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Jade On

Meu dia foi totalmente um desastre catastrófico! Além de brigar com o Leonardo, eu cheguei atrasada na faculdade e perdi a aula em que eu tinha que apresentar um seminário que valia metade da nota, e o professor nem me deu uma segunda chance.

Isso sem contar na briga péssima que eu tive com o Murilo, uma prova que eu tirei 2 e minha blusa manchada por suco de uva. Eu tava puta da vida e só queria sair daquela faculdade para o bem de todos e o meu próprio.

Eu só queria ficar sozinha, no meu cantinho, de boinha e foi isso que eu fiz, fui para o meu "lugar de paz", para a praia. Peguei um uber e fui direito para lá.

Desci e vi que tinha algumas pessoas andando por alí, passei em uma barraquinha e pedi uma água de coco. Quando cheguei na areia tirei logo meu tênis e fui andando um pouco para perto do mar e me sentei por alí mesmo.

Meu celular tava lotado de mensagens e ligações por que eu saí da faculdade e nem falei nada com ninguém, só falei por alto com a Mari, então eu resolvi colocar ele no silencioso.

-Posso sentar? -Tomei um susto na hora com uma voz que me tirou dos meus pensamentos, logo em seguida escutei uma risada- Sempre se assustando fácil né Jade, não muda.

-O que você está fazendo aqui? -Perguntei depois de perceber que era o Anderson, ou melhor, Tubarão. Ele sentou ao meu lado e encarou o mar-

-As vezes quando as coisas no morro ficam muito pesadas, eu venho aqui para relaxar e colocar a cabeça no lugar. -Falou tranquilo e eu olhei pra frente- E tu, ta fazendo o que aqui?

-Eu ein, não é da tua conta! -Respondi e ele virou para me encarar, mas eu continuei olhando o mar-

-Gentil que nem um cavalo, essa é Jade Montez! -Ele disse e eu ri baixo-

Ficamos em silêncio por um tempo até que ele se levantou e respirou fundo, logo depois ele me olhou e estendeu sua mão.

-Que foi? -Perguntei olhando pra ele-

-Bora, vou te pagar um açaí e tu me conta o que aconteceu para você ficar assim.

-Só vou pelo açaí! -Levantei sozinha e bati na mão dele-

Ele riu e fomos andando em silêncio até um açaí, fizemos nossos pedidos e a garçonete a todo momento fazia questão de dar em cima dele, eu só fazia rir baixo enquanto ele ficava todo desconcertado. Depois nós sentamos em uma mesa e eu encarei ele.

-Realmente algumas coisas nunca mudam, seu sucesso com as mulheres e seu jeito de ficar sem graça é umas delas! -Ele me olhou e negou-

-Ah pô, sei reagir a essas coisas não...

-Olha só, ele perdendo a pose de bandido Brasil. -Ri e revirei os olhos-

-Mas iai pow, vai falar o motivo dessa sua cara não?

Encarei ele debochada e suspirei fundo, mesmo com tudo que eu e o Anderson já passamos a gente sempre acaba se encontrando, irônia. Ele é uma das poucas pessoas que sabe me aconselhar e que faz eu admitir que estou errada.

-Meu dia ta um lixo fora do normal! -Falei e ele me olhou sem entender- Ta todo errado e eu estou para surtar, então queria um pouquinho de paz, é isto.

-Ahhh. -Ele falou tranquilo como sempre- E eu já estava aqui imaginado  umas mil fitas erradas, tipo que tu iria ser mãe ou sla. -Ele fez várias perguntas e eu neguei-

-Não, não. -Revirei os olhos- Isso se acontecer, ta bem longe...

Ele ia falar mas nessa hora o nosso açaí chegou, esperamos o garçom sair e ele voltou a me olhar dessa vez já tomando o açaí.

A Vida da Gente (EM EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora