Altre Vite

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1 ano depois.....

Hoje é aniversário de Harry e como ocorreu no ano passado, Louis estava preparando uma surpresa inesquecível para ele. Tomlinson pediria Styles em casamento. A relação entre eles ficava mais forte e mais sincera a cada dia que passava e Lou sentia que já estava na hora de fazer o pedido, sentia que ambos estavam preparados para tal compromisso.

Louis aproveitou que o cacheado tinha aula na faculdade, sim, seu menininho entrou no curso de moda. Embora tentasse o máximo possível dar atenção para seu namorado, nem sempre conseguia e ficava aliviado, menos culpado na verdade, pelo mesmo entender.

Diferente do ano anterior, esse ano Louis pode contar com a ajuda da mãe para organizar o local onde faria o pedido. Ele tinha em mente levá-lo para uma praia, no final do dia, onde fariam um piquenique. Na entrada teriam flores e aproveitariam o máximo a luz do sol, então quando o sol estivessem se pondo e o céu no seu tom mais bonito, ele se ajoelharia, faria um discurso bem clichê e o faria a proposta. Torcendo para receber um sim.

- Mãe, se não fosse pela senhora e a sua ajuda, tudo seria um desastre -Lou soltou uma risadinha enquanto falava no telefone, e caminhava em direção da floricultura.

18:00 horas. Harry passou pela porta de casa e foi recebido com um buquê de flores. Igual ao ano passado.

- Hey sweetie, está muito cansado? – Styles nega – Que tal irmos fazer um piquenique para comemorar seu aniversário? parece agradável?

No mesmo instante, flashbacks do outro ano vem na mente do cacheado, um sorriso malicioso se forma em seus lábios, como lhe fora prometido, a noite foi inesquecível. Para tentar espantar essa boa lembrança, faz a pergunta mais idiota de todas, “precisa ir de bermuda? “

Enquanto Louis tomava banho, cantarolava baixinho a música que fez para o namorado, havia trabalhado duro e por meses nela, não queria errar na hora, seria bastante vergonhoso.

(..)

- Wow Loue, você que preparou tudo? – Harry foi pego de surpresa ao chegar no começo da praia, onde da calçada até pouco antes  do mar tinha um tapete vermelho com luzes de natal no chão. No final desse caminho, um pano branco com duas cestas, uma garrafa de champanhe e duas taças. Em volta de tudo, pequenas luzes.

- Venha baby- Lou guiou-o pego tapete- eu pedi ajuda para a mamãe- sentou-se na frente dele, olhou para todos os detalhes em seu rosto, nunca iria se cansar de olhar para ele- eu sei que você ama a praia e a calma que ela trás, por isso que escolhi.

O céu estava em tons de vermelho abraçado com o laranja, os pássaros cantando e voltando para seus ninhos, o barulho das ondas tranquilas servindo de música. Realmente a praia trazia um sentimento bom e agradável.
Junto com o mar, a risada de Harry se fazia presente o tempo todo, Louis falava piadas e coisas sem muito nexo, que o faziam jogar sua cabeça para trás de tanto rir. Lou adorava escuta-lo e apreciava a cena, com certeza ele não iria se cansar desse som tão cedo.

o sol tinha ido embora e a lua os iluminava, as frutas e petiscos que haviam na cesta, acabaram e a champanhe estava quase no fim. Estava na hora...

- eu escrevi uma música para você, uma pequena homenagem ao nosso amor, tudo bem se eu cantar? O nome é “18”.– Perguntou apontado para um violão, que Styles não fazia ideia que estava junto.

- Um show particular? Me sinto lisonjeado – deu um sorriso com direito a covinha e ajeitou-se para ouvir a canção.

“I got a heart and I got a soul
Believe me I will use them both
We made a start
Be it a false one, I know
Baby, I don't want to feel alone
So kiss me where I lay down
My hands press to your cheeks
A long way from the playground
I have loved you since we were 18
Long before we both thought the same thing
To be loved, to be in love
All I can do is say that these arms were made for holding you
I wanna love like you made me feel
When we were 18
We took a chance
God knows we tried
Yet all along, I knew we'd be fine
So pour me a drink oh love,
Let's split the night wide open and we'll see everything
We can live in love in slow motion, motion, motion
So kiss me where I lay down
My hands press to your cheeks
A long way from the playground
I have loved you since we were 18
Long before we both thought the same thing
To be loved and to be in love
And all I can do is say that these arms are made for holding you, ooh
And I wanna love like you made me feel
When we were 18”

Quando a música terminou e o instrumento foi deixado de lado, ambos tinham lágrimas nos olhos, Louis a fez com seus sentimentos, colocou sua alma e essência nela, havia um significado. Para aquele momento, não queriam estragar o clima com palavras.
Um silêncio pairou sobre eles, que deixa todos confortáveis, sentindo o vento gelado do anoitecer.

Esse é o momento, é agora. O coração do mais velho batia mais rápido que o normal, suas mãos tremiam um pouco e sua mente estava a mil. Havia acabado de cantar uma música de sua autoria para aquele que estava prestes de pedir a mão, esse também que no final enxugava lágrimas sorrateiras que insistiam em cair, ele parecia ter gostado.

-Harry Edward Styles – Tomlinson ajoelhou-se na frente do mesmo, com um potinho de veludo em mãos – deste do dia que eu te vi pela primeira vez na biblioteca, deste as nossas primeiras mensagens trocadas, do nosso primeiro encontro, da nossa primeira vez, deste lá eu sabia que tinha encontrado à pessoa certa, antes eu não acreditava em almas gêmeas e hoje, eu tenho uma.
Você é aquele com quem eu enfrentei meus medos e me reinventei, quem eu confio o suficiente e  hehe viver pelo resto da vida junto, dividindo experiências e memórias,  a felicidade, a tristeza, o amor. -Então, você aceita casar comigo? -Seu coração acelerava as batidas cada segundo que passava, um nó em sua garganta se formava por estar segurando tanta emoção.

- Louis William Tomlinson, é claro que eu aceito ser seu marido, sua alma gêmea, até depois da morte, mesmo em outras vidas, eu sempre serei seu e estarei com você.
Os pombinhos colocam as alianças, cada uma a cor dos olhos do parceiro gravado no verso, o verde para o azul e o azul para o verde.
Dizem que os olhos são a janela da alma e nela mostramos quem realmente somos. Eles entregam suas janelas para o outro.

(..)

Começaram a organizar as coisas do casamento, vendo a paleta de cores, ternos, a banda de música, buffet e essas coisas chatas que tem que ser feitas, a única coisa definida era onde ocorreria o casamento, seria na praia, onde ocorreu o pedido. Sim, eles são clichês demais e nem disfarçam.

No meio dia seguinte quando Harry acordou com os braços do amado envolta do seu corpo, e uma dor de cabeça insuficiente, mais forte que o normal e do que está acostumado, sua visão estava totalmente embaçada e não conseguindo mover a sua mão, como se ela estivesse dormente, pesada. Estava chegando a sua hora, já estava sendo inevitável e não poderia mudar seu destino, estava lidando com as consequências da sua escolha.

Styles tem “glioblastoma multiforme”, um tumor raro e maligno. Ele recebeu o diagnosticado 3 ano atrás, quando desmaiou na rua e alguém o levou para o hospital, explicaram para ele que, o tumor que havia causado o desmaio e por sorte, ainda estava na fase inicial, com tratamento ele teria mais tempo de vida, no máximo ganharia 6 anos de vida caso optasse.
Acontece Harry recusou o tratamento, iria viver a vida ao máximo, fazer as coisas sem pensar nas consequências e literalmente, iria viver cada dia como se fosse o último. Preferia mil vezes isso do que sofrer com a quimioterapia e cirurgias.

Os sintomas eram leves e conseguia lidar bem, se acostumou com suas mãos não conseguindo segurar objetos pois elas não suportavam o peso deles, acostumou-se com suas pernas fraquejando, com a falta de apetite e com a sua memória indo embora aos poucos e se desgastando mais.

Somente 3 a 5% dos pacientes com o tumor sobrevive mais de cinco anos, e ele era um deles, como tudo isso, ele ainda estava vivo.

Louis acordou com o barulho do choro vindo do mais novo, que por mais que tentasse, não conseguia segurar. -Hey love, o que aconteceu? Por que está chorando? – Tomlinson aproximou-se dele e passou suas mãos pelas costas largas do mesmo, como forma de tentar acalma-lo.

Silêncio.

-Loue, eu só tive um pesadelo muito ruim, nada de mais, pode voltar a dormir – Disse se virando e dando um sorriso forçado, tentando fazer parecer verdade, quando na realidade, é mais uma mentira, e essa acertou em cheio do coração de Harry.

Styles não sabia ao certo o que fazer, se deveria contar ao noivo e aproveitar o restante de tempo que lhe sobrava. Ou apenas ignorar como vem fazendo, ele ficou mais ou menos uma hora matutando isso, pesando nas coisas que estavam acontecendo e tudo que tinha que lidar de uma só vez. Para no final perceber que não seria nada justo com Louis, que de alguma forma sairia machucado.
No fim das contas, o cacheado criou coragem e o convidou para ir no parque, aquele seria o último momento deles juntos, seria a última memória que ele teria do rapaz, o lugar tinha um significado especial para eles e se tornaria ainda mais significativo para Tomlinson.

Não era um sinal que Harry tinha coragem o suficiente para contar para Louis do seu tumor, que ele estava praticamente morto, era praticamente impossível olhar nos olhos azuis e soltar uma bomba dessas.
Deixando esse pequeno detalhe de lado, o restante da tarde foi extremamente agradável, havia crianças brincando no playground, as flores com suas lindas cores ao redor das árvores, colorindo ao redor, casais sentados na grama aproveitando o sol e vivendo o amor.

-Lou, sabe uma coisa que eu sempre quis fazer? É bem clichê na verdade- O mais novo estava deitado nas pernas do outro, recebendo cafuné em seus cabelos.- colocar nossas iniciais aqui- apontou para o troco da árvore- assim nosso amor se tornaria imortal.- o que acha?.

Um sorriso e um “concordo” do mais velho foi dito. E “L&H” foram esculpidos na maior árvore de todas.

(...)

Enquanto Louis tomava um longo banho e sorria pensando no dia do seu casamento, ansioso por esse dia. Já Harry escrevia a coisa mais dolorosa de todas, uma despedida e um pedido de desculpas, ao noivo e ao mundo.

Ao sair do banheiro, Tomlinson encontra seu amado deitado na cama, sem pulso e pálido, com uma carta ao lado e uma feição de descanso, paz. Sua primeira reação e toca-lo, sentir a pele que horas antes, estava quente e vermelha. Ainda em choque, sua segunda ação é chorar, xingar e pedir a Deus para que traga seu menino de volta, ele consegue sentir o vazio tomando conta  do seu corpo. 

Harry Styles havia partido deste mundo e deixado seu futuro marido sofrendo, totalmente machucado.

O cacheado não queria ficar mais debilitado, não queria um dia acordar e não lembrar do homem ao seu lado, não conseguir reviver as lembranças, seu maior medo era perder sua essência, ele não queria morrer aos poucos, de forma dolorosa. 
Ele achou que tirando sua vida, seria menos sofrido.

10 anos depois...

Faz uma década que Louis foi ao enterro do noivo. Uma década que cancelou a grande festa de casamento, a do sonhos dos dois.
Louis tenta seguir a vida, tenta socializar com outras pessoas, ele sabe que o seu pequeno gostaria de vê-lo feliz, com amigos e talvez com outro parceiro. Ninguém ocuparia seu lugar.

Às vezes, Tomlinson sente que Harry está com ele, o protegendo, fazendo companhia, rindo com ele. Às vezes, sente a energia que Harry tinha.

Sente falta da sua risada, do seu toque.... Então quando Louis se sente sozinho, olha para o céu e da um sorriso, seu pequeno pedia para que sempre desse seu melhor sorriso. 
Como foi prometido, Styles cuidaria dele e o protegeria até em outras vidas. O amor sempre acha uma forma de manter duas almas juntas.