dois

468 35 23
                                    

Eu estava na seção de cosméticos e produtos de beleza do mercado, procurando um absorvente sem abas, já que Hailey, minha irmã mais velha, havia negado me ajudar logo na hora que eu mais precisava!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu estava na seção de cosméticos e produtos de beleza do mercado, procurando um absorvente sem abas, já que Hailey, minha irmã mais velha, havia negado me ajudar logo na hora que eu mais precisava!

― Humm... será que você poderia me ajudar? ― um menino loiro, com os cabelos desgrenhados tocou no meu ombro, e eu pulei para trás assustada, imaginando que era um velho pedófilo tarado.

― O que você quer?!

― Calma moça, só queria que você me explicasse qual desses é um absorvente com abas... É que a minha mãe ela pediu pra eu vim comprar e... ― ele mexeu nos cabelos, tímido.

Eu franzi as sobrancelhas desconfiada.

― Tá me achando com cara de atendente de supermercado?

Ele riu, levantando as mãos, rendendo-se.
― Calma, calma. Eu só queria uma ajuda, okay? Me desculpa se eu ofendi a senhora.

Senhora? ― aumentei o tom de voz. Ele ficou vermelho, e eu apenas sorri, mostrando que eu estava só brincando. Me abaixei, e peguei um absorvente de embalagem azul, com abas, que qualquer mulher identificaria, e entreguei a ele. ― Você deveria relaxar mais.

― É, eu não sou muito bom com esse negócio de relaxar. Mas obrigad-

― Mãos para o alto! Mãos para o alto ― ouvi uma voz graça gritar, na entrada no mercado.

Eu imaginei que fosse alguma brincadeira de mal gosto, e revirei os olhos. Era demais para mim, estar menstruada, ter que conversar com estranhos, sair no sol quente para ir ao mercado, e ainda ter que ver adolescente idiota fazer brincadeirinha as duas da tarde.

― Mas que merda é aquilo...? ― o garoto que ainda estava ali apontou para a parte dos caixas, onde 13 homens estavam com máscaras de palhaços, como os da época de 2013 dos palhaços assassinos. Eles estavam armados com AK-47, e tinha um posicionando o celular em um tripé.

Os outros estavam se espalhando pelo o mercado, cada um entrando em uma seção.

― Aí meu Deus ― eu arregalei os olhos ― Isso só pode ser uma brincadeira.

Um dos palhaços fechou as portas, e todo o mercado ficou em total escuro. A única coisa que era possível escutar, era o choro de alguma criança idiota, e da respiração acelerada de um casal de meia idade ao meu lado.

Eu sabia que o circo pagava mal, mas qual a necessidade de descontar isso no fregueses do mercado?!

O palhaço de nariz lilás que estava mexendo no celular, foi para a frente da câmera, e deu um sorriso assustador.

― Boa tarde amigos do Facebook. Estou fazendo essa transmissão ao vivo diretamente do Walmart da rua principal. Eu e meus 12 amigos, trancamos todas as portas, e todos nós estamos armados. Mas calma! Não queremos nada demais. Se até as 15:00 essa transmissão ao vivo não bater 3.000 telespectadores iremos matar todo mundo. A cada minuto que se passar, 10 reais vão ser transferidos para nossa conta, até o horário final. Vocês que estão aqui de refém, tem exatamente 5 minutos para esvaziar os bolsos, agora.

Eu respirei fundo, impaciente. Que tipo de brincadeira era aquela? Sério que aqueles idiotas não tinham nada de mais legal para fazer para conseguir views no Facebook do que assaltando um mercado?!

E quem ainda usava Facebook?

― Meu Deus, nós vamos todos morrer!!! ― a moça ao meu lado choramingou, entregando o celular e a carteira para o palhaço de nariz verde que estava com arma apontada para nossa cabeça.

Eu não conseguia acreditar que eu iria morrer daquele jeito. Sangrando, em um mercado, ao lado de desconhecidos.

― E-eu não tenho celular... ― o loiro do absorvente com abas disse, ainda com as mãos para cima.

― Você só pode estar brincando com a minha cara! ― o palhaço de nariz verde gritou ― Você tem 10 segundos pra tirar a porra desse celular do bolso.

Eu levantei às mãos assustada, e entreguei o meu. ― Cara, entrega logo isso, nós vamos morrer, tá preocupada mesmo com o seu iPhonezinho?

― IPhonezinho?! Porra, eu estou falando sério. Pode me revistar. Eu só trouxe a minha carteira. ― ele tirou uma carteira de couro velho do bolso.

Ele entregou a carteira para o assaltante, e por debaixo da máscara de palhaço, era possível ver que ele estava desconfiado, mas deu de ombros e se afastou.

― Vocês iam matar a gente! ― o moço ao nosso lado sussurrou, abraçando a esposa que não parava de chorar ― Tinham que ser adolescentes!

Eu já estava com vontade de espanca-los mesmo que isso custasse minha vida.

― Ah, cala a boca! ― resmunguei, sentando no chão do mercado, imaginando que aquilo demoraria mais do que eu queria.

Os assaltantes mandaram as meninas do caixa deitarem no chão. Nos fazer de refém okay, mas fazer elas deitarem naquele chão sujo? Isso já era demais.

O garoto sentou ao meu lado, e eu já estava ficando assustada e nervosa.

Pff, adolescente... eu tenho 20 anos! Quem eles pensam quem são?

Eu ri. Típico garroto que acabou de fazer 20 anos, e já se achava o adulto.

― Você já tinha seu absorvente, poderia muito bem ter ido para casa e se pouparia de estar aqui. Eu ainda nem achei o que eu queria!

― Eu estou nesse mercado a 20 minutos e não fazia nem ideia de qual diferença entre os absorventes...

― Você pode não ser adolescente, mas tinha que ser homem pra ser tão burro desse jeito! ― digo, arrancando uma risada do loiro.

― Perdão, mas vamos ficar aqui por um bom tempo, até esses idiotas conseguirem as visualizações que eles querem, então temos que conseguir um ambiente harmonioso e gentil, e tentar não matar um ao outro.

― Certo, eu vou tentar. ― ri, apoiando minha cabeça na prateleira atrás de mim. ― Afinal, qual o seu nome?

Ele arregalou os olhos, e inclinou o corpo para frente. ― Ah... Rafael. Prazer.

― Louise.

𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑𝐌𝐀𝐑𝐊𝐄𝐓, rafael lange Onde histórias criam vida. Descubra agora