Prólogo

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Seus dedos deslizaram pela composição pegajosa que servia como um manto para o objeto jogado sobre a relva densa do local mal iluminado. Seus olhos brilhavam de excitação com a possibilidade de uma nova descoberta, talvez, no fundo, ele só estivesse de passagem. Mas em seu íntimo ele sabia, procurará tanto por provas que a possibilidade de ter encontrado uma lhe deixou com a sensação de possuir um circo de pulgas saltitantes em seu estômago. O ar escapou-lhe entre os lábios, a euforia formigando em cada pontinha dos dedos, o sorriso em seu rosto poderia estampar uma bela revista para sádicos. Mas lá estava o garoto esmirradinho, seus ossos proeminentes lhe davam um aspecto de má nutrição, embora fosse apenas uma formação óssea desregular, seu corpo em êxtase mal podia conter-se de excitação diante a nova descoberta.

E no chão daquele local, um pouco mais afastado e coberto por uma camada generosa de folhas de papel, os olhos da pequena menina pareciam vidrados no garoto logo a frente, como amigos se encararam em determinado momento, ela sorriu, ou talvez tenha sido apenas o besouro saindo de sua boca o responsável pelo arfar do menino, e dali em diante eles se tornaram grandes amigos.

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