Os raios de sol que escapavam pela cortina acordaram o americano, o mesmo se arrependeu de não ter fechado a cortina melhor antes de dormir. Seu celular marcava que era quase oito da manhã, de alguma forma já estava na hora de levantar, então ele se sentou na cama, se espreguiçando calmamente. Os lençóis estavam tão bagunçados quanto o seu próprio quarto, fazia quase dois meses desde o acontecimento e, mesmo que isso o matasse por dentro, ele estava tentando continuar.
Era difícil admitir que ele precisava seguir em frente, que Yuta não iria voltar; a única coisa que Johnny podia fazer era se lembrar das boas memórias e seguir em frente, o japonês não iria gostar de o ver jogado na cama para o resto da vida. Ao se aproximar da cozinha do apartamento ele sentiu o cheiro do café sendo feito e já se sentiu mais desperto, cafeína era com certeza a motivação dele para passar pelo dia.
Taeyong estava comendo alguma coisa em silêncio enquanto usava fones pra assistir alguma coisa, ao seu lado Mark comia um pedaço de melancia, o verão não havia chego ainda, mas para o canadense não existia estação para comer algo que gostasse. O Seo encheu uma xícara com café puro adicionando um pouco de açúcar e se deliciando com o aroma, ele não sabia o que seria dele sem aquela xícara em suas mãos.
Aos poucos os membros estavam acordando e se dirigindo até a cozinha, alguns praticamente se arrastando. Não fazia muito mais de um mês que eles haviam se mudado para aquele apartamento, estando apenas os remanescentes membros do 127; foi uma decisão tomada pelo próprio CEO da empresa, quartos separados era uma opção melhor nesse momento.
Sicheng se aproximou de Johnny, sentando ao seu lado e o lançando um sorriso meio cansado, os olhos do chinês ainda estavam inchados pelo sono. Estranhamente os dois acabaram se aproximando, depois do soco que Taeil levou. O que causou o termino, no caso foi o Dong dando um pé na bunda do coreano, dizendo que não aguentava mais ser tratado como um objeto pelo mesmo. Até hoje o americano não entendia muito bem porque o mais novo havia decido se aproximar dele, mas ele não iria contestar.
"Dormiu bem?" O mais novo perguntou enquanto enchia a própria xícara com café.
"Você sabe que eu nunca durmo realmente bem, mas poderia ter sido pior" Johnny murmurou enquanto pegava uma das frutas da mesa para comer. "E você?"
"Tive pesadelos" Winwin reclamou, isso também não era uma novidade, era raro o garoto escapar de um sonho onde ele não estava sendo perseguido ou morto.
Os dois tomaram café da manhã em um silêncio confortável; o americano avistou Taeil entrando no recinto com sua cabeça baixa, o mesmo tinha se afastado de todos desde o funeral. Mesmo olhando para sua xícara de café, ele podia sentir o olhar do coreano queimando em suas costas.
[...]
O mais alto estava sentado no chão da sala de prática, enxugando seu suor com uma toalha que tinha pego em seu armário, uma das únicas coisas que estavam o ajudando eram os ensaios, tanto de canto quanto de dança. Ocupar sua cabeça era o melhor que podia fazer naquele momento, quanto mais pensasse em Yuta, pior ficaria.
Era engraçado estar naquela sala sem ver o japonês rindo ou se concentrando em aprender o passo novo, sentia tanto a sua falta. Foi interrompido de seus pensamentos quando Jaehyun jogou uma toalha limpa em sua cara e, quando ela caiu em seu colo, pode observar o sorriso de criança aprontando na cara do garoto.
"Vamos Johnny, tá na hora de ir pra casa"
Estendeu a mão para ajudar o amigo a se levantar e caminharam para longe daquela sala quente, pouco tempo depois já estavam na van em direção ao dormitório. Jaehyun cochilava no ombro de Taeyong e, ao americano, só restava colocar os fones e se concentrar nas músicas que seu aleatório o entregava.
Só percebeu que havia cochilado quando um certo chinês estava o sacudindo e chamando seu nome. O mesmo afastou o cabelo suado da testa do mais velho, Johnny não sabia dizer se estava okay ou completamente desconfortável com essa ação, mas não iria pensar muito naquele momento.
Não era uma surpresa ver que seu quarto estava no mesmo estado de quando o deixou ao sair de manhã, bem, quase no mesmo estado. No meio do cômodo residia uma caixa marrom, aparentemente algo que fora deixado para si, mesmo receoso, a curiosidade o ganhou e não tardou a abri-la. Em seu interior vários papéis se acumulavam, quando pegou o primeiro não pode deixar de reconhecer a letra, aquilo havia sido escrito por Yuta.
Algumas partes estavam em japonês, outras em coreano, então, antes que pudesse pensar muito, começou a ler elas. Parecia que o Nakamoto estava ali novamente, que uma parte dele ainda estava viva, que não havia o deixado.
Não importava o quão melancólica a maior parte dos poemas eram, ou sobre quem eles tratavam, o coração do americano não podia estar mais quentinho. O garoto apenas percebeu as lágrimas quando as mesmas caíram em cima do nome lindamente escrito 'Seo Johnny'; talvez ele não esperava algo dedicado a si, muito menos algo que parecia uma carta, esta que nunca pode chegar em suas mãos.
As palavras lidas apenas aumentavam mais a pequena chuva, em um nível em que nada mais podia ser lido e os soluços começar a sair baixinhos. Ele sabia que tinha que seguir em frente, mas, ao ver que Yuta havia descoberto sobre sua paixão e sentia muito em não corresponder, não sabia que rumo tomar, se sentia desolado. Seu mundo estava uma bagunça novamente, mas sabia que tinha que se levantar, não podia decepcionar o garoto que havia amado mais do que imaginara ser possível.
Na mesma noite Johnny começou a escrever, juntar cada sentimento exposto naquelas páginas, ele tinha um proposito, algo maior que ele, maior mesmo que o próprio Yuta. Ele iria seguir em frente, recomeçar sua vida, mas, antes, precisava fazer um pequeno estrago.
pru
então kkk me perdoem pela demora, vocês não tem ideia do quanto eu queria ter entregue esse capitulo antes, mas... ta tudo difícil, eu nunca to bem o suficiente para escrever, sinto muito
espero que tenham gostado, se é q ainda tem algm lendo, lembrem de usar mascara e se cuidarem!!
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a n i m a l • yuwin [HIATUS]
RomanceYuta amava Sicheng, mas parecia que Sicheng não se importava com isso. [TRAGIC FIC] tw// depressão, tentativas de suicídio, bullying