Estrada da vida

Adeus, Amor (Parte I)

Vá, vá e não voltes mais.
Mesmo depois de tudo que vivemos tu decidiste partir sem olhar pra trás, sem se importar comigo, com os meus sentimentos, com os nossos planos ou mesmo com o mal que causarias ao meu coração com a tua ausência. Apenas partiste.

Por momentos pensei que isso realmente seria pra sempre, quando dizias que me amarias pra sempre eu imaginava nós dois na velhice dizendo as mesmas palavras um para o outro, mas parece que o teu “pra sempre” não é tanto tempo assim. E mais uma vez parece que me iludi.

Era suposto caminharmos juntos, sabe, era pra andarmos de mãos dadas pelos vales da incerteza e pelas ruas escuras e medonhas da tristeza, mas você me abandonou. Decidiste partir sem se importar comigo.
Confesso que não esperava essa decisão assim, de forma tão repentina, fui pega de surpresa e meu coração não está preparado para isso, aliás, tem como preparar um coração apaixonado pra isso?

Temo que não.
Pra te ser sincera, eu passo várias noites em claro tentando entender o quão esfomeado deves ter estado, que o meu coração se tornou a única refeição para o teu ego.
Pois é, o teu ego.
Na tua cabeça sempre foi assim, sempre foi sobre se eu era boa o bastante pra você, sobre se era ou não a pessoa certa pra você, se o que eu tinha pra oferecer era o suficiente pra você, enfim. Era tudo para e sobre você.

E quando a mim, como é que fico?
A tua voz não sai da minha mente e o meu desejo era seguir em frente, mas você me recusou essa chance.
Quando eu fecho os meus olhos é você que está em minha mente...vai ser difícil desapegar.

Você me conhece, sabes o melhor e o pior de mim. Enxergas bem lá dentro do meu coração e sabes quando estou com medo, quando estou com dúvidas, quando estou feliz, quando estou triste ou até mesmo quando estou mentindo... sim, vai ser difícil desapegar.

Fiz tudo que podia, me dediquei de corpo e alma e amei-te de verdade, mas parece que nem isso foi suficiente para manter você por perto.