Roubando Corações

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Marinette acordou com o som estridente de seu despertador e, ainda um pouco zonza, desligou o celular sem lembrar a razão de ter programado aquele alarme. Seus olhos pesaram e voltou a cochilar. Porém, alguns minutos depois, seu sono foi interrompido novamente. A azulada, ainda com os olhos fechados, tateou o que imaginava ser sua cama para encontrar o aparelho, mas sem querer acabou derrubando-o. Sem opção, abriu os olhos e só depois de pegar o celular no chão percebeu que tinha dormido sobre a mesa de costura. Foi então que ela lembrou.
— Alya! Cinema! — Gritou para si, assustando a kwami que cochilava em meio aos diversos tecidos sobre a mesa.
A garota corria pelo quarto procurando sua bolsa enquanto recordava o que tinha acontecido.
Ladybug e Chat Noir foram convidados para a inauguração da nova estátua dos heróis no parque, que representava, além da dupla, todos os mais recentes portadores de miraculous. Mas, como Hawk Moth tinha descoberto a identidade dos novos heróis durante a luta contra Miracle Queen, Marinette sabia que seria arriscado entregar os mesmos miraculous para eles novamente, principalmente porque Hawk Moth também sabia que Ladybug era a nova guardiã. Dessa forma, Luka, Max e Kim compareceram à inauguração, mas na forma civil, assim como Alya e Nino. O evento da inauguração foi mais rápido do que Marinette esperava, então certamente sobraria tempo para ajudar seus pais na padaria, fazer sua lição de casa, terminar o novo figurino para a banda de seus amigos, Kitty Section, e não chegar atrasada para o cinema que tinha combinado com as amigas. Só não esperava que o sono acumulado das duas últimas noites mal dormidas fosse atrapalhar seus planos.
Arrumou rapidamente o penteado que sempre usava e desceu as escadas para pegar uns cookies extras para Tikki. Estava quase saindo de casa quando o celular tocou.
— Marinette, cadê você? Estamos esperando há uns dez minutos. — Falou Alya.
— Estou saindo.
— Esse "estou saindo" é "estou saindo mesmo" ou é um "ainda estou de pijama e esqueci minha bolsa lá em cima"?
— Minha bolsa! — A azulada subiu as escadas correndo enquanto Alya ria. — Pronto! Agora estou saindo mesmo.
— Tem certeza que não está saindo de casa com pijama? — Marinette riu, embora realmente tivesse conferido suas roupas.
A menina andava apressadamente, pois não gostaria de deixar as amigas esperando mais do que já estavam e muito menos de perder a sessão, mas parou quando ouviu gritos atrás de si.
— Marinette! Eu sei que está por aqui! Para encontrar suas amiguinhas você tem tempo, não é? — A azulada não pôde evitar um susto ao encarar o mais novo akumatizado a poucos metros, atirando raios em sua direção.
Procurou, enquanto corria, um local que pudesse se transformar, mas não encontrou. Mesmo que achasse, o vilão a seguia e certamente conseguiria vê-la. Continuou a correr até que parou em uma rua sem saída.
— Ah, é sério? — Disse, tateando a parede à sua frente. Iria sair dali, mas o akumatizado apareceu no início da rua. Ela estava sem opção e não poderia transformar-se na frente dele.
— Você não foi ver minha obra como prometeu, mas não se preocupe, você se tornará uma delas. — Disse o vilão, prestes a atirar. A azulada procurava alguma forma de escapar dali quando Chat Noir pulou na sua frente usando o bastão como um escudo.
— É sério que ele disse isso? — Disse o gato e a menina não pôde conter um sorriso. O loiro iniciou uma batalha corpo a corpo com o vilão e, quando este se distraiu, usou o bastão para levar a azulada para o topo de um prédio longe do akumatizado. — Então, você conhece esse cara ou tem alguma ideia de onde o akuma possa estar? É que eu estou com pressa hoje e não contava com a aparição de mais um akumatizado.
— Não, eu não faço a menor ideia de quem ele seja! E que história foi aquela de obra? — Disse, mais para si do que para o herói — Desculpa, não sei como te ajudar.
— Bom, então fique segura aqui que eu e a Ladybug vamos resolver isso. Espero que seja rápido.
— Eu também, eu tinha que estar no cinema tipo… agora. — Disse ao conferir o relógio no celular. — A Alya vai me matar.
— Eu vou te encontrar, Marinette! Não adianta fugir! — Gritou o vilão pelas ruas da cidade.
— Isso se esse doido não me matar antes. — Riu sem humor.
— Marinette, a garota mais linda de todas, será a minha mais bela obra de arte! A não ser que você mude de ideia e resolva ficar ao meu lado, assim ficaremos juntos para sempre! — O akumatizado gritou e Chat Noir não conseguiu segurar a risada, enquanto Marinette colocava a mão no rosto, envergonhada.
— Acho que ele não quer te matar não, está mais para outra coisa. — O loiro riu novamente e virou de costas para a menina, se preparando para ir atrás do vilão, mas antes de ir olhou para a garota por cima do ombro. — Você anda roubando muitos corações, Dupain-Cheng. — O gato disse e estendeu o bastão, prestes a descer do prédio.
— Menos o que eu realmente queria ter roubado. — Sussurrou para si, sem imaginar que o loiro tinha escutado. A azulada rapidamente se recompôs quando a kwami saiu de sua bolsa — Tikki, transformar!

Um Plano IrrecusávelOnde histórias criam vida. Descubra agora