Desde que não passava de um petiz, Kujo desejava retornar aquelas terras novamente, uma última vez. Ver o desabrochar natural de uma rosa avermelhada, que logo viria à ser colhida por aquele garoto ruivo de medianas orelhas pontudas. Oferecendo-lhe gentilmente aquele frugal presente, sequer se descontentando com a morte alheia, pois naquelas terras, o desabrochar de uma rosa significava amor eterno, e presentea-la dava-se um compromisso, um selo eterno com a linhagem dos elfos da floresta. Embora Jotaro sequer soubera disso quando recebera de Noriaki aquela flor de coloração tão única. E jamais soubera também, que um elfo era designado à pertencer ao primeiro e último parceiro que viesse à desejar, pois suas almas eram a mais pura seda tênue, e quando viessem por fim o fenecimento de sua vida, o que restara dela viria à se juntar ao jardim mais uma vez, da onde outrora saira o início de sua verdadeira vida.
Agora vai em pleno deserto
A tempestade de areia lhe trouxe pra mais perto
Agora vem à mim semelhante
Também jovem nesse jogo, mas já tão bem amanteKujo fechou os olhos, ansiando encontra-lo uma última vez. Desejando tocar-lhe o rosto pálido, e deslizar os dedos gelidos desde as bochechas ruborizadas, até as orelhas rubicundas. Ansiou ouvir-lhe a melodia doce do timbre ecoando pela mata úmida, imaginar-lhe o caminhar tênue sob as folhas secas, até mirar o olhar curioso ao pequeno vilarejo oculto, o outro mundo. A outra terra. E assim que sentira os lábios molhados pressionando-se quase inócuos contra si, abrira as ônix analíticas, vendo à frente somente as madeixas encaracoladas em uma tonalidade exuberante de um ruivo sensual. O alarido sentimental de Kujo o pressionando contra a própria sanidade. Os dedos percorreram desde a nuca pálida, deslizando serenos pelos ombros desnudos, alcançando as costas, sentindo o fervor daquela pele tão pálida contra si. Buscando o recôndito bons modos dentro de si, deixando que o fogo que tanto queimara dentro de si, saltasse para fora, como um vulcão em erupção. Kujo saboreou dos lábios macios daquele elfo mais uma vez, antes de sentir o pescoço sendo agredido tênue em veneta pelo garoto menor que si. Aproximou-se minimamente, apenas para tocar-lhe o corpo mais à fundo, e de seu âmago coração, sentira a rosa que outrora ganhara, dilapidando-se aos poucos, exposta à brisa gélida daquele local.
_Jotaro... -Clamou em uma melodia parca, atraindo o olhar do pendante maior para si.- Bem vindo de volta, à terra dos elfos.
--xXx--
De longe era notável a canção ritmada deveras agradável aos tímpanos alheios. Os bardos em uma sinfonia sofisticada, devidamente ensaiados, recebiam aplausos constantes da pequena plateia que os notara ali, recitando canções e pendendo os dedinhos contra o alaúde de madeira pura. Kujo analisava o homizio daquela terra, notando-se evidentemente jovens moças jonotas exibindo as pernas pálidas dentro daquele traje incomum em dourado e verde. Casais de homens e mulheres em uma algazarra moderada dançando em frente à grande fogueira, e não precisou de muito para que o companheiro retornasse, esboçando ao rosto perene um sorriso doce, e nas mãos pálidas, cálices límpidos, exibindo o licor interno em uma coloração avermelhada, que alternava magicamente entre esta o azul oceano.
Agora VDC, já deu certo!
Pois já desejei a um gênio e cruzei o dedo aberto
Agora vai ter festa na floresta!
Mais de um milhão de bardos juntos pressa seresta!Lhe ofereço algo pra beber
Cê bebe tudo sem uma gota escorrer
Se sonhei ou se eu tô sonhando
Eu não sei só sei que tô gostando_Hidromel? -Indagou sugestivo, gesticulando fugaz o cálice metálico contra Kujo, que aceitou de bom grado o oferecido.- Então Jotaro. O que te fez retornar? Pude sentir sua presença na divisão dos mundos, ela sempre causa desbalanceamento na força gravitacional do nosso mundo... - Ele entregou sereno, rindo logo em seguida. Kujo levou o cálice aos lábios, saboreando do doce daquele licor. E mirando o olhar fleumatico para o homem.-
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Oásis - (JotaKak JJBA)
FanfictionOs passos puderam alcançar à fronteira divisória entre o mundo humano, e a terra sagrada. Além da floresta úmida, em um gracejo vilarejo oculto, pudera conhecer Noriaki Kakyoin, o príncipe dos elfos. Os dedos abandonaram o cálice agora vazio ao chão...