E lá estava ela, depois de tanto tempo Cris sequer acreditou que aquilo realmente estava acontecendo, seus olhos castanhos, seu cabelo trançado, sua pele morena e o seu sorriso.
Aquele sorriso que ele bem conhecia, Holly Ritcher estava de volta e tr...
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27/jul/2020
Meus olhos seguiam o carteiro que andava movido pela preguiça. Os dedos da mão de Holly estavam agitados e minhas pernas já começavam a doer por ficar sentado na pedra do batente da sua casa.
O carteiro acenou para nós antes de deixar algo na caixa de correspondência pintada de azul _ coisa de Holly _ Assim que ele deu as costas eu corri na frente de Holly sem esperar pela contagem dos segundos. Ela gritou meu nome quando abri a caixa de correspondência e li o nome em voz baixa.
- Merda! - reclamou com ansiedade na voz no momento em que fiz uma cara desanimada. Ela segurou com força uma das trancinhas rosas do seu cabelo e pude ver seus olhos encherem de lágrimas.
- É a sua! - gritei assustando a morena, ela me olhou com expectativa e tomou a carta da minha mão.
- Fui aceita! - ela gritou e me abraçou.
Faz quase um mês que ganhei a bolsa para a faculdade de oceanografia em Los Angeles chamada Blue Stone. Holly revelou que tinha se inscrito nela e em mais duas, caso ela fosse aceita na mesma que a minha ela iria junto comigo.
Desde então gravamos o horário em que o carteiro passava para ver quando alguma das cartas chegassem. Ela não tinha sido aceita em nenhuma até hoje.
Separamos o abraço quando Holly correu para contar ao seus pais. Sua mãe se emocionou por perceber que a filha havia crescido e logo sairia de casa e o pai brincou falando que finalmente teria paz.
- Eu vou pra mesma faculdade que você!
- Me atormentar! - falei no mesmo tom de empolgação, Holly me empurrou e eu ri antes de entrar no meu carro.
- Só faltava eu. Melissa já tinha sido aceita na faculdade de designer a Livy na de dança e o Niel e você ganharam a bolsa, achei que não fosse chegar minha vez nunca - era evidente sua animação - Já ia chorar, você foi mal comigo.
- Você chora por tudo, a culpa não é minha - ri. Liguei o carro tirando de frente da sua casa.
- Era o último dia, se não chegasse hoje eu iria entrar em desespero. Já pensou ter que morar com seus pais pro resto da vida?
- Bem, se eu não tivesse conseguido a bolsa teria ganhado um emprego na direção dos hotéis da vovó - dei de ombros.
- Pra você é fácil, você é um burguês safado - acusou - Em comparação a sua casa a minha é um ovo.
- Não exagere, sua casa é moderna - observei a cor no cinza fosco das paredes externas pelo retrovisor.
- Que tal sairmos para comemorar hoje? Eu, você e a galera.
- Por mim tudo bem - sorri com aquela idéia.
Não demoramos pra chegar na casa de Raylan, ele estava assistindo com a Yane mas enterrompeu tudo para apertar a irmã num abraço. Gosto da relação deles, lembro de quando Ray disse que tinha de ir embora.
