Ser tímida...
É como estar num eterno pesadelo em que você tenta se expressar, mas não consegue.
É como se toda vez que você tentasse falar, um par de mãos invisíveis se aproximasse do seu pescoço e quanto mais você se esforça, mais as mãos te sufocam.
É saber que não é nada demais, basta apenas falar, mas sua garganta se fecha e impede qualquer tentativa.
É respirar fundo para manter a calma, mas reparar que o coração dói com tanta palpitação, as mãos suam, seu corpo treme e você entra em pânico.
É uma horrível sensação de impotência, incapacidade ou inaptidão, mas acima de tudo de desespero.
É o medo constante, a dúvida que não cessa e milhares de pensamentos que borbulham não te deixando resquício de paz ou sanidade.
É a frustração e raiva por não conseguir se comunicar e se repreender por isso, se repreender por ser você.
É ficar furiosa com suas lágrimas, mas mesmo assim não conseguir contê-las, pois infelizmente são sinceras.
É ficar aliviada quando pode se esconder atrás de palavras digitadas há metros ou quilômetros de distância.
É uma contradição doentia quando seu coração clama por carinho, mas seu cérebro te impede de qualquer aproximação.
É estar enjaulada com os próprios sentimentos num corpo defeituoso que insiste em conter a verdadeira intensidade que você é.
É afundar numa tristeza invisível, pois tudo o que você mais quer é mostrar ao mundo que você tem algo a dizer, mas ela, a sombra, te persegue como um eterno filme de terror.
É aceitar, mesmo que não deva, que sua única escapatória desta prisão é escrever palavras que nunca serão lidas.