HERE, NOW.

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olhos persuasivos de medusa se escondem atrás de uma fina camada de seda imperceptível em meus 5 sentidos alterando-se infinitamente e alinhando-se para que o caos seja irreparável dentro das extremidades impossíveis. e assim farei, batucando meus dentes de ouro freneticamente em suas armaduras imaginárias de vidro à prova de balas, porque você poderia transformar o corpo de um robô em apenas um amontoado de ferro, mas eu sou feita de carne e osso e enquanto tentamos destruir a tal barreira de seda que se desprende da minha infeliz alma de serpente, eu poderia te encapsular dentro de uma teia. porque eu também posso ser uma viúva negra se você quiser que eu seja.

irei lamber seus dedos caso você queira algo mais delicioso do que chiclete de morango formando bolhas em meus lábios coloridos com gloss e glitter espacial. mas de verdade, se você espera que eu não arranque estas engrenagens encasuladas dentro dessa sua cabeça infestada de fragilidade, espero que tome bastante cuidado quando pensar ter permissão para andar em frente ao penhasco que se refere ao nosso casulo mortífero. e infelizmente, seus dedos tortos desenharão o contorno da minha cintura enquanto eu saboreio a carne deliciosamente casta desprendendo-se de seus ossos como se eu realmente pudesse me deliciar com algo tão satisfatório quanto o seu ego.

sangue fervendo numa temperatura humanamente infiel com a biologia dada por deus em seus primórdios, mas se você é adão e serpentes possuem o sangue frio como se estivessem precisamente mortas e enterradas mesmo que restejando através da discórdia, estariam os nosso papéis sofrendo os efeitos colaterais da hostilidade humana ou seríamos apenas vítimas do destino?

a resposta se esconde permanentemente atrás de um sentido, mas eu entendo o seu gosto por não querer aparentar uma fragilidade tão... miserável assim.

e você sabe que zeus profundamente nunca gostou de afrodite tanto quanto eu gosto de observar a vida se esvaindo de pobres estruturas estéticas e envidraçadas como janelinhas pequenas para um grandioso pecado.

porque viver te torna vítima de algo maior do que simplesmente não matar ou não roubar.

e o meu corpo, as curvas e os seus dedos se movimentando lentamente até chegarem onde desejam não significam nada além de vulnerabilidade. o aroma do pecado desprendendo-se do que você acredita ser uma dádiva, o primor cósmico explodindo como doces baratos em sua língua saboreando pequenos delitos de algo unilateralmente desgostoso.

eu jamais salvaria a sua vida ao invés da minha.

então, continue rastejando.

porque ninguém dirá para um urso onde está a armadilha que se deve temer, então, sob meu túmulo esconderei mais de um milhão de anjos aguardando-lhe na porta do inferno.

agora é só escolher.

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