Contado pela Cristal Giorno
Olhava o sorriso da minha filha Chiara andando no Carrossel, ela usava sua inseparável toca rosa e mantinha um sorriso feliz e enorme enquanto o Carrossel girava e o seu cavalo rosa descia e subia. Sinceramente com tantos brinquedos no parque de diversões do píer de Santa Mônica, como aquele podia ser o seu favorito? Pra mim de fora aquilo ali parecia ser chato e entendiante, ele só girava e ela via sempre a mesma paisagem qual era a graça? Chiara era uma incógnita na minha cabeça, ela sempre pareceu mais madura e inteligente pra sua verdadeira idade, mas daquele jeito que eu a olhava ela parecia apenas mais uma menina comum de 8 anos.
Na coleira no chão do meu lado estava Fluffy, sua cabeça estava levantada, sua pupila dilatada e seu focinho mais aberto que o normal tentando captar todos os cheiros diferentes daquele lugar. Ele é um cachorro extremamente fofo e companheiro, suas expressões caninas muita das vezes me fazia pensar se ele nos entendia, porque muita das vezes ele só faltava falar. Para qualquer estranho de longe nós parecíamos uma família normal, curtindo sua própria companhia numa quinta-feira a tarde, mal eles sabiam da Glock que eu carregava na cintura.
Volto a me concentrar na minha filha e do outro lado do Carrossel uma movimentação me chamou atenção pude perceber então aquele Diabo. A pessoa quem eu mais queria ver sua morte na face da terra, Rodriguinho estava lá, observando Chiara também. Seus olhos fixos nela mudaram de direção e ele passou a me fitar, ele sorria, um sorriso de deboche e me fitava como um prêmio. Ele usava seu shortinho verde e seus cabelos rosas recém pintados voavam com a maresia.
Minha primeira reação foi procurar o radinho, tentei me comunicar com as meninas, mas nenhuma delas estava na cidade e eu não iria perder essa chance de passar ele, não dessa vez. No mesmo momento um barulho alto me tirou dos meus devaneios, era o alarme alertando que o tempo da Chiara no Carrossel havia acabado. Peguei o Fluffy no colo e caminhei até a saída do Carrossel para esperar a Chiara descer do seu cavalo e vir até mim. Peguei na sua mão e caminhei até o estacionamento com ela em silêncio. Não precisava virar para trás, eu sabia que ele estava nos seguindo, podia sentir sua presença em metros de distância. Abri o meu carro com rapidez e agilidade e amarrei o cinto do Fluffy no banco de trás enquanto a Chiara sentava no banco do passageiro. Entrei rápido no carro e observei pelo retrovisor Rodriguinho montar na sua moto em três carros de distância do nosso.
- A mamãe precisa da ajuda de vocês, um antigo amigo da mamãe está nos seguindo, mas ele é muito mal, tenho medo dele fazer algo com vocês. Por favor escutem o que a mamãe disser e façam o que eu pedir. - pedi olhando para os dois.
- A gente corre perigo mamãe? - Chiara me olhava com uma pequena ruguinha de preocupação entre as sobrancelhas loiras.
- Não se preocupem, apenas façam o que eu pedir. - pedi pra eles enquanto dava partida no carro.
Dirigi rápido até a entrada do meu condomínio com ele sempre perto de nós com poucos metros de alcanço. Perdi ele da vista do meu retrovisor somente uma vez quando ele entrou numa cafeteria drive-in-thru, mas logo ele aumentou a velocidade de sua moto e estava perto de nós novamente, agora carregando uma sacola.
Estacionei na frente da porta de casa, desliguei o carro rápido e forcei o Fluffy e a Chiara a entrar dentro de casa com a Chiara protestando. Virei as costas para o Rodriguinho que passava pelo portão da minha casa somente para trancar meus filhos dentro de casa e ter certeza que eles estavam em segurança, enquanto eu sacava minha Glock rosa.
Me virei e o vi. Ele descia da moto e vinha na minha direção com uma pistola prateada em uma mão e um porta-copos com dois copos descartáveis de café na outra mão.
- Eu trouxe o nosso café. - ele me olhava com um sorriso de canto de boca, sua voz me fez arrepiar, um dia aquele arrepio que ele me causava era algo bom, hoje em dia, aquele arrepio só me lembrava do quanto eu o odiava.
- Não estou interessada no seu café, nem na sua companhia, o engraçado que você só teve a coragem de me trazer esse café agora, quando eu estou sozinha na cidade. - cuspi pra ele, e o observava atentamente cada passo que ele dava, minha Glock já estava sacada, qualquer movimento a mais eu atiraria facilmente. Mas ele também estava com uma pistola na mão, eu tinha que ter muito cuidado.
- Qual o motivo desse rancor todo Cristalzinha? Eu gosto tanto de ti! - ele falava olhando nos meus olhos enquanto dava um passo para direita, respondi sua movimentação com reflexo e dei um passo para a esquerda. Nós agora estávamos rodeando um ao outro, igual um predador dá voltas ao redor de sua presa. Só restava saber quem era a presa e o predador naquela situação. - Você sabe que eu nunca quiz fazer o mal pra você. Eu já quis até ter você pra mim, e continuo querendo na verdade. Abaixa essa Glock e vem tomar um café comigo Cristal.- ele me pedia enquanto ainda olhava nos meus olhos, mas nem por um segundo ele parou de caminhar para a direita e eu para a esquerda. Ele provavelmente queria me fazer cair no seu joguinho, que eu prestasse atenção nas suas palavras e deixava a guarda abaixar, mas eu não iria ceder, eu o olhava com olhos de linces tentando prever cada movimento dele.- Lembre de quando nós éramos amigos Cristalzinha, de tudo que eu fiz pra você... De todas as armas parafal e de quando eu me redimi com os Roxos por você... - ele me olhava atentamente e nós seguimos girando.
- Eu nunca fui sua amiga, você sempre foi uma pedra no meu sapato. - falei e o olhava atentamente quando o sorriso zombeteiro saiu do rosto dele e ele fez uma carranca dura.
No mesmo instante ele levantou a pistola em minha direção e eu fiz o mesmo. Dois barulhos de disparo, os dois ao mesmo tempo. A minha bala acertou em cheio no meio da sua testa, seus olhos estavam arregalados e eu pude ver sua expressão de choque e dor um milésimo de segundo antes dele cair para trás derrubando todo o café por cima dele. Senti uma dor fraca no braço esquerdo, um tiro de raspão, só passou pela minha pele, tinha certeza que não havia nem chegado perto de algo importante como nervo ou ossos, e a adrenalina que eu sentia fazia com que a dor que eu sentia apenas se passava de um incômodo.
Caminhei até ele, lá estava ele estirado no chão, agora com seus olhos fechados e uma grossa camada de sangue saindo da sua testa, seu cabelo antes rosa agora adquiria uma cor mais escura, misturado com a cor do seu sangue. No mesmo instante pude perceber um carro I8 branco correr pra fora do meu condomínio, estava tão preocupada e entretida com o Rodriguinho que mal percebi que esse carro nos observava de perto, provavelmente capangas do Rodriguinho, que agora fugiam em disparada.Naquele momento eu entendi a Chiara, "o Carrossel nunca para de girar", e sempre terei novos inimigos.
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A Morte do Rodriguinho
FanfictionFanfic criada inspirada na morte de um personagens mais odiados da série e que nunca aconteceu de verdade na série infelizmente.