O dia estava fresco, o céu estava azul e tudo se encontrava verde naquele grande parque cheio de árvore e um grande tapete de grama muitas vezes visitado por Hoseok e Min Ryung seu pequeno bebê de apenas um ano e meio. Um ótimo dia para um passeio de papai e seu neném.✨
Naquele dia em especial, não sei o porquê, mas depois do almoço decidi ir fazer um pequeno e casto picnic com Ryung, o nome dele significa brilho, e ele realmente foi e sempre será o meu brilho, minha luz. Quando o oficial Kim veio na minha casa avisar que o amor da minha vida recebeu suas asas de volta, eu sempre soube que ele era um anjo, mas ainda não estava pronto para suportar a sua ida. No momento em que caí em mim e lembrei que teria que superar e ser forte, por mais que que me doesse eu devia ser forte por mim e pelo bebezinho que nós tanto queríamos. Esse era meu fardo.
O tempo foi passando, os meses de gravidez dando evidências em meu corpo e em tantos momentos de escuridão, momentos que eu pensei nunca conseguir aguentar, eu aguentei graças a minha pequena luzinha. Era como se Ryung sentisse toda minha tristeza e tentasse me consolar e fazer-me lembrar de que eu ainda o tinha, mesmo que não estivéssemos com seu outro pai, ele me completava. E desde seu nascimento foi assim, ele era a cara do Yoongi, e eu aposto que se ele estivesse vivo junto conosco ia me lembrar disso a cada momento. Me dá tristeza lembrar do quão bom pai ele poderia se tornar. Acordei do meu sonho lúcido com um gritinho de Ryung, ele estava com o babador e com a boquinha toda melecada de raspas de maçã. Assim que soube que eu estava olhando, ele deu um sorrisinho quase completo, quadrado e bem fofo direcionado a mim, ele é realmente meu brilho.
— Oi meu amorzinho, 'tá com fominha? Quer mais maçã? Abre um bocão, ah! — fiz uma careta engraçado no intuito de fazer o pequeno ser abrir ao máximo a boca, o que funcionou porque eu conheço meu bebê muito bem. — Nossa que boca grande filho! Consegue falar maçã pro papai? Assim, maçã! — disse a última palavra bem devagar e com um som engraçadinho pois sei que ele adora e sempre tenta imitar, mesmo que saia mais como uma língua inventada só por bebês, e de acompanhamento muita baba, eu ainda sim acho que ele é um gênio. Ao terminar de dar a metade da maçã, limpei sua boca, tirei o babador e limpei seu macacão com figuras de elefante, que ele adora e me arrastei me virando de costas para o bebê, indo pegar a mamadeira de água que eu curiosamente coloquei no fundo da bolsa com desenhos infantis de elefantes, já que ele ama o animal e eu não pude resistir em não comprar. O pior foi que eu nunca coloquei ela ali, e somente hoje eu fui inventar de fazer essa graça.
Quando me virei, meu filho não estava mais sentado no pano onde eu o deixei. O desespero começou a tomar conta de mim, eu não posso perder minha luz, não posso!
Eu me levantei e me pus a correr na direção que eu achei que ele foi, mas não sabia ao certo, já que o parque era muito verde e tinham plantas coloridas, balões, sorvetes e muitas outras coisas que atraíram qualquer criança. Mesmo ainda novo, ele aprendeu a engatinhar e faz isso muito rápido desde então.
Eu tenho medo, e se pegarem meu filho? E se eu nunca mais o achar? Eu teria uma síncope se não fosse um olhar de relance que eu dei em uma pequena barraquinha de balões que ficava perto da onde eu montei nosso picnic, bem embaixo de uma árvore. Eu vi um homem segurando o meu filho, apressado e com medo do que pudesse lhe acontecer, fui até a árvore onde eles estavam, durante o caminho, uma brisa leve começou a pairar, eu senti o cheiro do perfume que a muito tempo não sentia e mesmo só vendo o homem de costas eu senti uma sensação estranha que se confirmou assim que eu cheguei mais perto e pude ouvir sua voz.
— O que houve elefantinho, está perdido? — Ele falava com o Ryung de forma doce e suave, com medo de assutá-lo, dando leves balanços com ele nos braços. Eu não sei como, ou de onde tirei forças para puxar o homem pelo ombro e o fazer se mostrar para mim. Mas assim que vi seu rosto, automaticamente o meu se banhou em lágrimas…
— Y-yoongi?
Talvez, meu anjo tenha entregado suas asas, e prometeu pegá-las de volta um pouco mais tarde...