro vamos lá para fora, onde há menos ruído." Ele agarra-me por uma mão e puxa-me para fora da casa do Chris.

"Já me podes explicar?" Pergunto ansiosa.

"Foi assim: Depois de estar a viver na América com os meus tios e a minha mãe, durante 5 anos, eu decidi que já era grandinho o suficiente para saber o que queria fazer da vida. E eu queria acabar o secundário aqui para depois ir para a Universidade em Londres. Falei com os meus tios, eles concordaram. Já a minha mãe ao fim de muito esforço concordou também. " Explica com um grande sorriso.

"Então mas a tua mãe não vem morar contigo?"

"Ela diz que Manchester trás-lhe muitas recordações do meu pai, ela sente muito a falta dele e estar numa casa onde ele já não está é muito complicado." A sua expressão muda.

"Lamento." Encosto-me a ele e sinto os seus braços a rodearem o meu corpo. Já tinha saudades dos seus abraços.

"Hey! Não lamentes, já foi à muito tempo. O importante agora é que vou voltar a morar contigo."

" Pois é! Tu ainda não me disseste como raio vais voltar para minha casa. Os meus pais já sabem?"

"Eu falei com eles antes de vir e eles disseram que gostavam muito que eu voltasse a morar com vocês e eu aceitei.  Mas com uma condição, prometi que ajudaria no que pudesse lá em casa." Este é o Harry pessoal, sempre disposto a ajudar até mesmo quando é convidado.

"Mas tu és nosso convidado não tens que ajudar em nada." Protesto.

"Sim tenho. Eu agora vou ser mais uma despesa lá para casa. Só a comida, os livros e cenas para a escola, ocupar um quarto..." 

"Que já foi teu!" Interrompo e ele olha-me de lado como se eu fosse um unicórnio colorido que vomita arco-íris.

"Nós éramos crianças..."

"E? Esquece eu não te deixo!"

"Esquece tu Alice. Não há volta a dar."

"Chato." Cruzo os braços.

"Chato." Emita-me.

"Criança." Riu.

"Sempre o foste." Ri-se comigo.

*

*

*

Chegámos a minha casa por volta das 3 da manhã. Digamos que nem eu nem ele estávamos lá muito sóbrios e acabamos os dois por adormecer na minha cama. Não me lembro muito bem do que aconteceu nessa noite, só de reencontrar o Harry, nunca mais vi o Chris e a sua lambisgóia  e bebi uns 3, não 4, se calhar foram 5, ou foram mais? Não me lembro. Oh bem, continuando...

Acordo com a maior dor de cabeça da minha vida e com o feioso do Harry deitado ao meu lado. Olho para as horas no telemóvel, 6:30 da manhã. 

Merda o Harry tá deitado na minha cama e daqui a meia hora os meus pais acordam.

"Harry..." Abano e ele resmunga. "Harry seu molengão levanta-te já!" Empurro da cama abaixo não pensando no estrondo que ele fez.

"Autch." Queixa-se ainda com os olhos fechados.

"Os meus pais vêm ai vai para o teu quarto." Grito baixinho. (A sério Ali, gritar baixinho????)

"Estou a ir, estou a ir." Levanta-se do chão a resmungar e sai.

Se a minha mãe nos apanhasse havia de ser lindo...