Capítulo Único.

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Notas Iniciais:
Oiê!
Acho que se ambienta ao redor do episódio três, não tenho certeza, o Google não ajudou muito com sinopse de episódios, mas em seguida que Jaskier compõe a canção mais famosa e antes da parada seguinte. Parece confuso, mas vocês vão entender kkk
Boa leitura.

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- Dê um trocado pro o seu bruxo, oh vale abundante! Oh vale abundante!

- Você nunca para?! - Geralt rosnara, irritado.

Não se importava que Jaskier não ajudasse em nada, nem com a montagem do acampamento e tampouco com caçar e cozinhar o jantar. Não se importava nem com a presença do Bardo. Embora ele o irritasse na maioria das vezes, havia um âmago extremamente masoquista seu que gostava de ter uma companhia, principalmente uma que não o temia ou recuava cada vez que Geralt chegava perto.

Mas definitivamente não aguentava mais aquele refrão. Estava grudado na sua mente o dia inteiro, mesmo nas raras ocasiões em que Jaskier não estava o cantando.

- Eu preciso ensaiar - o bardo defendera-se. - Quando chegarmos preciso fazer a melhor apresentação da minha vida. Vou reapresentar, e ressignificar!, para o mundo o grande bruxo Geralt de Rivia!

- Acho que já ensaiou mais do que o suficiente.

- Obrigado! - Jaskier pronunciara-se com uma animação tão ignorante que fizera Geralt revirar os olhos.

O bardo só via o que ele queria ver.

Um lado bonito e ilusório de uma verdade não-contada; jamais contada. Uma verdade fadada a morrer e ser sufocada por uma mentira. Ninguém conheceria corretamente os elfos, com ninguém para contar e os poucos presos nas montanhas, mas todos repetiriam aquela canção irritantemente pegajosa de Jaskier.

De alguma forma, o bardo cumpria bem com seu trabalho, e isto era algo que Geralt não poderia ignorar - embora preferisse morder a língua e a engolir do que assumir em voz alta que admirava alguma coisa naquela peste que o perseguia.

- Não incomoda você? - pronunciara-se de repente e arrependera-se no instante seguinte. Logo quando o bardo se calara, com a boca ocupada em mastigar o jantar.

- Hm? - ele lhe questionara, erguendo os olhos azuis do outro lado da fogueira. A boca cheia e um olhar inocente e surpreso.

Ainda lhe impressionava como tudo nele gritava acerca de uma ignorância para com toda a podridão do mundo ao redor. Não era como se Jaskier não tivesse visto, mas como se ele escolhesse olhar para o outro lado, ou repintar a verdade.

- Em contar mentiras.

- Não é uma mentira. Se os...

- É uma mentira - argumentara de imediato.

- Maas! - Jaskier ressaltara, um tom mais alto. - Se tivesse acontecido assim, com mais... Violência da parte deles, então você teria acabado com eles, como na canção.

- Não importa porque eles não são monstros.

- E daí? Eles nunca vão sair de lá mesmo. Já é senso comum que os elfos são maus, eu só estou... Reutilizando. Dizendo o que querem ouvir.

- Você está contando a história que irão conhecer daqui há décadas. A única história.

- Embora eu me sinta honrado com sua forma de ver minhas músicas - o bardo ressaltara, quase comovido -, eu duvido que as coisas seriam diferentes sem a minha canção - Jaskier argumentara e Geralt vira-se cansado de tentar lutar contra, então não respondera. - Olha, Geralt, eu poderia fazer outras canções também, sobre você e que deixem os elfos de lado, mas fica difícil quando você não colabora.

Cantando Sobre Marcas e Mentiras (Geralt/Jaskier)Onde histórias criam vida. Descubra agora