Vanilla - (BruAbba - AbbaBru JJBA)

Intensamente.

Era a terceira vez naquela noite que Bruno retocava o batom em frente ao espelho, analisando cada centímetro do próprio rosto, conferindo inutilmente se faltava algo a ser estampado em coloração diferente naquela pele morena natural. Sorriu aberto quando sentiu o vibrar do telefone ao bolso daquela calça apertada em látex, que ganhara do namorado na última vez que se encontraram. E conferiu o endereço naquela tela brilhante, o coração saltou assim que o albino o respondera de volta, desta vez o chat exibia uma foto, onde Leone degustava de uma límpida taça de vinho e a longa toalha que anteriormente cobria sua nudez, forrando o chão aos seus pés, deliciando Bruno com a magnífica visão. O homem sorriu sapeca, mordiscando o lábio inferior, quando como acompanhante daquele repentino presente, Leone o provocara com mensagens sujas e de duplo sentido. "Somente para você, mi amore."

Bloqueou o telefone novo, e o retornou à seu posto, alcançando o tênis escuro que viria à calçar e dobrando a jaqueta de couro ao braço, sentindo o corpo pular em espasmos ao sentir o perfume inebriante do albino naquela peça pertencente à ele. Deixou que o táxi que outrora chamara, o guiasse até o local marcado, pagando-o em seguida, assim que pudera avistar o famigerado recinto. Os pés tremeram em ansiedade, e ele inspirou profundo o cheiro de álcool, adentrando logo após. 

Bastou apenas que os olhos corressem ágeis para encontrar seu próprio lugar, em frente ao bar, e ele correu os passos até o mesmo, se sentando em uma daquelas altas cadeiras, o belo bartender viera para atendê-lo, gracejando o moreno em tentativas falhas, e assim que o som se fez trêmulo, as vozes agitadas ecoavam aquele pequeno estabelecimento, tornando impossível qualquer que fosse uma conversação ali, e não restara dúvidas de que o tão esperado show, se daria início naquele momento. Bruno abraçou o pequeno copo entre os dedos magros e deixou que a bebida viesse a aquece-lo por dentro, em goles alternados e sem ritmo. Girou o próprio corpo para fitar o palco iluminado e pudera ali, diante de seus olhos curiosos e mortos de saudades, vislumbrar do namorado acompanhado à um traje excepcional, embora tentador. O látex realçava cada mínimo centímetro daquele belíssimo corpo, deixando Bruno salivando em desejos contidos por todo aquele tempo. E a abertura que sua camisa exibia, dava-lhe um ar sedutor e quase medieval, os fios esbranquiçados naturalmente soltos, em uma cascata de madeixas, que decaiam desde os ombros quase nus, até o peitoral exposto, roçando eroticamente vez ou outra aos mamilos rosados. O albino desceu o olhar à plateia, varrendo as ônix em coloração diferente por todo o ambiente, encontrando o azul oceânico curioso fitando o homem, e ele sorriu sentindo o interior formigando em desejos. Desceu os dedos até o microfone, e o ajustou suficientemente para que sua voz ecoasse com clareza e perfeição, assim esperado por todos naquele lugar.

Não era como se Bruno nunca houvesse visto o namorado cantar antes, embora fosse a primeira vez o vendo se apresentar ao vivo. Infelizmente a vida lhe pregou peças quando fora aceito para estudar e lecionar física na Itália, onde viera à nascer e morar por longos anos, onde também conhecera o namorado gótico, que anteriormente servia às autoridades naquele país, trancando o trabalho árduo assim que recebera a recente proposta do amigo Kujo, à ser vocalista de uma banda local que estava à se iniciar, e assim que aceitou, Bruno viera com o amado, desfrutar da pacífica Tóquio, trabalhando meio-Periodo como professor particular de italiano e Física, e assim que fizera o teste online ao vivo para a sonhada faculdade, onde terminaria o doutorado, e ainda receberia por isso, não restara opções além de se mudar novamente para o bom e velho país da onde o moreno sempre pertencera. Naquela noite, completara 3 meses desde a última vez que tivera Leone em seus braços, esta fora quando o albino em uma turnê quase mundial, aproveitara dos shows que faria ao país natal, e convidara Bruno à um jantar, este que terminou como previsto, rendendo uma noite incansável e sem sono para ambos. 

_Por onde quer que seus olhos olhem, mi amore. Eles encontrarão somente à mim, pois eu pertenço somente à você, e você... Por toda a eternidade, pertence somente à mim... -Mesmo que os olhos do albino permanecessem fechados, Bucciarati sabia que a citação era para si, e não precisava de muito para que o correspondesse à tais.- Kimi no vanilla!