Perfeita Para Mim Sob Conflitos e Segredos [ERÓTICO LÉSBICO- DEGUSTAÇÃO]

Capítulo 5/// ALLIE MAIA

— Você tem certeza de que não preciso te acompanhar? — Joanna perguntou, ao parar o carro em frente à minha casa.

Ela estava hesitante ao me deixar entrar sozinha. Eu compreendia, seu lado de proteção sempre falava mais alto.

Antes de sairmos de casa, eu havia a lembrado, mais uma vez, que meus pais sabiam da minha orientação sexual.

— Pode até ser, mas eles não sabem que você está com uma pessoa mais velha que sua própria mãe!

Sua voz de irritação era clara. Ela passou as mãos pelos cabelos cada vez mais prateados e bufou infeliz. Ela estava em um estado de nervos e eu fingi que a situação estava controlada. Mesmo que dentro de mim tudo estivesse a maior confusão possível.

Ela pegou a chave do carro e me esperou.

— Não precisa, meu amor. — respondi fracamente, com um sorriso um tanto incerto nos lábios.

Eu estava nervosa. Teria que contar a verdade para os meus pais, pois meu relacionamento com Joanna era uma das vertentes mais importantes de minha vida. Só esperava que eles aceitassem e que Joanna não elevasse suas famosas paredes. Meu medo era que ela criasse algum escudo e se afastasse pela não aceitação dos meus pais ao meu relacionamento com ela. Ou pior, ela simplesmente virasse as costas para mim.

— Você está em conflito. — Joanna disse com uma voz íntima.

Eu maneei a cabeça e olhei para baixo, sentindo levemente minhas têmporas esquentarem. Minhas mãos fecharam sobre as minhas coxas.

— Eu definitivamente deveria entrar. — Joanna continuou e eu apenas neguei com a cabeça. — Allie, diga-me o que está acontecendo?

Joanna pegou-me pelo queixo fazendo com que eu olhasse para ela. Seus olhos estavam imaculados, negros e reservados apenas para ela. Eu não tinha ideia do que se passava em sua cabeça.

— Eu só não quero que você vá embora. — falei seriamente, mas minha voz saiu trêmula de minha boca.

— Embora? Do que você está falando?

Eu dei de ombros e segurei seu punho que estava segundo meu queixo.

— Eu sei que talvez meus pais não serão os mais receptivos do mundo e, talvez para você, ache que tudo isso seja ridículo. Quero dizer, eu sei que você não é uma mulher de conhecer sogras, ou de repente ter que conhecer minha mãe. Eu compreendo que isso para você deva ser esquisito...

— Allie. — Joanna me interrompeu e minha boca ficou entreaberta entre uma palavra e outra. — Eu posso de fato achar tudo isso excêntrico. Uma mulher da minha idade tendo que dar satisfações para a mãe da pessoa que eu estou. Entretanto, eu quero que saiba que eu não vou recuar.

Eu pisquei, sentindo meus olhos arderem e meu coração bater cada vez mais rápido. Eu a fitava e cada vez mais sentia meus sentimentos por ela mutarem de modo que fossem ainda mais fortes.

Eu pertencia a Joanna.

Seu olhar negro estava sereno e seus lábios pálidos com um leve sorriso bondoso nos lábios. Era um sinal de que eu poderia confiar nela.

— Promete? — eu disse baixo.

— Prometer o que Allie?

— Que não vai sumir.

— Jamais faria isso. Não agora. Você é minha Allie. — Joanna disse com convicção e acariciou minha bochecha.

De repente, senti-me mais confiante. Eu enchi o peito e sorri satisfeita.