DEPOIS DE um longo caminho, Ruby finalmente chega a seu devido destino. Antes que descesse na moto, ela acabou recuando, pois percebeu que o local era literalmente no centro do lado Sul. Várias pessoas passavam por ali e a encaravam como se ela fosse algum tipo de inimiga, e isso acaba a intimidando um pouco
Ela então toma coragem e desce da moto enquanto observa cada detalhe daquele lugar, era uma casa enorme, e era totalmente assustadora, sua paleta de cores era totalmente escura, de um jeito bem aterrorizante
A mesma se aproxima da grande porta da entrada, e sem nem ao menos mover um músculo para que tocasse a porta, a mesma se abre, dando uma visão total da parte de dentro da casa para a garota
A garota entra dentro da casa, em passos totalmente curtos e desconfiados, aquilo parecia totalmente uma cena de filme, e nesse exato momento a única coisa que vinha na cabeça de Ruby, era se aquele era realmente o tipo de filme no qual ela deveria contracenar
Em questão de segundos, a figura de uma mulher loira com roupas escuras é vista a frente de Ruby, observando cada mínimo detalhe da garota, como se a conhece e tivesse ficado anos longe da mesma
— Exatamente como eu imaginei que seria — A mulher passa a mão sobre os cabelos de Ruby e logo a garota se afasta com um olhar amedrontado e desconfiado — Ah, me desculpe...Me chamo Celeste...Celeste Jones — A mesma diz e logo o olhar de medo de Ruby muda para um olhar de surpresa e dúvida
— Foi você quem deixou a carta sob a minha cama ontem a noite? — A garota pergunta
— Sim, fui eu. E me parece que temos muito o que conversar — Celeste diz enquanto guia Ruby para um tipo de escritório — Sente-se, eu vou pegar um copo d'água para você, deve estar com sede — A mulher diz logo em seguida saindo do tal escritório
Ruby tinha milhares de perguntas em sua cabeça, eram tantas que nem a mesma poderia contar. Ela estava com uma certa mistura de emoções dentro de si, medo, felicidade, euforia, desconfiança, tudo isso totalmente junto
Ela não sabia se estava no lugar certo e nem com a pessoa certa, mas ao que tudo indicava Ruby havia encontrado sua mãe biológica, e por mais que isso fosse bom, acabava lhe causando certa furia, por não saber o porquê sua mãe havia demorado tanto para lhe dar sinal de vida
— Aqui está — Celeste diz entregando o copo para Ruby — Eu imagino que você tenha muitas perguntas
— É... — Ruby diz enquanto vira um gole d'água em sua boca — Porque queria que eu viesse aqui? — A garota pergunta enquanto põe seu copo sobre a mesa
— Bom, eu imagino que você já tenha deduzido que sou sua mãe, e...acho que a maior dor de uma mãe é ver um filho sofrendo sem um mínimo de ajuda possível, então eu te mandei aquela carta para que você viesse até mim e eu pudesse te ajudar a se conhecer melhor, e conhecer a intensidade de seus poderes — A mulher diz de forma suave e sorridente
— Ta...e porque só resolveu me procurar agora? Literalmente depois de 16 anos. — Ruby pergunta em tom de indgnação
— Porque antes eu não achava que você fosse querer me conhecer, fiquei com medo de que me rejeitasse por simplesmente terem achado você em uma rua abandonada — Celeste diz em tom de tristeza
— Com certeza eu não teria ficado feliz, por que apesar de tudo você me abandonou, mas eu também não teria te rejeitado, não sabendo que você é minha mãe biológica — A garota responde em tom seco
— Tecnicamente, eu não te abandonei, mas prefiro deixar essa história para outra hora. Como você se sente com tudo isso que tá acontecendo, hm? Fiquei sabendo que quase matou um de seus colegas por não saber controlar a intensidade de seus poderes, eu realmente sinto muito! — A moça diz enquanto aproxima sua mão da de Ruby, mas a mesma se afasta dela
— Zach não era meu colega. E sim, eu realmente quase matei ele — Ruby se sente mal ao lembrar do ocorrido — Eu me estressei pelo fato dele ter ido para cima de Jughead, e acabei o atacando de forma incontrolável
— Te entendo, eu já passei por isso, mas garanto que agora poderei te ajudar, se você quiser, é claro — Celeste diz de forma doce
— E porque você me ajudaria?
— Porque sou sua mãe, e isso acaba te tornando uma Jones, e os Jones se ajudam sempre. Independente de qualquer coisa — O tom de celeste muda para um tom sério
Ruby então começa a olhar em volta, e percebe que as únicas fotos que tem ali, eram de celeste e dois garotos, ou de Celeste e uma criança em seu colo
— O que foi? A criança da foto? — Celeste aponta para o bebê — É você, minutos antes de te tirarem do meu colo e literalmente sumirem com você — Ela termina a frase deixando Ruby totalmente sem palavras
— Eu não sei o que dizer, mas sinto muito...imagino o quanto deve ter sido doloroso ter sua própria filha tomada de seus braços a força — A garota diz
— Tudo bem, o que importa é que agora estamos juntas novamente — Celeste entrega a foto para Ruby — Pode ficar para você, é um presente de boas vindas
— Obrigada — A mesma pega foto a observando mais de perto
— Ruby — Sua mãe a chama
— Hm? — A mesma responde sem tirar os olhos da foto
— Eu tenho uma proposta para te fazer — Celeste diz enquanto se levanta de sua cadeira
— Pode falar — Ruby diz dessa vez com sua atenção presa a Celeste
— Eu imagino que você mais do que ninguém, quer saber até onde seu poder pode acabar indo, então eu queria propor que você morasse aqui comigo, assim poderíamos nos conhecer melhor e eu poderia te ajudar com todo esse poder — Celeste diz fazendo Ruby ficar em transe por alguns segundos
— Eu...eu não sei, é tudo tão novo e tão estranho, em um dia eu sou simplesmente a mais querida e mais conhecida de toda a Riverdale, e no outro eu me torno a mais odiada e mais poderosa entre todos, e aí de repente eu me deparo comigo em uma cadeira de frente para minha mãe biológica na qual eu não sabia nem o nome até agora — A garota diz em tom totalmente eufórico, era óbvio que ela queria ficar, mas saber que seus irmãos ficariam mal e sentiriam sua falta, a deixava tomada de uma enorme sensação de culpa
— Vamos fazer o seguinte? Porque você não vai dar uma volta na casa, conhecer os cômodos e tudo que tem aqui dentro, e enquanto isso você pensa na minha proposta, pode ser? — Celeste diz com toda calma do mundo
— Pode sim — Ruby sorri para a mesma e logo se direciona a porta do escritório, assim saindo dali de forma imediata
Ruby não sabia o que sentir, como reagir ou até mesmo como se comportar sobre tal situação
Ela queria ficar, mas a sensação de culpa a dominava por completo, ela ficava se perguntando como Lara e Joaquim poderiam reagir a ausência da irmã e como eles se sentiriam por serem de alguma forma trocados por uma mulher na qual Ruby teria acabado de conhecer
Mas ela precisava disso, precisava se conhecer e conhecer sua mãe, ou ela poderia acabar machucando todos a sua volta, mesmo que não quisesse
Ela sabia o quão poderosa era, e sabia que em seu primeiro surto de raiva, poderia acabar fazendo algo parecido ou pior do que fez com Zach, e isso a faria se sentir um monstro horrível e asqueroso por dias
Sem perceber, a garota já estava em outro como da casa, ela não sabia o que poderia ser aquilo, uma cozinha? um refeitório? a sala de estar? a única coisa que ela podia observar, era que tudo ali em volta era cinza, e tinham mesas com comidas em cima, e mesas com cadeiras por toda parte. Era de alguma forma assustador
Em meio sua distração, Ruby acaba ficando entretida com o local, e acaba não percebendo que haviam dois garotos atrás de si, e quando se vira, acaba ficando paralisada pelo susto
— Eai, loira...
Continua...
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𝐀 𝐇𝐈𝐒𝐓𝐎́𝐑𝐈𝐀 𝐏𝐄𝐂𝐔𝐋𝐈𝐀𝐑 𝐃𝐄 𝐑𝐔𝐁𝐘
RandomQuando somos pequenos nós aprendemos a diferença entre o vilão e o herói, o bem e o mal, um salvador e uma causa perdida, mas e se a única diferença for quem está contando a história? Essa história fala sobre Ruby Hale, uma garota normal na qual aca...