Único

187 20 31
                                    

Sua noite estava sendo péssima, ele tinha que admitir, a garota que paquerava há pouco estava aos beijos com um cara. A única coisa que Scorpius Malfoy se perguntava era o porquê a diretora da escola de Hogwarts teve a estúpida idéia de dar um baile de máscara antes do Natal?

Ele estava com um smoking preto e uma máscara da mesma tonalidade que cobria metade de seu rosto do lado direto, deixando metade de seu nariz e sua boca amostra.

Todos em sua volta estavam rindo e se divertindo, como podiam rir e se divertir numa noite aterrorizante como aquela?

Foi quando a viu. Uma linda garota de cabelos castanhos lisos, estava com um vestido preto, sem alça, simples, com apenas uma faixa da mesma cor, presa logo abaixo do busto o ressaltando.

Mas o que chamou sua atenção não foi à roupa, foi o que ela estava fazendo. Encontrava-se sentada em uma cadeira de uma mesa sozinha, abriu sua bolsa preta de couro e tirou de lá, por incrível que parecesse, um grosso livro, o abriu e começou a ler totalmente compenetrada.

— Qual o seu nome? – perguntou o loiro quando se aproximou da garota reparando que ela estava com uma máscara preta, com pedras de strass roxas, além de pequenas plumas desenhando o contorno do disfarce.

Ele estava querendo que sua noite desse certo, precisava parar de se lamentar.

— Senhorita ilusão – ela respondeu o encarando pela primeira vez e sorrindo.

— Bom você está sozinha, e a ilusão nunca anda sozinha – Scorpius contestou sentando-se na cadeira vaga ao lado da garota de vestido preto e lábios rosados.

— Digamos que a pessoa que queria estar junto está acompanhada, então só me sobrou a ilusão e a pessoa que me causou ela em minha cabeça – ela explicou encarando as íris azuis acinzentadas dele – e você como chama?

— Pode me chamar de Senhor Fingimento, é o que ando fazendo ultimamente.

— Não é muito saudável para sua sanidade esse fingimento.

— Acho que é ele que me mantêm em pé – ela sorriu com os olhos, seus lindos olhos castanhos brilhantes – Ei, você quer...?

— Não... – ela respondeu antes mesmo dele terminar seu pensamento – Desculpe, mas tenho uma regra a mim mesma, não fico com ninguém em festas.

— Presumo que não tinha essa regra antes...

— Bem, é que, aqueles grandes momentos românticos, são ótimos quando acontecem, mas não são reais...

— Exato, exato – Scorpius concordou com energia – Como agora! Quando eu vi você abrindo um livro no meio da música e da iluminação precária e lia, lia, totalmente concentrada, pensei: “Preciso conhecer essa garota”.

— Devia me ver lendo dentro do lago negro. Cairia de joelhos.

— Te pediria em casamento na hora.

Ambos gargalharam. Ele notou que quando ela sorria apareciam pequenas covinhas em suas bochechas.

— Isso é uma cantada?

— Não! Parece uma cantada? – ele fingiu desentendido – Acredite, você reconheceria uma cantada.

Ela sorriu e balançou a cabeça negando.

MáscarasOnde histórias criam vida. Descubra agora