First • JJP/Bnior

FIND

Eu gosto quando nos descobrimos juntos

Feito dois loucos inconsequentes

Feito nós dois sem pudor algum

Jinyoung olhava atento o movimento dos seus pais no meio da sala. O jazz que tocava soava pela casa, numa harmonia bonita arrancando sorrisos dos Parks.

Seus pais dançavam ali na sua frente, flutuando em meio aos olhares e sorrisos afetuosos que trocavam. Jinyoung podia sentir a leveza dos passos e dos risos a cada vez que os elogiava. Gostava daqueles dias, daquela tradição que eles tinham de sempre dançarem juntos após os jantares de toda quinta-feira.

— Chega, já não tenho mais idade para isso não! — O mais velho exclamou, se esgueirando até o sofá enquanto os outros dois riam de si.

Jiheun sentou ao lado do filho, puxando para deitar com a cabeça em seu colo e dar início a um cafuné gostosinho que Jinyoung tanto amava.

— Eu lembrava de você ser muito mais dançante na nossa época de adolescentes. 

— Quer comparar meu fôlego de quando eu tinha dezesseis anos com o de agora?

— Você tá muito velho! — Reclamou entre risos, ganhando uma almofada em sua direção.

Jinyoung ficou mais uma vez a par de tudo sobre a vida dos pais. Gostava por demais daqueles momentos em que ouvia as loucuras e aventuras que eles faziam. Era divertido e era bom se imaginar vivendo algo como eles.

— Jinyoung, você precisa chamar Jiah para jantar aqui em casa. — Só aquilo foi o suficiente para seu sorriso ir embora aos poucos.

Na outra vez quando a moça havia jantado em sua casa, não foi algo legal. Os pais de ambos pareciam lhe empurrar a todo instante para a garota e se sentia desconfortável com aquilo, talvez o único que tenha prestado atenção no seu real estado tenha sido seu pai.

— Pra que convidar ela?

— Oras, ela é uma ótima pretendente. 

— Mãe, eu não gosto dela. — Afastou-se do colo dela. — Eu não gosto da Jiah.

— Mas ela gosta de você… 

— E nem por isso eu vou ser obrigado a gostar dela.

Jiheun suspirou. Sungjoo falou-lhe para esquecer aquilo enquanto Jinyoung agradeceu o pai. 

Despediu-se do mais velho, querendo ir logo para sua cama. Na manhã seguinte iria para a cidade, pronto para mudar certas coisinhas em si. Esperava que Jaebeom gostasse, ele estava tão ocupado que não conseguiu o ver naquele dia. E só isso era o bastante para lhe fazer sentir uma falta horrorosa do amigo.

Não gostava da sensação de tê-lo longe de si. Era ruim, apertava o coração e doía o peito.

[...]

Fazia dois dias que Jinyoung não encontrava Jaebeom. Sabia que o mesmo estava ocupado com o cuidado da fazendo dos pais e só de pensar naquilo Jinyoung ficava revoltado. Era quase como se o Im mais novo fosse um empregado da família, sempre tendo que abrir mão dos seus quereres e deveres para suprir a necessidade do pai arrogante e sovino que não abria a mão para contratar mais funcionários, mesmo que a fazenda crescesse cada vez mais. Assim, ficava tudo nas costas do Im, que mesmo que fingisse, encontrava-se sempre cansado.

— Jaebeom, meus pais querem te ver. Papai quer pedir uma ajuda para você com as hortaliças. — Fora assim que conseguiu arrancar o outro daquela casa pelo mesmo por um dia.