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Madison Walker

"Porque o que fazemos aos outros fazemos a nós mesmos"

Uma frase bem pensada, mas carregada de dor... Por que? bom, não sou a pessoa mais inteligente do mundo, mas é óbvio... Todo ato gera consequências, sejam coisas que fazemos e pensamos, tipo; Cacete, que diabos estou fazendo?, ou "Dane-se, não me importo com o sentimento alheio, então que se dane!

Onde quero chegar com essa lógica?

Antes de fazermos qualquer coisa, dizer ou até pensar, precisamos nos colocar no lugar da pessoa e PENSAR.

Como eu me sentira se fosse eu ali? Eu suportaria ou iria segurar a onda e seguir em frente, sem me importar?
Fazemos coisas todos os dias que logo depois nos arrependemos.
Atualmente minha vida está baseada nisso, ver as consequências de atos alheios.

Respiro fundo e observo a bela paisagem na minha frente. O som das ondas do mar quebrando é quase um calmante pra mim.

Limpo mais uma lágrima teimosa que escorre por minha face. Ultimamente tem sido assim todos os dias, o mesmo sentimento e essa dor insuportável no peito.

Ver minha mãe se tornar uma alcoólatra e não poder fazer é um inferno. Eu tento impedi-la, escondo aquelas merdas ou até jogo todo maldito líquido fora, mas ela sempre dá um jeito.

Hoje, gostaria de gritar para o céu e perguntar se eu realmente mereço isso é saber se isso irá demorar pra acabar, porque eu não aguento mais.

Mas também gostaria de gritar e agradecer por hoje ser um dia tranquilo, em comparação aos outros.

Junto minhas pernas, pressionando-as em meu peito e baixo minha cabeça.

—Deus, eu te imploro...— Sussurro, mais lágrimas saem e não consigo impedi-las de parar.

Tenho um sobressalto com o toque insuportável do meu celular, pego o aparelho do meu bolso e quase sorrio quando vejo a foto da minha irmãzinha Kate.

Limpo a garganta e atendo.

—Oi, gatinha.— Ela dá risadinhas.

—Mamãe plepalou o jantar, vem pa casa.— Como assim? Há meses minha mãe não prepara um jantar.

—Jura?—Questiono.

—Shim, ela fez lasanha pla gente, aquela que voxe ama.— Um sorriso brota em meus lábios.

—Tudo bem, já estou indo.

—Tlás sovete, u nosso acabou.

—Tudo bem, irei levar.

Ela desliga sem sequer dar tchau.

Levanto e limpo meu short, pego meu chinelo e vou até o estacionamento.

Morar na Califórnia tem lá suas vantagens, é um bom lugar para passear e relaxar. Nascida e criada em Glendale, já virou algo normal pagar um preço absurdo só para ver o mar.

Destravo o carro e entro no mesmo, ligo e coloco numa rádio qualquer e dirijo até a sorveteria.

Abaixo um pouco a janela e a brisa fresquinha faz uma bagunça em meus cabelos.

Um tempo depois chego até a sorveteria e compro o maior pote de sorvete que tem e, como sempre, coloco diversos sabores e caldas.

Vou até o caixa pego o dinheiro em meu bolso, coloco o pote na bancada e o dinheiro ao lado.

—Garota, se você não fosse minha prima, com certeza seria minha namorada.—Sorrio para Vitória.

—Muito movimento hoje?— Ela bufa e concorda.

—Graças a Deus, sim. Amanhã você pega que horas?

—Noite, o melhor turno.

—Se eu fosse você, nem trabalharia, sua mãe é rica! —Viro os olhos e dou de ombros.

—Minha mãe é rica, eu não. Então eu vou trabalhar sim. —Ela levanta as mãos em sinal de calma e sorrir.

—Relaxa garota, eu tenho orgulho de você. —Ela embala o pote e empurra o dinheiro de volta pra mim. —Por conta da casa, ou melhor, eu pago!

—Você vai lá em casa, né?— arqueio uma sobrancelha e ela sorri sem mostrar os dentes. —Imaginei, você sempre faz isso.

—Passe no mercado e compre besteiras, noite das meninas.

—Tudo bem, vou fazer uma lista de filmes e mandar pra você.—Pego a bolsa com o sorvete e ando um pouco pra trás, e sem querer esbarro em alguém.

—Oh, desculpe.— Digo apressadamente, quando me viro me deparo com um garoto alto, com cabelos espessos num castanho claro e olhos azuis, desço meu olhar para sua camiseta preta e observo suas tatuagens que cobrem grande parte de seu braço um pouco musculoso.

Ele é lindo.

—Não se preocupe.— Ele sorri de lado, viro-me para Vitória que tem um sorriso sapeca em seus lábios pintados de vermelho sangue e viro os olhos.

—Tudo bem.— Sussurro e dou um tchauzinho para Vitória.

Saio apressadamente da sorveteria e vou até meu carro, destravo e literalmente quando abro a porta, me jogo no banco.

Respiro fundo pela milésima vez no dia e ligo carro, catando pneu saio dali e vou direto pra casa.

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⏰ Última atualização: Jun 22, 2020 ⏰

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