A noite fria que protagoniza as virtudes de meus dias, no qual injustamente salienta a desistência do progresso de meus sonhos, faz-se presente em sua dualidade nesta minha acanhada solitude com o clamor de sentimentos incompreensíveis.
Ofusco-me apaixonadamente pela vida em tempos que meu coração ressoa alegremente, sem ambições, sem ansiedades, sem medos, sem inseguranças. Observar a serenidade que perpetua a cada segundo intimamente ao imaginário, juntamente com a simplicidade de minha realidade, pacifica a intensidade clandestina de meu âmago, tornando-me agraciada por contemplar a imensidão hermética que delira meus sentidos.
Sentir o frescor mareado ao alucinar-se pela noitada sem fim purifica o fulgor que se agita pelo coração assustado. A fantasia de viver ardentemente as sensações abstratas que se manifesta por entre os mistérios do cosmo, fortifica o fantasma que se presencia a cada novo devaneio...
O vento se cala, as folhas já não dançam pelas sombras, Andrômeda extermina sua luz ao foco das capturas de minhas retinas. O que me resta, afinal, diante do vazio que repentinamente contemplo?
O que antes surpreendia-me pelo mistério, agora assombra o que ousei ter de mais autêntico.
Nestas noite infinitas, o meu íntimo anseia por doses de insanidade, em que minha finitude se reajuste diante da realidade que me sustenta. O que adquiro, de fato, são apenas utopias vergonhosas que arruína tudo que algum dia tentei satisfazer a alegria que clamava.
No fim, dissipo-me no breu dos desassossegos que atormentam-me.
Já não sei se observo a noite, ou ela que me observa...longe de tudo, longe de todos.
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consternação de miseráveis constelações
PoetryHá uma exaustão na minha nostalgia que inegavelmente limita meus anseios de vida. Ela corrói-me inteiramente sem lampejos de milagre, destrói a cada instante meus incongruentes progressos de coragem... Nessa altura, do que mais adianta? Parece que o...